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Missão nas Estrelas Teste

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sábado, 19 de dezembro de 2020

Astro X: Uma produção da adolescência

     Sabe há anos vinha guardando uma ópera espacial que tinha escrito na sexta série (sétimo ano). Isso foi em 2002. Envergonhava-me por ter reprovado em matemática. Culpava meus textos por isso, pois era mais agradável escrevê-los do que conseguir entender a mudança de lado das incógnitas de uma equação. Este livro é mais antigo que O Encontro Final , o qual foi escrito em 2004. Astro X foi escrito em 2002 após eu assistir Jornada nas Estrelas: Insurreição (Star Trek: Insurrection). 

    A sinopse foi escrita em 2009, quando pensei em futuramente publicar as duas histórias, mas em 2011 financeiramente isso foi enviável.

    Bem vindo amigo leitor ao espaço interestelar para viajar com uma tripulação que precisa resolver um mistério ocultado pelo governo.
Em um futuro onde as viagens para as estrelas e a exploração comercial dos planetas tornaram-se possíveis a tripulação de uma astronave que sondava o espaço descobre estranhas perturbações numa estrela distante de nosso Sistema Solar. O que poderia ser? Algum corpo gigante ao redor? Para resolver o mistério os oficiais precisarão confrontar a sua Armada Estelar, o governo unificado da Terra chamado de Federação Global e as indústrias que lucram muito com a exploração comercial de planetas extrassolares.
Se os tripulantes escolherem lutar para resolver o mistério, eles poderão ser expulsos da Armada e presos, pois a solução dele poderá destruir políticos e empresários que lucram com a exploração comercial, industrial e mineral interplanetária.

Astro X pode ser achado na loja da Uiclap por R$ 22,79


    Astro X tem influências da literatura e do cinema. A ideia das multinacionais me veio a partir dos filmes Robo Cop e Vingador do Futuro. Foi a moldando em um formato de prosa. Livros antigos de astronomia também me influenciaram. A ideia de como detectar objetos grandes em órbita de estrelas veio deles. Eu não tive acesso a livros mais atualizados sem computador e internet na época. Estes só fui possuir e aprender a usar quando adulta. Enfim, fica minha recomendação de leitura. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Missão nas Estrelas II - A Viagem da Espaçonave Horizontes (Capítulo I - IV)



Capítulo I

Em algum lugar muito distante na nossa galáxia, numa época conhecida na História como o Período Negro de um Sistema Solar confinado pela maldade de alguns de seus habitantes. Nele, a vida humana tinha surgido há trezentos milhões de anos, juntamente com outras espécies que igualmente atingiram a civilização. Dali, parte nossos personagens.

Ano: 2585. Cidade das Estrelas. Órbita do terceiro Planeta. Dérlans.

O transporte espacial conduzindo o Almirante Ender Shin da superfície do planeta entrava na área orbital da maior metrópole fora da atmosfera já construída.
-Almirante, estamos nos aproximando da colônia. -Comunicou o Sr. Tetra.
-Já faz um bom tempo que eu não venho mais aqui. Contato?
-Positivo, Almirante e já temos permissão para atracagem. Depois, embarcaremos em outro transporte para a área de ancoragem da Armada.
-Ninguém pensa que eu resolvi depois de tanto tempo voltar à ativa.
-É verdade, Senhor.
Um leve solavanco confirmou o engate da nave em uma das câmaras de vácuo.
-Nós chegamos.
 
Ao leitor e a quem não me conhece ainda, sou o Almirante da Armada Espacial e ex-combatente da grande guerra contra os escorpianos Altabar Ender W Shin.
-Acompanhe-me, Senhor.
De um alto falante, escutou-se uma voz feminina e metálica:
-Atenção. Último transporte para a superfície partindo em quinze minutos. Última chamada para o transporte à Terceira Lua.
-Lá está o nosso transporte. -Apontou o Sr. Tetra. -Vamos embarcar.
-Gimm. -A escotilha abriu.
-Controle, aqui é o Transporte 2852 solicitando permissão para desatracar.
-2852 permissão concedida.
Os propulsores acenderam, a nave rapidamente deixou o ambiente interno do porto espacial e colocou-se nas vias entre os prédios orbitais interligados por longas tubulações que serviam de caminhos para veículos internos e pedestres.


-Capitão, nós vamos ter de diminuir a velocidade., pois temos um cargueiro em nossa frente.
-Passe por baixo, eu vejo a saída. -Respondeu o Almirante que voltava a capitanear uma nave.
-Giamm!
Raspando, a pequena nave espacial passou sob o cargueiro e ambos continuaram seus rumos ininterruptos.


Depois das duas grandes guerras, a contra Iscorpi e depois a invasão de Zark, o Terceiro Planeta começou a mudar de forma tecnológica e econômica. A legislação sobre a imigração extraplanetária depois da invasão de arienianos que não conseguiram deixa r o sistema solar tornou-se mais rígida, porém eles tiveram de ser tolerados por questão de solidariedade.
-Almirante, estamos nos aproximando do Cruzador Horizontes.
-Estamos atrasados.
-No horário. Aqui é o Capitão Tetra para nave Horizontes. Solicito permissão para atracar.
-Aqui Horizontes. Solicitação concedida. Desacelerem e prepare-se para transferir o controle da nave para nossa torre.
Um minuto depois, a pequena nave de asas entrava no hangar sob o controle dos controladores de tráfego da Horizontes e baixava seus trens de pouso. Enquanto isso, a nave Horizontes acelerava a fim de deixar a órbita do planeta. As luas planetárias pareciam próximas umas das outras e o sol surgiu entre elas.


II
A escotilha do hangar fechou e ele foi repressurizado. De pé, perto do transporte estava o Primeiro Oficial Sr. Thirty à espera de seu antigo Capitão.

-Almirante, é uma honra revê-lo.

-Estou aqui como Capitão para reassumir o comando da nave.

-É uma excelente notícia, Sr!

-Os motores já foram carregados para o nosso salto interestelar?

-Carreguei-os antes de ir buscá-lo, mas preciso realizar um teste antes. -Respondeu o Sr. Tetra.

-Quero que a nave acelere até a velocidade da luz, imediatamente.

O mais rápido que as naves estelares do Terceiro Planeta conseguiam chegar eram os 300 000 Km/s que a luz percorre no vácuo. O Cruzador Horizontes havia sido a primeira nave estelar construída pela civilização derlaniana para atingir as estrelas sem depender do apoio de terceiros. Quando ela converge ao hiperespaço sua velocidade aumenta incrivelmente. Para missões de exploração em outros planetas, grandes naves de serviço projetadas para voos dentro de atmosferas estão estacionadas no hangar principal. Nessa nova missão, a República Planetária e a Liga Interplanetária decidiram enviar a espaçonave para tentar comprovar a veracidade de uma lenda antiga sobre a formação de um Reino Estelar pela civilização humana que havia colonizado o sistema solar. Infelizmente, Zark também enviou uma expedição e poderá destruir o suposto planeta se chegar antes.

Pelos corredores laterais, enquanto caminhavam até a ponte de comando o agora novamente Capitão Ender Shin e o Comandante Thirty dialogaram sobre quando saltariam ao hiperespaço e estranhas perturbações descobertas ao redor da estrela que eles visitariam.
-Capitão, nós atingiremos a velocidade necessária para o salto em trinta minutos e esperamos que o Sr. Informa nossas novas coordenadas.
- ...
-Há algum problema?
-Não, exatamente. Descobri uma oscilação estranha na estrela Mira que é o nosso destino e seus quatro planetas. Há rumores vindos dos planetas de Zark que lá existe um mundo com uma civilização técnica desenvolvendo-se, porém os adversários negam-os.
-É uma possibilidade remota, pois nossas sondas nunca revelaram nada, porém Zark sempre mente e seu governo enviou quatro cruzadores estelares para aquele setor.
-Quatro?! Muitas naves grandes para um setor sem ninguém. Estranho.
O Capitão chamou a ponte de comando pelo interfone:
-Ponte?
-Aqui é a ponte.
-Ordens para efetuar o salto.
-Entendido. Iniciando sequência de convergência ao hiperespaço.
A nave tremeu. Ouviu-se o som dos motores e sentiu-se uma grande explosão de energia.
-Giamm! Giiibrrrrrr!


 
Instantes depois na ponte de comando, Ender Shin informava em seu diário o rumo e o destino da espaçonave:
-Traçamos curso para o Sistema Planetário Mira situado no setor de Épsilon Eridani, onde conforme nossas ordens faremos uma busca exoplanetária.
-Estamos conseguindo manter o atalho estável e nossos campos de contenção impedindo o contato da matéria exótica com o casco da nave, mas...
-Problemas, Comandante?
-Monitoramos uma comunicação hiperespacial para um encouraçado de Zark e possivelmente seja a nau do Imperador. Possivelmente, estão realizando manobras...
-Se fosse manobra de treinamento para combate as transmissões estariam sendo realizadas pelo espaço comum e comunicações pelo hiperespaço simuladas por computador. Acho que Zark está vindo em nossa direção ou indo ao mesmo destino, conforme suspeitamos.
O velho Almirante tinha poucas dúvidas sobre essa questão e temia, como qualquer bom comandante, um enfrentamento logo que saltassem ao espaço normal novamente. 

III
 
-Giiibrrrrrr!
Os quatro propulsores do enorme cruzador de Zark novamente expeliam trilhões de toneladas de plasma tão quente quanto o de qualquer estrela amarela. A nave colocava-se numa órbita mais próxima do sol de Mira e, assim, desviava da investida de outra nave, cujos propulsores recentemente haviam sido desligados e seu movimento acelerado era mantido por inércia.
-Cruzador Alfa vamos repetir a manobra.
-Entendido General Kalar e alertamos sobre o risco de colisão com nossa proximidade. -Respondia por rádio o Capitão da outra nave.
-Temos uma comunicação do Imperador. -Informou o Oficial de Comunicações.
-Abra um canal.
-General Kalar.
-Imperador que honra em falar com Vossa Maioria.
-Desde a grande guerra que derrotou a civilização escorpiana e derrubou o escudo que isolava o seu sistema você tem prestado grandes serviços ao Império e agora confio-lhe uma nova missão. Impedir uma nave da Liga de penetrar nesse sistema solar e vasculhar seus planetas. O Senhor já os enfrentou antes e deverá sair vitorioso. A nave enviada é a Horizontes. Um cruzador obsoleto e que suas armas aposentá-lo-ão.
O Imperador lembrava-se que há noventa e cinco anos Zark de certa forma havia sido o maior aliado dos escorpianos, espécie a qual o General pertence e invadido o sistema solar, sede da Liga Interplanetária, a fim de dominar todas as civilizações técnicas e estabelecer um império escorpiano favorável a Zark. Houve, para isso, o apoio de alguns partidários da Monarquia dos “aguilhões”. O projeto fracassou e a ação seguinte de ataque primeiramente ao planeta dos escorpianos não passou de um ato de vingança por esse governo estar apoiando os fugitivos arienianos.
A voz do Imperador era lenta, gélida e grave. Ele pronunciava sílaba por sílaba de cada palavra proferida a fim de ter certeza que seus subordinados compreendessem bem suas ordens antes de implementá-las. Indicava também um formalismo exacerbado.
-Estamos concluindo uma manobra nesse momento.
-Um bom disfarce para esconder o que descobrimos e nossas pretensões.
-Claro. -Encerrou-se a comunicação.
-General a Horizontes acaba de saltar e está desacelerando usando os propulsores convencionais.
-Abrir frequência de comunicações e transferir potência aos propulsores.
Novamente, a grande nave discoide movia-se. O cruzador Horizontes entrava em órbita da estrela Mira, enquanto acertava uma nova trajetória para o terceiro planeta do sistema. Único mundo com algumas condições para suportar vida, porém nenhuma sonda enviada a ele confirmava a lenda de haver uma civilização técnica e capaz de trazer os mundos em guerra de volta à paz.



O alarme informando a aproximação de uma nave hostil sibilou intensa e continuamente por todos os compartimentos. Toda a tripulação rapidamente dirigiu-se para suas devidas estações de trabalho e aguardaram novas instruções. Ender Shin encontrava-se no escritório e seu Imediato estava no comando. Por interfone:
-Ponte para o Capitão.
-Qual o problema Comandante?
-Um cruzador estelar Zark está se aproximando e seu comandante exige nossa mudança de destino e de trajetória.
-Ignore. Mantenha o curso e nossa trajetória atuais.
-Tchiamm! Bumm! Aaaah!
-Tripulação para postos de combate. Tente levantar nossos escudos. Indo para a ponte.
A Horizontes recebeu um duro golpe. O ataque foi repentino, mas o casco conseguiu absorver boa parte da energia. De repente, acontece um segundo.
-Tchiamm! Tchiamm! Bumm! Bumm!
-Escudos de energia perdendo força e mudando fonte para energia de reserva!
O cruzador inimigo aproximava-se e a Horizontes acionava seus quatro propulsores em reversão para se afastar. Ender Shin havia entrado na ponte de comando. Os oficiais estavam nervosos e temerosos. Aquela nave era muito poderosa. Não daria para derrotá-la. Ele, sorridentemente, falou:
-Eu conheço esses cruzadores! Seus propulsores consumem a maior parte da energia dos motores e quando estão acelerando as armas irradiantes tornam-se mais fracas. Armar os quatro emissores principais e esperem aquela nave acelerar. Engenharia acelerem em reverso.
-Mas, Capitão?!
-Confiem em mim.
-Agora! Fogo!
Os propulsores do cruzador Zark expeliram uma grande quantidade de plasma. Ele virou e disparou uma rajada de energia radiante ao mesmo tempo que a Horizontes. Ambas as espaçonaves foram atingidas.
-Tchiamm! Tchiamm! Bumm! Bumm!
O casco inferior de proa da Horizontes estava em chamas. Uma seção da nave inimiga também e ela afastava-se. Tinha de evitar a destruição.
 
Enquanto isso, o cruzador que participava da simulação de combate anteriormente havia surgido do outro lado do sol de Mira e desacelerava. Suas escotilhas superiores abriam-se, mas no momento nada saía de dentro dos orifícios.
-O casco da nave inimiga tem um rombo e seus escudos foram danificados.
-Foi uma excelente manobra.
-Sugiro usar os emissores da proa e concluir com a destruição da nave.
-Concordo. Artilharia fogo!
-Tchiamm! Bumm! Bumm!
A batalha havia sido vencida e agora a Horizontes libertava-se de uma grande ameaça para explorar o sistema solar e encontrar o planeta perdido. Seus eficientes sensores podiam rastrear planetas mesmo há muitos bilhões de quilômetros distante da área de influência gravitacional do Sol de Mira.
IV

Nave do Império Zark
 
-General, aqueles malditos destruíram nosso cruzador! -O arieniano emissário do Imperador e Imediato do General kalar lamentou com fúria. Aconteceu o imprevisto. A poderosa espaçonave discoide foi destruída por falha estratégica.
-A tripulação daquela nave pereceu por incompetência, porém devemos considerar que o Capitão da Horizontes participou da Grande Guerra que começou aniquilando as bases escorpianas no Terceiro Planeta.
-Quais nossas novas instruções?
-Eu estou preparando uma coisa nova. Uma armadilha para tomar aquela nave. Daremos inicialmente espaço a ela. Lembre-se que não podemos arriscar nosso objetivo com ações imprudentes.
-Vamos distrai-los, isolá-los e enviar uma força de desembarque.
-Parece algo difícil de se realizar.
-Difícil, mas não impossível.


À noite, mais por convenção da tripulação, o Capitão e seu Imediato tiveram um pouco de sossego durante um tranquilo jantar, onde puderam dialogar sobre algumas atitudes recentes tomadas por parte da esquadra inimiga que aparentemente se afastava do Sistema de Mira.
-Almirante, as transmissões que rastreávamos pararam e todas as naves da frota de Zark parecem ter desaparecido do sistema. Eu estou considerando que a Liga errou ao considerar a lenda como algo possível e que Zark pretende usar esse setor como base de operações para expandir o seu império. Teríamos, então, um reino de terror.
-Acha possível que Zark esconde uma base aqui?
-Sem dúvida, Almirante. Esses Zark há um século apoiaram os escorpianos para evitar o fim do nosso isolamento e falharam.
-Eu estive na guerra, assim como você, mas a história tem distorções. Agora, eles querem recomeçar com isso. Ah, mas se nesse sistema houver algo que valha nossa proteção não deixarei que Zark tome par si.
Nesse instante, tão prazeroso pela comida apetitosa à mesa, eles não consideravam a possibilidade de a Horizontes ser emboscada. O vinho cinderiano tinha um gosto que fazia o Comandante Thirty segurá-lo na boca por até um minuto. O jantar acabou. Eles voltaram ao comando.
-E ai?
-Tem alguma coisa errada aqui. -Murmurou pensativo o Comandante Thirty.
-Estranho, pois há pouco tempo os sensores indicavam haver várias naves por aqui e se tivessem saltado...
-Teríamos descoberto. -Interrompeu o Capitão Shin. O piloto da nave ao proferir essas palavras essas palavras estava certo.
-Camuflagem? -Argumentou o Comandante Thirty.
-Talvez.
-Ou escondida em algum lugar.
-Em qual? Não há lugar para esconder naves gigantes.

-Devemos contatar o nosso planeta?
-Temos ordens para manter silenciosos os canais hiperespaciais e considero que o que ocorreu pode não se repetir, pois pela Convenção Galáctica uma nave de exploração como a nossa não pode ser atacada.
-Não pode, mas fizeram e motivo eles possuem.
-Preparem o lançamento das sondas para os planetas e vamos usá-las para encontrar as naves inimigas.
Uma nave na tela de radar do console de navegação e um alarme interromperam a reflexão.
-Tam! Tam! Tam! …
-Acho que não é mais preciso, Almirante.
-Alerta Vermelho! Todos para seus postos de batalha! Thirty mande preparar uma nave de serviços para lançar na direção da oscilação que você rastreou quando houver uma oportunidade de distração.
-Sim, Capitão.
-Quero comunicação com aquela nave.
-Temos os canais abertos. Um General imperial comanda.
-Polarize a tela.
-Aqui é o Capitão Ender Shin da nave Horizontes.
Quando a imagem do escorpiano surgiu, Ender Shin surpreendeu-se:
-General Kalar! Éramos... bons amigos desde...
-Há quanto tempo Ender!

O general gravemente prosseguiu:

-Eu serei direto ao assunto. Se vocês não alterarem seu destino e a trajetória da nave, nós não teremos piedade alguma. Atacaremos.

-Virou bandido agora? O que o fez mudar de lado?

-Vocês provocaram destruindo uma nave. Agir da mesma forma e com a mesma intensidade é justificável.

-Discordo.

-Sua resposta?

-Não!

-Atacaremos.

-A transmissão foi encerrada da nave do General. -Informou o Imdediato.

-Capitão, há mais dois cruzadores colocando-se próximos de nós. Estavam ocultados na atmosfera de um planeta gasoso. O esconderijo perfeito.

-A nave do General está energizando suas armas dianteiras.


Enquanto isso, a nave de serviços decolava do hangar principal, cujas portas vagarosamente havia iniciado a abertura.

-Trilhos energizados. Acionando propulsores de impulso.

-Giiiiiibrrrrrr!

-Acelerando.

-Giamm!

A pequena nave aerodinâmica estava no espaço.

-Droga! -Exclamou o piloto por rádio. -Torre, temos um cruzador sob nós.

-Tchiamm!

Na frente da primeira nave, um rastro flamejante cruzou e bateu no costado da Horizontes que estremeceu.

-Brrrrrrr!

Os alarmes interiores dificultavam que os oficiais falassem e escutassem.

-Relatório Comandante.

-Rombo no casco, escudo danificado e perdemos metade da nossa força de propulsão.

-Eles sabiam que lançariamos uma nave. -O Capitão assombrou-se com a possibilidade. -Pode haver um espião a bordo.

-Invasão no hangar.

-Alerta de invasão. Toda equipe de segurança alerta. Intrusos no hangar. -A voz feminina e metálica continuava a falar esse aviso.

Por interfone, o Imediato ordenou:

-Todas as alas temos condição nível três.


O General Kalar esperou uma nave ser lançada para rapidamente enviar suas forças iniciar a abordagem da Horizontes. Os invasores começaram a desembarcar e eram duramente reprimidos pelos soldados da segurança. Uma nave invasora foi atingida por um membro do grupo de combate em gravidade zero.

-Tchiumm! Bumm!

-Abaixem-se!

-Tchiumm.

-Nunca entre sem permissão na minha nave! -Exclamava um dos soldados.

...


O salto interestelar já não podia mais ser realizado. Parte da tripulação preparava-se para se dirigir às áreas de fuga e o Capitão teve a ideia de usar um aparelho ainda em fase experimental para transportar cargas a fim de viajar ao planeta, cujos sensores confirmavam a existência. Ele considerou a nave perdida e não desejava mais recuperá-la, mas completar a missão e salvar a tripulação.
-Conseguiram contato com a equipe de exploração?
-Nada ainda.
-Acompanhe-me.
Ender e Thirty deixaram o comando. Pegaram um elevador em meio à correria de oficiais e à luta corpo a corpo que se aproximava. Felizmente, ela permanecia no hangar principal. Os invasores, por ora, encontravam-se impotentes a bordo.
-Estamos conseguindo deter os soldados no hangar, mas não sei até quando. O General está no hiperespaço há duas horas daqui.
-Comandante, evacue a tripulação da nave se a invasão não puder ser controlada e eu vou completar a missão. -Cruzou uma porta.
-Mas, Almirante?!
O compartimento onde os dois achavam-se estava sendo usado como local de testes a uma nova invenção da Liga Interplanetária.
-Almirante, o Senhor pretende usar o teletransporte quântico?
-Sim.
-Mas, ele só é experimental e apenas para o transporte de cargas, não de pessoas.
-Se o computador armazena na memória a configuração de uma caixa de suprimentos, ele também fará o mesmo comigo.
-Não é seguro, pois o Senhor pode ser reintegrado sem vida.
-Risco válido pelo bem de nosso planeta.
-Escaneie-me e ative.
-Sim, Senhor.
O teletransporte aconteceu, enquanto isso os invasores moviam-se para a ponte de comando. Haviam cabos elétricos soltos do teto, paredes rachadas e queimadas, principalmente no hangar, feridos quedados esperando ajuda médica e oficiais continuando a luta. Era preciso evitar a dominação da ponte de comando e da sala de máquinas. O Imediato após concluir o transporte de seu Capitão voltou ao comando.

-Senhor, o cruzador que enviou a força de abordagem está se afastando.

-Reverter motores, afastar e preparar para disparar o que resta de energia nas armas da proa.
Um planeta pequeno, de atmosfera avermelhada e com nuvens escuras muito quentes, escondido entre as órbitas de dois mundos gasosos gigantes foi o lugar onde Ender Shin rematerializou-se. Ali, um estranho alienígena recebeu-o. A lenda, então, seria verdadeira? Haveria uma raça capaz de impor o fim da tirania de Zark?

-Capitão Ender Shin?

-Fala minha língua! Ótimo!

-Preciso encontrar uma nave que pousou aqui e...

-Sua nave pousou perto de um vulcão ativo e resgatamos sua tripulação. A propósito seja bem vindo ao Planeta Negro. Estamos em meio a um processo de metamorfose planetária aqui, adaptando o planeta para receber habitantes.

-Achamos que poderíamos encontrar aqui uma civilização técnica mais avançada que a qual eu pertenço do Terceiro Planeta ou de qualquer membro da Liga Interplanetária e a solução para nosso conflito com Zark.

-Só há uma base de pesquisa e a nossa nave aqui. -Respondeu o alienígena enquanto caminhavam. -Hum. Vieram atrás de um milagre. Zark tornou-se uma ameaça real a todo esse setor, porém meu governo pode detê-lo e proteger esse setor.

Eles entraram nas instalações de pesquisa. O anfitrião pertencia a uma civilização que vive em Épsilon Eridani. Ender Shin não viu nada que o impressionasse como havia imaginado. Ali, ele encontrou a tripulação da nave de serviços enviada para explorar o planeta.

-Capitão!

-Vejo que todos estão bem e alegro-me!

-Encontramos uma nave Zark na órbita e nosso novo amigo afastou-a.

-Eles queriam este mundo como base para expansão pelo setor, mas não contavam que este sistema pertence a Épsilon Eridani e que nosso governo enviaria uma missão para expulsá-los e garantir a posse definitiva desse mundo.

O alienígena ativou a tela de um computador e disse:


-Sua nave causou sérios danos a um cruzador de Zark e parece estar com pouco danos. Enquanto isso, as outras naves da frota inimiga estão se afastando do sistema e saltando numa área fora do alcance de nossos sensores.

-Isso me alivia.

A imagem captada foi o último ataque com os quatro emissores de radiação desintegradora da proa da Horizontes. A nave inimiga foi despressurizada e precisou ser abandonada. O General Kalar, seu comandante, tinha escapado.

Tempo depois, Ender Shin e a equipe de exploração decolaram na nave de serviço consertada pelos colonizadores daquele mundo que passava por uma mega transformação artificial e voaram para a Horizontes que passava por seus primeiros consertos e manobrava para deixar o sistema de Mira, porém demoraria dias até sua capacidade de salto ser restaurada. Nele, talvez, um novo aliado houvesse sido encontrado. Ali, Zark nunca mais ousaria invadir!


Não é justo escrever fim quando haverão outras aventuras.



No próximo episódio:

Zark faz um bloqueio contra naves da Liga e planeja dominar um mundo com uma civilização em desenvolvimento. Pelo menos, isso era o que se pensava até Ender Shin desembarcar com sua tripulação e descobrir algo novo, inesperado.