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domingo, 15 de setembro de 2013

Breve História da Reforma e Contrarreforma

 Autor: Itacir José Santim 

No século XVI a vida humana continuava sendo organizada conforme o calendário, o horário e os ritos religiosos. Os chamados dias santos eram respeitados. Aos sábados e nas vésperas das festas, a jornada de trabalho era reduzida para a preparação das cerimônias religiosas do dia seguinte. A morte como na Idade Média ainda preocupava muito as pessoas que desejavam saber com antecipação o que aconteceria a elas depois que morressem: iriam ao inferno, ao paraíso ou ao purgatório. Muitas pessoas temerosas e com recursos financeiros tentavam buscar uma solução para esse medo através da compra do perdão de Deus (Indulgência) vendido pela Igreja. Se a pessoa em vida tivesse cometido pecados considerados leves e pudessem ser redimidos após morrer ela passaria algum tempo no inferno do meio, conhecido como Purgatório, espécie de inferno temporário, onde passaria por muitos suplícios até ser recompensada com a entrada no paraíso. Seria, então, preciso que a mesma possuísse algum familiar vivo com recursos financeiros. Para isso, o familiar deveria comprar alguma indulgência ou fazer alguma boa obra em nome de quem morreu, assim o tempo de sofrimento poderia ser reduzido ou até mesmo cancelado. Se a pessoa morta fosse um usurário, pessoas que emprestavam dinheiro a juros, tudo o que ela recebeu a mais teria de ser devolvido para receber o perdão divino, senão deveria permanecer no Purgatório.
O clero nesse período era constituído por dois grupos: o alto clero e o baixo clero. Os membros do alto clero eram originários da nobreza e levavam uma vida luxuosa. Pode-se afirmar que eles sempre conseguiam os cargos maiores, mesmo sem ter as atribuições necessárias. Leiam esta crítica extraída do livro História geral das civilizações: os séculos XVI E XVII: os progressos da civilização europeia de Maurice Crouzet (1995):

Essa companhia de cônegos de Notre-Damme, recrutada na alta burguesia ou na nobreza, e entre os teólogos e canonistas mais reputados, mostra-se antes de tudo ciosa de administrar os bens da Igreja e defender os seus direitos e seus privilégios. Os curas das paróquias urbanas de Paris imitam-na. Mas o clero das cidades de província também se ocupa principalmente dos rendimentos de suas castelanias, de suas rendas e de seus dízimos. (p. 94)

Sabe-se também que a vida religiosa era destinada aos filhos mais novos das famílias nobres para evitar a divisão da herança. Já o baixo clero compunha-se de pessoas vindas de famílias pobres e sem prestígio, sendo muitos analfabetos. Eles precisam brigar com os beneficiários de suas paróquias para conseguir alguns centavos e/ou administrar algum negócio como lojas ou albergues com suas famílias e possuem maus costumes: bebem, brigam, jogam etc, conforme o autor acima citado.
A religião tinha se tornado uma sucessão de ritos mecanizados, repetitivos, pois dizia-se apenas palavras e repetia-se os gestos, era preciso acreditar naquilo que a Igreja afirmava, mesmo se contradissesse as Escrituras e nela própria. Nesse contexto, surgiram dois humanistas, os quais passaram a criticar ferrenhamente a Igreja e seus dogmas. Erasmo de Rotterdam e Martinho Lutero, porém eles divergiram entre si. O primeiro escreveu o famoso O Elofio da Loucura e o segundo no Sacro Império Romano Germânico fundou a Igreja Luterana, cujas características estão abaixo:

Quadro Comparativo entre Reforma Luterana e Reforma católica
Reforma Luterana
Reforma Católica (Contrarreforma)
A Bíblia é a única fonte da verdade divina e deve ser lida livremente por todas as pessoas.
A Bíblia só pode ser lida e interpretada por membros do clero.
Fim da hierarquia eclesiástica e do celibato.
Manutenção do celibato e da hierarquia na Igreja.
Abolição dos cinco dos sete sacramentos, restando somente o batismo e a eucaristia (comunhão)
Manutenção dos sete sacramentos: Batismo, Eucaristia, crisma, Penitência ou Confissão, Ordem, Unção dos Enfermos e Matrimônio
Negação da presença era do corpo e sangue de Cristo na hóstia e no vinho.
A Igreja Católica manteve a crença, confirmando-as no Concílio de Trento.
Fim do culto das imagens e santos
Confirmação do culto de imagens e santos.


O sacerdote francês convertido ao luteranismo, João calvino (1519 – 1564) influenciado por Lutero foi mais longe. Registrou sua obra em Instituição da religião cristã, pela qual pregava a aceitação exclusiva das sagradas escrituras, a predestinação e a eliminação das imagens de santos. O calvinismo surgido na Suíça ensinava que o lucro não era pecado e que a única maneira de alguém saber se estava predestinado à salvação era vencer nas relações econômicas com muito trabalho.
Na Inglaterra, o Rei Henrique VIII agindo mais por motivos políticos e religiosos rompe com o Papa em 1534 e publica o Ato de Supremacia. Nos anos posteriores a Inglaterra oscilou entre o Protestantismo e o Catolicismo. Os puritanos aderiram definitivamente às doutrinas calvinistas, dividindo o reino que levariam às Revoluções Inglesas do século XVII.
Enquanto isso, a Igreja Católica realizava a contrarreforma. A Inquisição ressurgiu, a Companhia de Jesus foi criada para difundir o catolicismo, livros foram proibidos através de uma lista chamada Índex e não houve nenhuma alteração da doutrina, conforme definiu os dezoito anos do Concílio de Trento, reunião realizada de 1545 a 1563, pela qual aconteceu a condenação do protestantismo, estabeleceu a doutrina sobre a autoridade do papa, as indulgências, os sacramentos, definiu os deveres e obrigações dos bispos, estabeleceu a regulamentação de formação do clero em seminários, manteve o celibato, proibiu a intromissão dos reis nos negócios eclesiásticos, confirmou o culto dos santos, o carácter indissolúvel do casamento, a crença no purgatório e organizou a congregação do índex. Apesar disso tudo, ela já não detinha mais seu monopólio de poder. Essas grandes mudanças estimularam o desenvolvimento capitalista e Lutero incentivou a alfabetização. Também muitas guerras religiosas aconteceram por toda a Europa, causando como consequência a fuga de milhares de pessoas para a América do Norte, constituindo, por exemplo, as Treze Colônias da América.

Referências:
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: Das Cavernas ao Terceiro Milênio – Da Formação da Europa Medieval à Colonização do Continente Americano. 2° Ed, Moderna, São Paulo, 2006.
CROUZET, Maurice. História geral das civilizações: os séculos XVI e XVII: os progressos da civilização europeia, Bertrand, Rio de Janeiro, 1995.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. Editora Ática, São Paulo, 2005.

SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História moderna e contemporânea. Ática, São Paulo, 1988.



domingo, 2 de junho de 2013

Breve História da Idade Média

Saindo da literatura para História
Breve História da Idade Média
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Autor: Itacir José Santim
O objetivo desse artigo é esboçar um resumo sobre Idade Média que pode ser usado em sala de aula. A fase denominada de Idade Média iniciou com a ruína do Império Romano no de 476 e teve como características básicas: a predominância do feudalismo que foi uma estrutura econômica, social, política e cultural que surgiu na Europa em substituição à estrutura escravista da Antiguidade romana. Com a ruína de Roma e o fim do escravismo, a população abandonou a cidade e procurou sobrevivência no campo. As invasões dos povos bárbaros, principalmente os germânicos, ajudaram a acelerar a queda do Império Romano Ocidental, a ruralização e a implantação do feudalismo. Durante esse período, outros povos também ocuparam partes da Europa, como os árabes no Mediterrâneo durante século VIII, impossibilitando as ligações comerciais entre o ocidente e o oriente. No século IX, ainda aconteceram as invasões normandas e magiares. Sobre o seu fim, vários historiadores consideram diferentes acontecimentos e épocas para a periodização. Alguns afirmam que ela terminou com a queda de Constantinopla em 1453, outros com a descoberta da América em 1492 e ainda o ano de 1800, por causa da Revolução Industrial.
Anteriormente, também foi mencionado que a base de toda a economia da Idade Média era agrária e de subsistência. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, sendo o feudo a principal unidade econômica. Ele se dividia em três partes: manso senhorial ou domínio, manso comunal e manso servil. Devido às obrigações (talha, corveia etc) que os servos tinham, eles não se sentiam estimulados a aumentar a produção. A principal técnica usada foi a rotatividade ou agricultura de três campos. Caracteristicamente, a sociedade apresentou-se segmentada em estamentos fixos. Nobreza, o clero e servos. Haviam os vilões que tinham menos deveres e mais liberdade. A escravidão foi rara nessa época. Os nobres que cediam as terras eram os suseranos e os que recebiam se tornavam vassalos. Disso surgia uma relação recíproca de dependência.
Vimos que durante o fim do Império Romano muitos povos estrangeiros que ocupavam aquelas terras formaram seus próprios reinos e monarquias. O mais destacado foi o reino germânico dos francos que alcançou destaque na Alta Média (séculos IV ao IX) quando se formou o sistema feudal exatamente nesse local, onde hoje corresponde à França e Alemanha. Esse reino ficou conhecido como o Império Carolíngio e em 800 Carlos Magno foi coroado imperador, apoiado pelo Papa Leão III que desejava expandir o Catolicismo. Durante a dinastia carolíngia o Império atingiu grandes extensões, o que gerou dificuldades para administração que foram solucionadas com o contrato de fidelidade. Disso surgiu o costume de vassalagem e suserania, porém isso enfraquecia o poder real. Vejamos alguns trechos do livro Feudalismo: uma sociedade religiosa, guerreira, e camponesa:
Hilário Franco Júnior afirma que “os reis merovíngios remuneravam seus servidores entregando a cada um deles uma extensão de terra a título de beneficium em troca de determinados benefícios prestados. Tal concessão era vitalícia, mas, como quase sempre era renovada em favor do herdeiro do concessionário falecido,...” (JÚNIOR, Hilário Franco, 20012, p.12).
  
Muitas vezes o detentor do benefício recebia um importante privilégio, que esvaziava ainda mais poder monárquico: a imunidade (immunitas). Por causa dela, determinados territórios ficavam livres da presença de funcionários reais,... Assim, o tornava-se detentor de poderes de pobres regalianos (isto é, inerentes ao rei), o que lhes permitia nos seus domínios exercer funções administrativas, aplicar justiça, realizar recrutamento militar, cobrar impostos e multas. (...) (FRANCO JÚNIOR, Hilário, 2012 p.12).

Os reis perdiam de seu poder de nomear e destituir seus representantes provinciais (duques, marqueses, condes), cujos cargos tornavam-se bens pessoais ou hereditários. (...)” (FRANCO JÚNIOR, Hilário, 2012 p.13).
Carlos Magno morreu no ano de 814, iniciando à fragmentação do Império com a partilha entre seus filhos. Com a morte repentina de dois dos herdeiros, Pepino e Carlos, Luís tornou-se o único governante e preferiu dividir o Império entre seus três filhos, porém um quarto filho nasceu e ele decidiu fazer uma nova repartição, gerando revolta contra o pai. Em 843, assinado o Tratado de Verdún as disputas terminaram.
As invasões dos Vikings, Muçulmanos e Húngaros aconteceram por ter diminuído o poder central e aumentado a autonomia dos feudos. O islamismo, então, passou a dominar o Oriente, a África do Norte, a Península Ibérica, partes do sul italiano e ilhas do mediterrâneo. Até o ano de 1453 onde atualmente é a Turquia continuou existindo o Império Romano do Oriente ou Bizantino, cuja capital era Constantinopla, atual Istambul. Nas ilhas britânicas formaram-se os Reinos Anglo Saxônicos.
Nessa época, a Igreja cristã tornou-se a mais poderosa instituição feudal do ocidente europeu. Acreditava-se que o clero cristão tinha sido escolhido, instruído e investido de poderes pela Divindade. Cristo escolheu os discípulos, primeiros bispos e estes outros. Ela se considerava a herdeira do Império Romano, formava uma sociedade autônoma e organização de leis, além de ter um grande poderio econômico. Firmou aos poucos uma mentalidade simbólica que via no mundo um grande enigma decifrável somente pela fé. O mundo ganhou sentido intermediado por Deus e a razão passou a ser vista como instrumento diabólico que afastava o homem da verdade. Todavia, o lado mais negro da Igreja Católica também surgiu nesse período com a criação da Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício no século XII para perseguir aqueles que contrariavam a fé cristã.
O período conhecido como Baixa Idade Média (séculos X a XV) foi marcado por grandes transformações na sociedade. Houve um crescimento populacional razoável que era barrado pelo modo feudal de produção e exigiu melhorias das técnicas agrícolas, porém mesmo com elas não havia estímulo ao servo produzir mais, devido às tributações. Nessa época, as Cruzadas convocadas pelo Papa Urbano II em 1095 começaram, terminando em 1270. Elas possibilitaram o Renascimento Comercial, beneficiando principalmente as cidades italianas de Gênova e Veneza, estimularam inovações na construção naval, estabeleceram novas rotas comerciais e os produtos orientais aumentaram as possibilidades de enriquecimento. Os contatos por rotas terrestres e fluviais entre o norte e sul do continente europeu intensificaram-se. Surgiram as feiras, locais temporários de comércio como a de Champanhe na França. Esse comércio possibilitou o retorno da circulação de moedas, a entrada das letras de câmbio e das atividades bancárias. A título de curiosidade, destaco que a Igreja perseguia fortemente os usurários. A cobrança de juros na Idade Média era condenada. As ligas comerciais ou hansas surgiram no século XII. Eram associações entre várias cidades para o comércio de longa distância. A Hansa Teutônica, associação de mercadores alemães, foi muito influente. Elas foram responsáveis pela dinamização das cidades, o renascimento urbano e dos mercados, prenunciando o desenvolvimento econômico capitalista nos séculos XV e XVI. Outro tipo de associação importante foram as guildas ou corporações de ofícios que reuniam profissionais, donos de oficinas artesanais do mesmo ramo como a associação de sapateiros, por exemplo, para administrar a concorrência entre os membros e controlar os preços de suas mercadorias. Cada oficina era controlada por um mestre que pagava a um funcionário, o jornaleiro, e mantinha aprendizes que recebia apenas alimentação e vestuário.
A crise do feudalismo e o fim da Idade Média. O sistema social vigente dificultava o comércio por haver muitas diferentes de feudo para feudo. Havia, por isso, o interesse da burguesia em instituir um poder forte e centralizado, ao passo que os reis politicamente também desejavam fortalecer-se, submetendo a nobreza e limitando a atuação da Igreja. Assim, a burguesia e os reis passaram a se aliar a partir do século XI. A centralização do poder permitiu a instituição de um exército, impostos, moedas e justiça que abrangesse todo o reino. O exemplo mais significante de formação de uma monarquia nacional é o da França, a partir de 1328 com a Dinastia Capetíngia que superou a autonomia dos senhores feudais e instalou um poder real forte e centralizado. Destacam-se os reis Filipe Augusto, Luís IX e Filipe IV.
Do ano de 1337 a 1453, a França e a Inglaterra, as duas primeiras monarquias nacionais, envolveram-se num conflito pela região de Flandres conhecido como a Guerra dos Cem Anos. Essa localidade era ligada por laços de vassalagem aos franceses e economicamente dependia dos ingleses. Durante a primeira fase do conflito (1337-1422), o exército inglês venceu a maioria das batalhas e impuseram aos franceses a Paz de Brétigny, pela qual a Inglaterra ocupava um terço do território francês. Nos anos de 1315 a 1317, a fome assolou a Europa. A população desnutrida sujeitava-se a todos os tipos de moléstias como a Peste Negra ou Bubônica que de 1347 a 1350 matou cerca de vinte e cinco milhões de pessoas. Vários foram os fatores para a fome como: o esgotamento do solo, mudanças climáticas, transformação das áreas de plantio para criar ovelhas e despovoamento do campo e das cidades. A França mesmo assolada pela fome, a peste e a guerra passava a ter reivindicações da burguesia parisiense por maior participação nas decisões e no interior aconteceram as revoltas camponesas ou jacqueries. A guerra reiniciou após a assunção de Carlos V no poder da França e com um exército reunificado a maioria dos territórios ocupados fooi recuperada, porém a morte do rei levou a uma nova disputa entre os membros da nobreza: armagnacs e borguinhões. Estes últimos se aliaram aos ingleses. Em 1422, a França de novo estava dividida. O povo francês continuou a lutar por sua libertação. Nesse contexto a filha de humildes camponeses, dizendo-se enviada de Deus, surgiu para derrotar os ingleses. Ela era Joana D'Arc. Libertou boa parte da França e conseguiu com que Carlos VII fosse coroado em Reims, porém em 1430 presa por borguinhões foi entregue aos ingleses, julgada por tribunal eclesiástico e assassinada na fogueira. A guerra prosseguiu e em 1453 os ingleses foram expulsos, consolidando as bases do primeiro Estado nacional e acelerando o desenvolvimento econômico francês na Idade Moderna.
Esse período não demonstrou apenas aspectos ruins. As primeiras universidades como a de Bolonha, Paris e Oxford, por exemplo, surgiram já nos séculos XII. Artisticamente predominaram os estilos românico e gótico nas construções como as das grandes catedrais que apareceram durante toda a Idade Média. Na literatura, tivemos as cantigas, poesias e novelas de cavalaria.
A Idade Média terminou, assim, com o fim do feudalismo, quando os reis conseguiram aumentar o seu poder, graças ao apoio da burguesia e iniciou uma série de transformações que dariam origem ao mundo moderno, conforme aprendemos a conhecer.

Referências:
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio – da formação da Europa medieval à colonização do continente americano. 2° Ed, São Paulo, Moderna, 2006

FRANCO  JÚNIOR, Hilário.  A Idade Média: nascimento do Ocidente. 2° Ed, São Paulo, Brasliense, 2001

FRANCO JÚNIOR, Hilário. Feudalismo: uma sociedade religiosa, guerreira, e camponesa. São Paulo, Moderna, 2012

VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo, Scipicione, 1997