Autores: Letícia Bresolin; Itacir José Santim
Introdução
A corrida espacial foi
uma competição entre Estados Unidos e a União Soviética para o
desenvolvimento da tecnologia de exploração espacial que aconteceu
durante todo o período da guerra fria. Isso foi uma consequência da
corrida armamentista iniciada no final da década de 1940 pelos norte
americanos com a finalidade de assustar e deter a expansão
soviética. Eles saíram na frente no desenvolvimento das armas
nucleares, mas não no setor espacial, onde no final da década de
1950 a potência socialista demonstrou ter maiores vantagens quando
conseguiu lançar o primeiro satélite artificial, o Sputnik I, e
posteriormente a primeira cosmonave tripulada, a Vostok I comandada
pelo Major Yuri Gagarin. Irônico. Uma tecnologia usada inicialmente
para matar como os foguetes alemães V-2 que atingiram Londres em
1944 transformou-se no instrumento que realizou o sonhos da viagem
espacial, descrito por escritores como Júlio Verne, autor de Da
Terra à Lua,
e até de astrônomos como Johannes Kepler que em 1634 publicou
Sonho,
primeira obra que relatou uma viagem à lua
Este trabalho deverá fazer um breve resumo dessa competição que
terminou com a rotinização das viagens espaciais, os satélites
artificiais que transformaram a pesquisa espacial e as comunicações,
a exploração da lua, dos planetas e as estações orbitais. Nesse
texto também será possível perceber que a história da
astronáutica não está somente ligada à guerra, mas a uma busca de
ampliar o conhecimento humano sobre o universo. Boa leitura.
Von Braun, O pai
da astronáutica alemã
Em 23 de Março de
1912, na cidade de Wirsitz, na
Alemanha, nascia Wernher Magnus Maximilian Von Braun. Muito cedo ele
demonstrou interesse pela ciência, música, e também as obras de
Júlio Verne. Conta à lenda que, quando criança, ele construiu um
"foguete" usando buscapés; seu "veículo espacial"
interrompeu o voo no meio da sala de estar da casa, chegando a
provocar um incêndio.
Em 1923, foi para a
escola de Francês em Berlim, onde não demostrou ser brilhante em
matemática, nem em física. Após 5 anos, seu pai Magnus Von Braun,
transferiu-o para uma das instituições escolares Hermann Leitz,
onde eram aplicavam novos métodos de educação. Concluiu o segundo
grau em 1929. Um ano após entrou para a Universidade Técnica de
Charlottenberg, ao mesmo tempo, fez estágio na usina de locomotivas
Borsigwerke.
Após
o
encontro com fusólogos alemães, Von Braun apaixonou-se pelos
foguetes e pelas viagens espaciais. Tornou-se membro da Sociedade
para viagens espaciais e participou de experiências com foguete,
junto a esse grupo de amadores, na Raketenflugplatz, em Berlim. No
ano de 1931 estudou engenharia no Instituto Federal de Tecnologia de
Zurique, na Suíça. No ano seguinte retorna a Alemanha onde recebe o
diploma de engenheiro, ele começou a trabalhar para o exército
alemão fazendo pesquisas sobre foguetes. No mesmo ano, vem a obter
uma bolsa do exército na Friedrichs-Wilhelms Universitat, que em
1934, obteve o doutorado em Física com uma tese teórico-prática
sobre motores de foguete a combustível líquido.
Ele
se dedicou a experiência com foguete no campo de artilharia de
Kummersdorf, próximo de Berlim,
fez parte de um grupo que se dedicou a desenvolver experiências
iniciada naquela sociedade de amadores. O início foi decepcionante.
Na noite de 21 de dezembro de 1932, um foguete que fora anteriormente
um sucesso na Sociedade de viagens espaciais explodiu. Dornberger lhe
aconselhou que se deveria tirar proveito dos próprios fracassos.
O
primeiro foguete, um A 1,
com 150Kg, tendo como combustível oxigênio líquido e etanol,
conseguiu desenvolver um empuxo de 300 decanewtons. Em 1934, este
míssil se transformou no A 2. Depois de 1935, Von Braun e a sua
equipe de 25 especialistas experimentaram foguetes possantes, que
chegaram a atingir de 1.000 a 1.500 decanewtons. (MOURÃO,
1999. p. 51)
As
instalações de Kummersdorf acabaram ficando escassas para os
ensaios dos foguetes. Procuraram um sítio numa região isolada,
relativamente plana, para que pudesse se acompanhar os voos a grande
distâncias e se que permitissem as decolagens e aterrissagens de
aviões com motores de foguete, que era o grande interesse da
Luftwaffe. Foi sugerido pela mãe de Von Braun um sítio que ficava
próximo de sua cidade natal – Anklam – situava-se na embocadura
do rio Peene, a cerca de 140 Km ao norte de Berlim, na ilha de
Usedom, no Báltico, após uma visita de Dornberger, o local foi
considerado perfeito e logo foi adquirido.
Em
1939, Adolf Hitler assistiu a experiências estáticas de motores de
foguetes. Consciente da situação Dornberger compreendeu que tinha
chegado a hora de conceber um foguete operacional, capaz de
transportar cargas explosivas de uma tonelada a mais de 360Km de
distância. (MOURÃO,
1999. p. 51)
Para isso era
necessário um foguete que desenvolvesse um empuxo de 30.000 a 35.000
decanewtons. Este projeto, foi designado de A4, mais tarde viria a
ser conhecido de V2. Foi lançado com sucesso o primeiro A4, no dia 3
de outubro de 1942. Foram necessários dois anos para que ele se se
torna operacional.
Na
pesquisa destes foguetes e de outro mísseis antiaéreos, como o
Wasserfall,
Von Braun trabalhou com uma equipe de 1.960 cientistas e engenheiros
e 3.852 empregados. Uma missão com 600 bombardeiros da RAF 9Royal
Air Force), na noite de 17 de agosto de 1943, sobre Peenemünde,
provocou a morte de 800 pessoas do centro. (MOURÃO,
1999. p. 51)
Além desse
contratempo outro viria a retardar ainda mais as pesquisas: no dia 15
de março de 1944, Von Braun veio a ser preso pela Gestapo por
afirmar que o A4 poderia ser usado para seu velho: as viagens ao
espaço. Ele deveria ter lhes dito que os A4 permitiriam que a
Alemanha ganhasse a guerra. Após várias semanas de prisão em
Stettin, ele foi liberado graças à intervenção do ministro dos
Armamentos, Albert Speer, junto a Adolf Hitler, que só permitiu a
sua liberação com a condição de que Von Braun permanecesse sob a
observação de Dornberger, assim que retornasse às suas atividades
em Peenemünde.
A
última V2 foi lançada em 19 de fevereiro de 1945. Em fins deste mês
Von Braun decidiu abandonar Peenemünde. Era impossível transferir o
centro quer para o leste ou para oeste, pois de um lado avançavam os
soviéticos e do outro os norte-americanos.” (MOURÃO,
1999. p. 51)
Em
virtude de um braço quebrado, por um acidente automobilístico no
mês de março, Von Braun passa
quase
todo o tempo em um hospital. A Guerra estava findando. No dia 2 de
maio de 1945 com o seu irmão Magnus, diversos engenheiros e seu
amigo, o general Dornberger, renderam-se à 44ª Divisão de
Infantaria
dos EUA.
Em
dia 20 de setembro de 1945, Von Braun chegou a Fort Strong, em
Boston, de onde partiu para o Fort Bliss, no Texas, onde permaneceu
durante cinco anos. Em White Sands, nos desertos do Novo México, a
28 de junho de 1946, foi lançado o primeiro foguete V2, nos EUA. Os
norte-americanos se contentavam em desenvolver uma versão
aperfeiçoada do V2: o foguete Redstone.
Neste período, em Fort Bliss, Von Braun redigiu seu primeiro livro –
Projeto Marte – uma mistura de Ficção e realidade, cujo objetivo
era divulgar o seu velho sonho da adolescência: uma viagem ao
planeta Marte. Os alemães sentiam-se inúteis, pois acreditavam
poder favorecer os EUA criando algo novo. Em 20 de agosto de 1953, o
primeiro foguete Redstone
foi lançado do Cabo Canaveral, na Flórida. (Mourão, 1999, p. 52)
No
dia 15 de setembro no ano de 1954, Von Braun sujeitou-se
ao coronel Holger N. Toftoy um relatório, no qual propõem-se o
lançamento de um satélite de 2,3 Kg usando como primeiro estágio
um foguete Redstone
e diversos estágios superiores, provido por feixes de foguetes
curtos de pólvora, que eram denominados Loki. Esse relatório serviu
de base para um projeto Orbiter que foi desenvolvido em conjunto do
Exército e da Marinha dos EUA. O projeto foi reprovado, pois o
Vanguard foi o escolhido. Von Braun, seu irmão Magnus e outros
quarenta colaboradores em 14 de Abril de 1955 receberam a
nacionalidade norte-americana.
No período de 1974
a 1976, consagrou-se também ao organizar o National Space Institute.
Nessa época, a sua saúde era fraca, em virtude da lenta evolução
do cancêr que lhe consumia as forças. Em 31 de dezembro de 1976
deixou Fairchild. No início de 1977, o presidente Gerald Ford
homenageou com a National Medal of Science. (Mourão, 1999, p. 53)
Além de se dedicar
a pesquisas, também era um notável divulgador das ciências
espaciais. Esses artigos foram reunidos posteriormente em um livro
chamado Space Frontier.
Após
um longo período doente, veio a falecer em 16 de junho de 1977, em
Alexandria, Virgínia,
EUA, sem que tivesse visto seu sonho de colocar um homem
no Planeta Marte ser realizado.
Breve História
da Astronáutica dos Estados Unidos
Os cientistas
alemães quando aperfeiçoaram os foguetes V-2 durante a Segunda
Guerra Mundial, não apenas inauguraram um tipo novo de arma de
guerra, como também estavam criando um instrumento para a exploração
humana da Lua e dos planetas do sistema solar.
Após o sucesso dos
foguetes alemães na Segunda Guerra Mundial começou-se a promover
programa basicamente militar até meados dos anos cinquenta.
Os
EUA utilizaram
foguetes V-2 que foram capturados na Alemanha para executarem seu
primitivo programa de pesquisa espacial, levando instrumentos
científicos para as camadas superficiais da atmosfera. Ele
se
tornou instável e acabavam caindo quando o motor parava de
funcionar, isso limitava o volume de dados transmitidos pelo rádio
para a Terra. Imediatamente ficou claro que necessitava aperfeiçoar
novos foguetes concebidos especialmente para sondar as altas camadas
da atmosfera e o espaço cósmico. Aliás, o estoque de V-2 terminou
logo.
Surgiu o “Aerobee”
(Abelha Voadora), um míssil com dois estágios que era capaz de
levar algumas dezenas de quilos de instrumentos, acima de 150 KM de
altitude. Esse foguete começou sua carreira em 1952.
Maior
e mais poderoso que o “Aerobee” era o “Viking”, construído
pela companhia Martin para o Laboratório de Pesquisas da Marinha.
Naquela época as pesquisas espaciais eram executadas
independentemente pelos cientistas da Marinha, do Exército e da
Força Aérea. (TAYLOR,
1974, p. 80)
Um dos motivos para
o atraso dos Estados Unidos na primeira etapa da corrida espacial é
descrito abaixo:
Ao
contrário da URSS, que precisava desenvolver mísseis balísticos de
longo alcance para atingir o território dos EUA, estes últimos, por
terem seus foguetes situados nas fronteiras europeias, se contentavam
em aperfeiçoar mísseis de médio alcance. Essa foi a razão pela
qual os primeiros lançadores dos satélites norte-americanos tiveram
sua origem em mísseis de reduzido alcance. Por exemplo, como
consequência do Míssil de Readstone
da Marinha dos EUA surgiu o pequeno lançador de três estágios
Vanguard,
primeiro foguete usado para tentar uma satelização nos EUA, aliás
sem sucesso. De fato, o primeiro satélite norte-americano seria
colocado em órbita por um foguete Júpiter C do Exército dos EUA,
em fevereiro de 1958. (MOURÂO,
1999, p. 63)
Havia
concorrência entre Força a Aérea, o Exército e a Marinha com isso
acabaram por desenvolver seus próprios mísseis de maneira
independente, com isso fez com que houvesse grande número de mísseis
disponíveis
para as aplicações espaciais.
Apesar
de alguns aperfeiçoamentos, o Vanguard
permaneceu com sua capacidade de satelização tão fraca que acabou
por ser abandonado. Foi substituído
pelo Scout,
desenvolvido a partir de meados de 1958 pela empresa Vought
Corporation, num contrato conjunto
da NASA e do Ministério de Defesa, que fora escolhido para produzir
um lançador com base nos elementos já existentes. (MOURÃO,
1999. p. 63)
O
aumento da capacidade de alcance dos foguetes soviéticos estimulou o
governo dos EUA a fixar em dois anos
os seus objetivos em matéria de mísseis. Eles visavam desenvolver
mísseis de 2.400Km de alcance, como o IRBM – Itermediate Range
Ballistic Missille (Míssil Balístico de Alcance Médio), e os
mísseis de 6.000Km de alcance, o ICBM – Intercontinental Ballistic
Missile (Míssil Balístico Intercontinental), como os Minuteman
dos EUA e os SS-16
da URSS, todos de combustíveis sólidos. No primeiro grupo, o
Exército desenvolveu o Júpiter;
a Marinha, o Polaris,
de cobustível sólido (pólvora); e a Força Aérea, o Thor.
O primeiro e o terceiro, que tinham como particularidade o emprego do
mesmo motor Rocketdyne
de combustível Líquido (oxigênio líquido e querosene), de 71.170
decanewtons de empuxo, apresentaram grande sucesso com alguns meses
de intervalo em 1957. O Júpiter,
construído pela Chrysler, teve uma vida efêmera, ao contrário do
Thor,
da Douglas, base de uma numerosa família de lançadores Thor-Delta
que, com o tempo, passaram a ser designados simplesmente Delta,
depois de mais de 35 anos de seu primeiro voo, sofreu uma notável
evolução, sendo até hoje utilizada para lançamentos de satélites.
O segundo grupo – os mísseis intercontinentais de longo alcance –
deu origem a vários lançadores: o Atlas,
da Convair, míssil monoestágio de combustível líquido (oxigênio
líquido e querosene), cuja particularidade é a de abandonar em voo
os motores principais que lhe permitiam decolar. Concebido
comestruturas metálicas muito leves, o Atlas
pode, sozinho, colocar em órbita baixa uma carga de 1,5 tonelada. Um
outro tipo de míssil intercontinental é o Titan,
criado pela Martin Marietta para a Força Aérea, e constituído por
um foguete de dois estágios, empregado como combustível líquido o
peróxido de nitrogênio. O primeiro voo, com sucesso, de um Atlas
ocorreu em 1958, e o de um Titan, em 1959. Esses dois mísseis
tiveram um grande desenvolvimento, tanto como lançadores espaciais
quanto como mísseis balísticos.” (MOURÃO.
1999, p. 63-64)
O Atlas tornou-se o
lançador da NASA em missões automáticas, com estágios superiores
Agena de combutível líquido e o OV-1B que era a combustível
sólido (pólvora). Apartir de 1963, com o estágio de oxigênio e
hidrogênio ambos líquido, surgiu o Centaur, primeiro estágio a
empregar esse conjunto de combustíveis. O Atlas possibilitou vários
sucessos, como por exemplo o primeiro voo orbital norte-americano
tripulado.
Houve
apenas uma única família de lançadores que foi de origem puramente
civil essa foi a série Saturn. Na verdade, os primeiros estudos
foram iniciados no grupo de estudo militar, que era dirigido por Von
Braun, que visava o desenvolvimento do Saturno
I.
No
Natal de 1968, os tripulantes da Apollo
8 foram
os primeiros a fazer uma viagem em torno da Lua. Porém, no ano
seguinte, a expedição Apollo
11,
resultado de um investimento no valor de 20 bilhões de dólares, fez
pousar na Lua a primeira nave. New
Astrong e
Edwin
Aldrin foram
os primeiros homens a caminhar sobre o solo lunar.
Após 1969, depois
do sucesso da missão Apollo a NASA, preocupada em realizar a
lançadeira espacial, o Space Shuttle, abandonou-se os planos do
Saturn, e dedicaram-se no desenvolvimento de um lançador com partes
recuperáveis e um orbitador que se destacava desse lançador para
entrar em órbita, que retorna depois à superfície terrestre para
aterrissar
como se fosse um avião. Esse
foi o programa dos ônibus espacais
que perdurou até 2012 e foi cancelado pelo Presidente Barack Obama.
Breve História da Astronáutica Russa
Tsiokolviski: O Homem que Compreendeu Júlio Verne
O grande avanço russo
na astronáutica não foi necessariamente ao uso de foguetes alemães
como o V-2, mas da contribuição de seus precursores na própria
Rússia Czarista. Konstantin Eduardovich Tsiokolvski, nascido a 17 de
setembro de 1857, na pequena cidade de Ijevskoie, no distrito de
Spassk, durante o governo de Riazan. Filho de uma família pobre,
cujo pai era guarda-florestal. Um fato curioso foi que aos dois anos
ele contraiu escarlatina, ficando surdo, porém isso não o impediu
de ser alfabetizado e aos oito anos aprendeu a ler e escrever e logo
se apaixonou pela leitura, principalmente das obras do autor francês
Júlio Verne que o fez se interessar pelos voos interplanetários.
Aos quatorze anos começou a estudar matemática e física. Em 1873
tentou entrar para a Escola Técnica de Moscou, época
estabelecimento de ensino superior, mas fracassou no vestibular e
acabou permanecendo por três anos estudando como autodidata e
frequentando as bibliotecas públicas. Estudou geometria analítica,
trigonometria esférica, álgebra, cálculo integral e diferencial,
mecânica e astronomia. Gastou tudo que seu pai mandava em livros e
equipamentos para suas experiências, porém em 1876 teve de voltar a
Viatka, onde passou a se sustentar dando aulas particulares. No ano
de 1878, tornou-se mestre-escola em Boyovsk, província de Kaluga,
onde passou a realizar suas experiências num laboratório construído
em casa. Baseado nelas, redigiu memórias como A
Teoria dos Gases
e em seu artigo Espaço
Livre de
1883 descreveu as condições de ausência de gravidade. Já em 1903
publicou a obra Exploração
do Espaço com Reatores, na
qual discutiu sobre o uso de foguetes para impulsionar naves
interplanetárias, propondo o emprego de hidrogênio e oxigênio
líquidos como combustíveis e deduziu como eles se deslocariam num
espaço sem gravidade, além do seu rendimento e da influência da
resistência do ar durante a trajetória. Não recebeu muita ajuda do
governo antes da Revolução de 1917, mas com o regime soviético no
poder sua atividade científica passou a ser mais apoiada e em 1919
foi eleito membro da Academia Soviética de Ciência. Entre 1925 a
1935, Tsiolkovski escreveu mais de sessenta trabalhos e estabeleceu o
conceito de foguetes de múltiplos estágios, pelo qual afirmava não
ser possível a um único escapar da gravidade da terra. Chamou isso
de foguete-trem em 1929, quando analisou detalhadamente o
funcionamento de um foguete de múltiplos estágios, mas não
construiu nenhum modelo experimental. Infelizmente, seus trabalhos
foram esquecidos e o desenvolvimento da astronáutica russa só
começou depois da Seguda Guerra Mundial graças aos fusólogos
Serguei Pavloviteh Korolev e Valentin Petrovitch-Glushko por motivos
militares.
O Desenvolvimento Experimental da Astronáutica Russa
Os principais idealizadores da astronáutica na Rússia
foram conterrâneos do próprio país e das Repúblicas Soviéticas,
diferindo dos norte-americanos que dependeram de engenheiros alemães
como Von Braun trazidos logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
Serguei
Pavloviteh Korolev nascido na Ucrânia em 1906 começou a trabalhar
na indústria aeronáutica em 1927. Ele estudou no Instituto
Politécnico de Kiev e na Escola Superior Técnica de Moscou, onde
obteve seu diploma de engenheiro na área em 1929. Aos dezoito anos
construiu o seu primeiro planador, sendo o mais notável A
Estrela Vermelha, usado
para as mais espetaculares acrobacias e o SK-9 apresentado em 1935 e
mais tarde dotado de um motor-foguete a combustível líquido.
Familiarizou-se com os trabalhos de Tsiolkovski e desde 1930
consagrou-se como grande especialista em sua área quando se dedicou
à construção de motores para caças e em 1940 construiu o primeiro
planador-foguete mono tripulado RP-318-1. Durante os anos da Segunda
Guerra Mundial esse engenheiro dedicou-se a aperfeiçoar aviões
militares com motores-foguetes de combustível líquido. Já em 1946
o governo soviético encarregou-o de dirigir os trabalhos de
desenvolvimento de foguetes balísticos de longo alcance que
garantiram o surgimento em 1956 dos primeiros mísseis estratégicos
e um ano depois do primeiro míssil balístico intercontinental capaz
de carregar uma ogiva nuclear para qualquer ponto do planeta.
O surgimento dos mísseis balísticos intercontinentais
possibilitaram a idealização do lançamento de um satélite
artificial e de viagens espaciais tripuladas, as quais depois do
Sputinik I Korolev passou a se dedicar. De 1949 a 1955 foguetes com
cápsulas recuperáveis foram regularmente lançados e em alguns
casos elas levaram animais a fim de compreender o comportamento de
organismos biológicos em ambiente de gravidade nula e posteriormente
aperfeiçoar a tecnologia que transportaria um cosmonauta soviético
para a órbita terrestre. O nome desse engenheiro está associado aos
principais eventos da cosmonáutica soviética até sua morte em
1966. Ele foi um dos responsáveis pelo satélite Sputnik I, primeiro
satélite artificial da Terra (1957), as primeiras fotografias da
face oculta da Lua (Lunik III, 1959), pela Vostok I, primeira nave
tripulada por Yuri Gagarin (1961), a primeira cosmonauta Valentina
Tereshkova na Vostok VI (1963), a primeira saída de um homem no
espaço por Alexei Leonov (1965), o primeiro impacto interplanetário
de uma sonda ocorrido em Vênus (1966) e a primeira alunissagem de
sonda (Lunik IX, 1966). Seus estudos garantiram a construção das
naves Vostok e Voskhod, além das sondas lançadas para a Lua, Vênus
e Marte e as da série Electron, Molniya, Cosmos e Zond.
Considerasse-o um dos fundadores do programa espacial soviético.
Outro grande contribuinte russo no campo experimental da
cosmonáutica foi Valentin Petrovitch-Glushko nascido em Odessa em
1908. Seu interesse foi influenciado pela literatura de Júlio de
Verne ainda na infância. Interessou-se pelos trabalhos de
Tsiolkovski e construiu um laboratório de Química em casa para
estudar a construção de foguetes. Tendo completado seus estudos na
Universidade de Leningrado, passou a se preocupar com a ideia de
desenvolver uma espaçonave movida a energia solar, a qual lhe
garantiu uma monografia e o ingresso para o Laboratório de Dinâmica
dos Gases, onde testou os primeiros foguetes de pólvora com pouca
fumaça, os quais serviram de base para a construção dos foguetes
Katyushas, atualmente muito usados por organizações terroristas a
fim de atacar Israel.
Durante a guerra tanto Glushko quanto Korolev tiveram de
usar seus talentos para o desenvolvimento de torpedos, aviões e
mísseis de combustíveis líquido. O primeiro já havia testado
outras alternativas energéticas com nitrogênio e querosene, por
exemplo. Seus motores foram a base da aviação soviética. Após o
fim do conflito, eles trabalharam num modo de compensar o enorme
avanço da aviação estratégica dos Esados Unidos projetando e
construindo novos tipos de mísseis. Então, em 1950 Korolev testou o
primeiro míssil intercontinental soviético, o R-7 composto de dois
estágios RD 107 e RD108, projetados por Glushko, considerado também
um dos principais fundadores do programa espacial soviético.
Petrovitch teve grande importância no lançamento do Sputnik, no voo
da Vostok I, no projeto da lançadeira reutilizável Buran (versão
soviética do Space Shuttle americano) e de seu transportador, o
foguete Energia. Ele faleceu em 1989 aos oitenta anos.
O Sucesso Espacial da União Soviética
A Corrida Espacial formalmente começou em 1957 e a
primeira vitória foi soviética. Naquela época, os Estados Unidos
não tinham superioridades no campo dos foguetes, contentando-se a
pedir à equipe de Von Braun fabricar versões melhoradas dos mísseis
alemães V-2 que foram denominados de Redstone, pois não dependiam
deles para transportar suas ogivas nucleares contra a União
Soviética se fosse ordenado um ataque, já que além do monopólio
nuclear possuíam bombardeiros gigantes baseados em vários locais da
Europa que poderiam transportar as pesadas armas. Os soviéticos não
dominavam totalmente a fabricação de aviões, então trilharam o
caminho inverso com a fabricação de enormes foguetes de longo
alcance para transportar suas pesadas bombas nucleares contra os
Estados Unidos, pois não tinham descoberto ainda uma forma de
miniaturizá-las. Isso garantiu inicialmente o predomínio soviético
na parte fase da era da astronáutica com a adaptação do míssil
intercontinental R-7 como lançador de satélite.
Então, no dia 04 de outubro de 1957 o mundo foi
surpreendido quando a rádio de Moscou transmitiu o comunicado da
Agência de Notícias TASS sobre o lançamento do primeiro satélite
artificial do mundo, o Sputnik I, uma esfera metálica de 58 cm de
diâmetro, 83 kg e 600 gramas, cuja órbita era realizada em 95
minutos. Seus dois transmissores tiveram potência suficiente para
transmitir sinais em forma de mensagens telegráficas a cada três
décimos de segundo, conforme noticiou o Estado de S. Paulo um dia
depois do feito. Desse fato, deve-se destacar algo curioso: o pequeno
objeto podia ser visto usando um pequeno binóculo de qualquer parte
do Brasil e radioamadores poderiam escutá-lo. Um mês depois, a
União Soviética laçou o Sputnik II com a cadelinha Kudriavka
(Crespinha) da raça Laika a bordo de uma cabine pressurizada e
demonstrando em pouco tempo ter conseguido multiplicar em seis vezes
o peso de seus satélites. Outras cobaias foram usadas com a
finalidade de aperfeiçoar a nave Vostok. Nesse momento surgiu a
ideia de que os foguetes soviéticos eram superiores aos americanos
que corriam para corrigir as falhas de seu foguete Júpiter C e
lançar o primeiro satélite dos Estados Unidos com apoio de Von
Braun que devia acontecer em 1958, mas em virtude de problemas com
esse lançador foi atrasado.
O foguete R-7 inicialmente tinha sido projetado para
transportar as bombas de hidrogênio contra os Estados Unidos. Ele
possuía um elemento central cilíndrico e quatro foguetes cônicos
laterais movidos a oxigênio líquido e querosene que eram ativados
simultaneamente durante o lançamento. Cento e quarenta segundos
depois, os impulsores laterais eram soltos e a parte central
continuava sua trajetória até colocar em órbita o satélite. Tinha
trinta metros de altura, 10,3 metros de base, pesava 300 toneladas e
desenvolvia quinhentas toneladas de impulso. Com ele, até 1992 os
russos realizaram mais de mil lançamentos, inclusive as Vostok e
Voskhod.
A Odisseia Soviética ao Espaço
Tendo
surpreendido com o lançamento do primeiro satélite artificial, a 12
de abril de 1961 a União Soviética lançou a cosmonave tripulada
Vostok I sob o comando do major Yuri
Alekesyevitch Gagarin. A viagem durou uma hora e quarenta e oito
minutos provando ser possível ao homem resistir às acelerações, à
falta de peso, à radiação cósmica e a outros perigos existentes
no espaço. A espaçonave Vostok tinha menos de 3 metros de diãmetro,
pesava cerca de 5200 kg e compunha-se de 3 módulos presos entre si.
A cabine tripulada era uma esfera contendo um acento ejetável de
jato, um painel de controle, o depósito de água, o sistema de
calefação e o depósito de paraquedas. O veículo foi projetado
para usar a parte mais pesada de sua estrutura contra a atmosfera
durante o reingresso. A missão havia sido totalmente televisionada,
incluindo imagens ao vivo da cabine foram feitas e o astronauta
alimentou-se de pastilhas. Olhando para Terra, Yuri disse a frase
mais memorável até hoje: “A Terra é azul.” Ao voltar,
tornou-se um herói da União Soviética e instrumento de propaganda
política. Em seu nome, sua cidade natal Klushino passou a se chamar
Gagarin. Durante um voo de treinamento com um caça Mig-15 de dois
lugares, versão de treinamento do primeiro jato de combate
soviético, ao fazer uma manobra para evitar a colisão com um Mig-21
e outro Mig-15 ele caiu a nordeste de Moscou.
A segunda missão tripulada soviética com uma nave Vostok que durou
cerca de vinte e quatro horas foi realizada a 06 de agosto de 1961
por Titov, o primeiro a sentir o “mal do espaço”, um equivalente
ao “mal dos viajantes.” Um ano depois foi a vez da Vostok 3 com o
cosmonauta Nikolayev e permaneceu três dias e 22 horas em órbita.
Esta missão foi realizada em conjunto com a Vostok IV lançada a 12
de agosto sob o comando de Popovitch, permanecendo quatro dias e 23
horas no espaço. Ao todo aconteceram seis viagens de naves Vostok,
sendo a última comandada por Valentina Tereshkova. Depois desse
projeto, os soviéticos iniciaram um intermediário chamado Voskhod
até que o projeto secreto da nave Soyuz que deveria ir à Lua fosse
concluído. Na realidade esse novo veiculo foi apenas uma adaptação
da Vostok e permitiu a partir da segunda viagem dessa classe que pela
primeira vez um homem passeasse no espaço. Aleksei Leonov passeou
por dez minutos, ligado por uma corda de até cinco metros de
comprimento que permitia a comunicação com a nave. Essa nova versão
possibilitou a tripulação de três cosmonautas, um sistema de
televisão em circuito fechado, sistema de foguetes de aterrissagem e
uma tubulação de borracha para a saída ao espaço, já que a
cabine não podia ser despressurizada. Um fato curioso ocorreu
durante a viagem da Voskhod 2. Seu sistema de orientação automática
falhou, o que forçou a Beliaiev e Leonov controlar manualmente a
reentrada atmosférica e descer erroneamente sobre os Montes Urrais,
onde tiveram de passar toda a noite até o resgate de helicóptero
chegar.
A próxima geração de espaçonaves soviéticas foi idealizada para
a viagem tripulada à lua e projetada em segredo. As naves da série
Soyuz que até a atualidade executam viagens da Terra à Estação
Espacial Internacional Alfa foram projetadas em 1965, porém seu
primeiro voo tripulado no ano de 1967 com a Soyuz I sob o comando de
Vladimir Komarov resultou no primeiro acidente fatal da União
Soviética, quando seu paraquedas não abriu e ocorreu a colisão com
o solo. Outro acidente fatal ocorreu com a Soyuz 11 quando seus três
cosmonautas morreram asfixiados uma hora antes de sua aterrissagem.
Consequentemente, aconteceram atrasos na realização e continuação
do programa que revelou ser o mais duradouro da Federação Russa.
Várias versões Soyuz foram fabricadas até o ano de 2002. A mais
nova é a TMA e há também a versão de carga conhecida como Progess
lançada pela primeira vez em 1978. As características básicas são
uma cabine de comando, de forma esférica, um módulo de serviço
onde os tripulantes realizam suas atividades cotidianas e um módulo
propulsor, além de sistema de (des)atracação. Diferindo das naves
do programa Apollo, a Soyuz foi construída para pousar no solo e
usar energia solar durante a viagem.
O Programa de Exploração Lunar Soviético
A corrida para colocar o primeiro homem na Lua começou pouco tempo
depois do lançamento do Sputnik. Segundo o astrônomo Ronaldo
Rogério de Freitas Mourão, de 1959 a 1976 os soviéticos lançaram
vinte e duas sondas espaciais que permitiram o levantamento da
superfície lunar, a elaboração de uma cartografia lunar e
explorações locais com veículos automáticos capazes de recolher
amostras e enviá-las à terra. A primeira etapa ocorreram com a
descoberta de que a Lua não tinha um campo magnético, nem cinturões
de radiação (Lunas 1 e 2), fotografaram a face oculta dela (Luna 3
e Zond 3, versão da Soyuz), primeira alunissagem (Luna 9) após
quatro missões de estudo de pouso (Luna 4, 5, 7 e 8), transmissão
do panorama do solo (Luna 9 e 13) e exploração ao redor (Luna 10,
11 e 12). As sondas Lunas 15, 16, 20 e 24 representaram um grande
avanço por estar capacitada para a coleta de material, porém só
obteve sucesso a partir da segunda citada. A União Soviética
conseguiu ser bem-sucedida com a série Lunakhod, espécie carro
robô, onde dois desses veículos percorreram a superfície lunar,
fotografaram e recolheram amostras de solo para análise. Tudo isso
fazia parte do plano para a expedição tripulada.
Os soviéticos preparavam-se para colocar um cosmonauta na Lua em
1968, porém as quatro sucessivas explosões do poderoso lançador
N-1 inviabilizaram a missão. Esse foguete deveria transportar um
módulo de pouso não tripulável para a órbita terrestre a fim de
uma Soyuz da série Zond modificada tripulada por duas pessoas
acoplar-se a ele e seguir viagem. Atingindo o objetivo, um cosmonauta
desceria à superfície. A ideia do foguete foi concebida pelo
próprio Korolev que o imaginou semelhante ao lançador R-7 movido
por uma mistura perigosa de oxigênio e hidrogênio líquido, o que
causou divergências com Gluchko. Após essa série de fracassos o
programa foi abandonado e os indícios de sua existência destruídos,
excetuando o módulo lunar mostrado a dois engenheiros do MIT durante
uma visita ao Instituto de Aviação de Moscou. O governo, então,
decidiu investir na construção de um foguete criogênico, o foguete
Energia que atualmente é de responsabilidade da empresa ucraniana
RKK, e de naves recuperáveis, semelhantes aos Space Shuttles
americanos e a enviar as primeiras sondas para os planetas Vênus e
Marte. Esses fracassos só puderam ser compreendidos a partir da
política de transparência política (Glassnost).
As Estações Espaciais Soviéticas
Tendo perdido a disputa para colocar um cosmonauta na Lua e só
conseguido enviar sondas Zonds com cobaias animais, os soviéticos
decidiram investir os seus esforços na construção de uma estação
orbital. A Salyut 1 entrou em órbita no ano de 1971 com a ajuda de
um foguete Próton, versão construída para a Soyuz. O bloco orbital
possuía três módulos. O compartimento de trabalho onde habitava e
trabalhava a tripulação, o compartimento de engate e um terceiro
módulo não pressurizado que possuía os motores para a orientação.
Foi o primeiro laboratório tripulado a orbitar a Terra e recebeu
duas missões: a Soyuz 10 e 11. Esta última teve sua tripulação
morta por despressurização da cabine no retorno. A última estação
dessa série foi a Salyut 7. Todas tiveram objetivos científicos
civis e militares, sendo o principal acumular conhecimento para uma
estação espacial modular permanente.
A Mir lançada em 20 de fevereiro de 1986 representou o maior avanço
soviético e da astronáutica mundial. Sua construção durou até o
ano de 1996. Ela foi dotada de seis pontos de atracagem que podiam
receber naves Soyuz TM e cargueiros Progress e módulos contendo
laboratórios com instrumentos científicos, além deles o
observatório espacial Quant 1 e uma minifábrica denominada Korund
(Rubi) destinada a fabricar cristais de selênio e antimônio,
fundamentais para a indústria eletrônica e de Informática, cuja
produção na Terra é impossível, o Quant 2 que trouxe uma
motocicleta espacial e o módulo tecnológico Quant 3 batizado de
Kristall que realizou pesquisas em astrofísica. Desde 1992, após
herdar 80% do programa espacial soviético e fundar novas empresas
estatais para coordenar as atividades espaciais, a Rússia fez
acordos de cooperação com os Estados e a União Soviética. Em
1997, um cargueiro espacial Progress de sete toneladas colidiu com a
estação, avariando um dos quatro painéis solares, cortando cabos
de energia e abrindo um rombo de três centimetros quadrados na
fuselagem de um dos módulos. A tripulação de dois astronautas
americanos e um russo quase precisou abandoná-la. Sem poder
consertá-la e com um grande somatório de problemas, o complexo foi
derrubado sobre o Oceano Pacífico a 29 de março de 2001, após
servir tanto a soviéticos, russos, americanos e europeus durante
quinze anos. Os russos planejavam a colocação em órbita da Estação
Mir 2 que deveria servir de estaleiro para a construção da nave
capaz de chegar ao Planeta Marte, porém as dificuldades econômicas
da Rússia fez o país abandonar o projeto. Seus módulos restantes
atualmente serviram de base para a construção da Estação Espacial
Internacional Alfa, construída graças a um consórcio internacional
de mais de cinquenta países e que contou com a experiência russa
nesse empreendimento inédito, já que os Estados Unidos não
possuíam nenhuma sobre a construção de um complexo orbital
permanente, ainda mais uma construída em partes como é o caso dela.
Conclusão
Atualmente, Rússia e Estados Unidos continuam a cooperar nas
operações da Estação Espacial Internacional (ISS), juntamente com
as agências espaciais de outros países componentes do consórcio
promotor da construção. A parceria entre os dois ex-adversários da
guerra fria intensificou-se a um nível antes não pensado devido à
desativação do programa dos Space Shuttlhes (ônibus espaciais em
português) da Nasa promovida pela administração Obama. Assim, o
transporte de carga e de astronautas passou a depender inteiramente
dos russos e de empresas terceirizadas, enquanto a Nasa seguirá o
objetivo de explorar os planetas distantes e os asteroides e preparar
uma expedição tripulada a Marte, embora a atual crise financeira
possa colocar barreiras pelo caminho. Outros países nesses últimos
anos surpreenderam o mundo ao enviar seus próprios espaçonautas
para viagens orbitais. A China recentemente testou um laboratório
orbital e pousou uma sonda na lua, feito acontecido pela última vez
há mais de quarenta anos através de uma sonda soviética. Essas
expedições estão garantido o acúmulo de informações para uma
futura e segura missão lunar tripulada chinesa. Cabe aqui destacar,
nessa conclusão, sem querer entrar numa discussão, que a exploração
espacial, feita por instrumentos ironicamente por instrumentos
projetados para a guerra e intensificada por questões militares,
políticas e ideológicas, garantiu um grande desenvolvimento
tecnológico útil para o cotidiano, tais como a comunicação por
satélites e o GPS (Sistema de Posicionamento Global) e continuará a
trazer mais benefícios, além, claro, de melhor conhecimento do
universo.
Bibliografias:
MOURÃO, Ronaldo
Rogério de Freitas. Astronáutica:
do sonho à realidade: história da conquista espacial.
Rio de Janeiro: Bertrand 1999;
SARAIVA, José
Flávio Sombra (org). História
das Relações Internacionais Contemporâneas.
São Paulo: Editora Saraiva, 2007;
TAYLOR, John
H. L. Foguetes e Mísseis.
São Paulo: Melhoramentos, 1974.
http://www.roscosmos.ru;