Este texto é o prologo de um livro que por ora eu cancelei
Criado
em: 08/10/2009
A Grande Floresta das Sombras. Um
ambiente gelado, repleto de árvores tão altas e com copas volumosas
que impediam a passagem da luz solar para a superfície, perturbada
por espíritos que buscam o eterno descanso, contendo assustadores
monstros e mistérios capazes a coragem dos maiores guerreiros das
tribos da região. Dentro desse lugar, correndo já ferido, com a
pele de seus membros rasgada, o caçador fatigado perseguia a sua
presa. Ele precisava matá-la, conseguir carne e impedir que o povo
de sua aldeia passasse fome, além de conquistar o seu lugar de valor
e a esposa desejada. Fazia muitas luas desde o prélio de sua caçada.
Construiu armadilhas, farejou o rastro
de um monstro perigoso que garantiria alimento, óleo para uma
fogueira e um grosso agasalho a fim de resistir aos dias gelados, e
iniciou um difícil combate. Infelizmente, a besta fera tinha o
vencido de dia com suas garras afiadas, mas naquela noite, a última
de lua cheia, o duelo final aconteceria e escolheria o guerreiro mais
forte.
O caçador tinha adentrado muito na
floresta. Ninguém havia ousado ir para onde a escuridão impera,
exceto ele, um homem desesperado, já se sentindo perdido,
desorientado e faminto. A besta nesse instante se encontrava distante
se não estivesse faminta, pois sendo assim ela o esperaria para
atacá-lo, estripá-lo e comê-lo ainda vivo.
O caçador empunhando a sua lança com
a mão direita, carregando o arco e as flechas a tiracolo tentava
desviar dos troncos de árvores, batia neles, caía no meio de
espinhos, erguia-se e voltava a correr. Ele precisava escapar da
escuridão, pois sentia que os estranhos moradores da floresta
procuravam-no sedentos de sangue. Virava-se para todas as direções,
ouvia os rugidos dos monstros e corria velozmente até que uma
pequena abertura alumiada devido ao brilho da lua cheia surgiu.
Sentia que não conseguiria alcançar o objetivo. Parecia que a
distância não diminuía, quando sua visão diminuiu, o caçador
tropeçou em um amontoado de pedras ocultadas sobre a relva.
Instantes depois, ele se ergueu e
descobriu estar no meio de uma grande clareira, um circulo perfeito
dentro da floresta que perturbava a paz humana. Então, sentindo-se
seguro olhou para o alto a fim de se localizar pelas fogueiras das
tribos celestes e teve medo. Não era a lua que iluminava fortemente
a superfície, mas um clarão vermelho intenso vindo do céu de parte
do lado direito da clareira. O que era aquilo? A floresta em chamas?
Mas, cadê a fumaça do incêndio e por que os animais estavam
quietos?
O caçador nada entendeu. Ele se
agachou na relva temendo aquele clarão que se intensificava e
consigo vinha um vendaval. Surgiu repentinamente uma esfera de fogo
que cegava quem observava. O ruído desse novo monstro lembrava a um
trovão e continuava ininterruptamente. Toda a clareira refletiu a
intensa nesse instante.
O caçador permaneceu escondido e
apavorado com a visão de um objeto gigantesco repleto de pequenas
chamas sitas a distâncias concêntricas de um circulo flamejante
central. Ele não compreendeu o formato geométrico do objeto. Um
polígono oblongo de seis lados, com as extremidades maiores que as
laterais e de revestimento externo escuro. Um feixe luminoso de seu
centro atingiu a superfície amassando a relva.
O caçador ergueu-se subitamente
aturdido e pôs a correr de volta para dentro da floreta sem pensar
em qual direção havia seguido. Ele tinha visto algo proibido por
suas crenças, fabuloso e inacreditável: os deuses visitando seu
mundo.
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