Este blog é destinado a um dos passa tempos que mais adoro: fantasia e Ficção Científica. Como escritor de FC, vou compartilhar alguns dos meus melhores contos, notícias e curiosidades. Não pretendo postar trabalhos somente de FC, mas de qualquer gênero que valha a pena discutir. Escrevo desde o ano de 1999. Infelizmente tenho pouco tempo para me dedicar à literatura integralmente como gostaria, mas prometo aqui trazer na medida do possível estórias curtas e interessantes.
domingo, 17 de outubro de 2021
MISSÃO NAS ESTRELAS 01 A OCUPAÇÃO: RESUMINDO A PRODUÇÃO
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Sou Asperger
Comprem o romance O Encontro Final acessando o site da Amazon
No meu Diário deProdução recém publicado escrevi que escrever é um vício o qual não consigo
perder. Eu ficava muito melancólica quando não o fazia. Passei anos triste
enquanto trabalhava na BRF e depois em um Curtume por não ter energia suficiente
para isso. Era uma rotina, uma forma de me explorar, mas o trabalho físico
esgotava-me. Hoje busco algo que não seja trabalho físico/braçal, mas ninguém
me contrata. Enfim, foi durante meus dois últimos semestres que descobri uma
característica minha, a qual explica meu comportamento de não gostar de
mudanças. Descobri a Síndrome de Asperger.
Normalmente,
as pessoas afetadas pela Síndrome tem dificuldade nas relações interpessoais,
comportamentos repetitivos, foco em poucas coisas, foco extremado em aspectos
específicos como ciência, tecnologia, linguagem rebuscada, falha em perceber o
mundo de forma sincrônica ou simultânea. Sim, dou um exemplo, se estou expondo
algo durante uma aula minha não consigo perceber o que os alunos estão fazendo.
Já me ocorreu de no estágio da Residência Pedagógica ter aluno dormindo e não
notar. Preciso me esforçar para evitar esses transtornos. Enquanto falo,
centro-me em mim mesma. A linguagem excessivamente formal é outro problema. Ela
não pode ter influência familiar, pois toda minha família não tem formação
intelectual, sendo semi ou analfabetos. Eu fui me construindo ao longo da
educação básica. O problema é que grande parte das pessoas não vão me entender.
Eu considero sacrilégio alterar expressões, palavras que foram estabelecidas para
os conceitos e fenômenos que tenho de apresentar. É o problema da tradução e
transposição. Palavras complicadas. Enfim.
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
Missão nas Estrelas Planeta Brasa e seu Diário de Produção
2a versão de Missão nas Estrelas abortada |
2016 foi um ano dificílimo para mim. Eu me isolei trancando-me em meu quarto, desinteressada da vida por um ano. Fugi de casa também. Neste contexto tentei criar uma história em quadrinhos sobre Missão nas Estrelas. Ia quadrinizar o episódio 3 Colônia. Posteriormente, o roteiro ficou maior. Havia detalhes. No fim, abortei o projeto, pois meu computador estava estragado. Pouco antes, fiz uma segunda tentativa (Imagem acima), mas enquanto montava a primeira página o hd queimou. Eu não tinha dinheiro nem valia a pena comprar um hd novo. Como consegui a bolsa graduação do Santander ao retornar para a graduação em 2018 comprei um notebook novo. Hoje continuo desempregada e atualmente moro em Londrina.
Bem, daquela primeira tentativa publiquei no Recanto das Letras o Diário de Produção e as vinte e seis páginas resultantes. Podem acessar pelo link abaixo:
Missão nas Estrelas Planeta Brasa e Diário de
Produção
>
domingo, 22 de novembro de 2020
Influência da trágica história do Oriente Médio no século XX em Missão nas Estrelas
Como resistir quando há poucos recursos? Que ações de guerrilha são mais
eficientes? Quais alvos são mais significativos? Por que não outros? Os
árabes usam um conceito polissêmico chamado Jihad para se referir à
resistência que dependendo do grupo pode ser pacífico ou agressivo. De fato,
há motivações históricas para este comportamento. No início do século XX com
a queda do Império Otomano ele foi dividido entre as potências
neo-colonialistas/imperialistas europeias. Iraque, Síria, Líbano ainda não
eram nações. Interesses econômicos como o petróleo na Árabia Saudita
atraíram países ocidentais para construir alianças como a realizada com a
família Saud. Os Estados Unidos, por exemplo, procuraram alianças econômicas
com grupos islâmicos mais conservadores, nesse caso os Sunitas. Para além,
as potências ocidentais ignoraram o problema da divisão do mapa do Oriente
Médio e as demandas das populações regionais como as da Palestina. Bem, o
mapa do Império Escorpiano também foi dividido. Planetas-Estados ou Sistemas
Estelares Estados artificiais foram estabelecidos, gerando novos
tensionamentos na galáxia tal qual a opressão de grupos étnicos escorpianos
e de outras espécies minoritários.
Os grupos precisam reagir, então os problemas mencionados são retomados.
Pensei num texto sobre Oriente Médio que li quando fiz a disciplina no curso
de história ao escrever. Inicialmente, pensei na questão do impacto
cultural. Muitos movimentos opositores islâmicos ao Ocidente defendem visões
que misturam política, governo com a Religião e a eliminação dos costumes
liberais considerados pecaminosos, heréticos. São contrários às influências
das potências nos assuntos da região. Neste sentido, faço as aproximações
com os personagens escorpianos criados como Calebe Kalar, último Príncipe
Imperial vivo. Ele faz algo que normalmente estranhava até ler o texto
Jihad: Duas interpretações contemporâneas deum conceito polissêmico de
Youssef Cherem da Unicamp. O personagem não tem condições de atacar a Terra
assim como poucos grupos terroristas islâmicos contra os Estados Unidos.
Hoje com a Internet novas formas de conseguir adeptos para ações contra o
Ocidente surgiram. Alvos com grande concentração de pessoas como igrejas,
mesquitas, aeroportos são escolhidas. Pensando nisso, escrevi a sequência de
invasão ao Templo de Alímia na capital escorpiana. Enfim.
Primeiro teaser de Missão nas Estrelas
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Experiência de desenho com o Yoga 520
Clique acima para acessar a loja da Amazon e comprar o meu primeiro romance
Eu estou trabalhando paralelamente em duas histórias ilustradas. Parei para refletir sobre minha plataforma de desenho. Uso um notebook Yoga 520 da Lenovo com caneta ativa (Active Pen). Ela usa uma pilha AAAA. Sua duração pode chegar a um ano. Em meu caso, como uso-a por umas oito horas diárias, o consumo terminou em sete meses. São difíceis de encontrar. Comprei dez pilhas de São Paulo de um vendedor vinculado ao Magazine Luíza. Notei atrasos nos traços e linhas serrilhadas ao desenhar inclinadamente.. O meu Yoga tem um processador I 5 com placa gráfica dela própria integrada HD 620, 8 gb de Ram e 1 tb de hd. Uso o Illustrator para desenhar. Muitas vezes, quando viro a tela para usar o modo tablet este software ativa a função da mão e não muda para outras funções como a caneta. A carcaça é de fibra de carbono, então é muito frágil. Saiu um pequeno pedaço, uma quina, da base do Yoga. Quando a Lenovo lançou este 2 em 1, ela pensou na versatilidade para leitura, anotações, assinaturas, apresentações e trabalhos gráficos de pouca exigência. Você não pode ter mais de um software da Adobe abertos ao mesmo tempo e operando. Não pode também ter um grande número de pranchetas salvas no Illustrator, pois ele pode travar quando você estiver salvando ou trocando de função, o que faz surgir o risco de perder tempo de trabalho, já a recuperação é desligada para arquivos complexos. Caso hajam muitas pranchetas, se eu salvar um desenho, devo esperar esta função ser completamente executada para não travar o software.
Nunca tive experiência com mesa digitalizadora. Só as vi pela internet. Achei interessante as de tela. São caríssimas. Até dois anos atrás eu desenhava em outro notebook com o touchpad. Eu não tenho boa coordenação motora, logo os desenhos saiam distorcidos ou com o ponto central da perspectiva mais alto. Fazia os esboços no papel e escaneava-os. Contudo, eu cancelei a revista de quadrinhos de Missão nas Estrelas que desenharia naquela época. A tecnologia gráfica facilitou minha vida. Ainda tenho softwares que usava entre 2011 e 2016 como o Gimp que gosto. O Illustrator tem poucos efeitos para desenhos, então uso este outro para, por exemplo, criar nuvens a partir de fractais ou subexposição. Tenho de aprender a trabalhar com o Photoshop. Ele tem mais funções que o Illustrator, contudo lido bem com programas de código aberto também. Retomando a questão de notebook 2 em 1 e mesa digitalizadora, fica a pergunta qual gera a maior eficiência e flexibilidade para trabalho.
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
Poliana Gabriela Santim: Missão nas Estrelas
A revista narra as viagens da nave interestelar Horizontes da Terra sob o comando do Capitão Ender W Shin que está a serviço de uma aliança interplanetária política e tecnocientífica e militar criada após dois conflitos, um com os escorpianos e outro contra Império Zark, durante o primeiro avanço humano para as estrelas. A nave permanece baseada numa estação ao redor da estrela Alfa Centauro implodida para a construção do primeiro buraco negro artificial transitável conectado ao sistema solar. Ela patrulha o setor, visita planetas, executa operações contra piratas, realiza expedições científicas em cooperação internacional, auxilia a construir novos portais, em viagens diplomáticas e de primeiro contato.
As histórias abordam questões
atuais que envolvem o imperialismo tecnocientífico e
cultural/ideológico/religioso do Ocidente, além dos temas ambientais e sociais
relacionados ao consumo descontrolado de recursos naturais e econômicos. As
narrativas serão em forma de óperas espaciais na linguagem dos quadrinhos.
Assim, a fim de construir os elementos usarei analogias. A galáxia como o mundo
e cada planeta um país, por exemplo. Os personagens são ambíguos. Buscando
explorar e solucionar conflitos em uma época que a humanidade topou com
poderosos adversários, a Horizontes impõe-se em favor dela. Dentro do universo
fictício e fantástico, em um contexto análogo à guerra fria com corrida
armamentista, espacial e jogos de aliança, há quatro culturas técnicas que
formam uma coalizão chamada Liga Interestelar estabelecida contra a ascensão de
um Império Galáctico. Tentarei explorar conceitos antropológicos e as teorias
culturais. O relativismo, por exemplo. Os
primeiros grupos de personagens importantes são os humanos, os escorpianos, os
quandianos e os cinderianos, os quais vivem em sistemas solares próximos entre
si, possuem culturas próprias, afinidades e diferenças. Cada grupo desenvolveu
seus meios de acesso ao espaço interestelar em épocas, contextos e motivos
diferentes. Em comum, a economia. Seus governos estão classificados como
Repúblicas, Democracias e Monarquias considerando as diversas variações
internas de organização política.
Escolhi seguir alguns conceitos para
estabelecer uma estrutura de narrativa literária. As estórias operam segundo
funções alegóricas, metafóricas e metonímicas. Dessa forma, a galáxia Via
Láctea é metonímia da Terra, a expansão humana pelo espaço metáfora do
imperialismo e os mundos extraterrestres alegorias dos países submissos.
A busca pelo exótico, a abertura de
novos mercados, a procura de recursos naturais para aplicar em inovações, a
colonização, ou melhor invasão pelo Ocidente, guerras no exterior, surgimento
de novos tipos de monopólios e tecnologias como o automóvel e o aeroplano são
aspectos marcantes do imperialismo europeu na segunda metade do século XIX às
duas guerras mundiais no XX. Reflete atualmente os monopólios tecnológicos e
científicos de empresas como Microsoft, Adobe, Google, os quais implementam um
imperialismo sem política, nacionalismos e que domina até o centro imperial.
Ele promete uma liberdade desterritorializada em que o Estado parece impotente
e cuja ausência é muito sentida e desejada. Significa a promessa de um Estado
Único, planetário e diversificado.
Nas histórias em quadrinhos, eu
escolhi adotar como uma representação metafórica deste desejo de Um Estado as
ideias de uma aliança para a exploração e colonização do espaço em forma do
Consórcio de Exploração do Espaço composto por países associados. Sua sede
administrativa encontra-se em Genebra, enquanto seu parlamento situa-se no Rio
de Janeiro. Cabe a esta organização coordenar a prospecção, colonização e a
exploração cósmica, além das relações com culturas técnicas estelares pelos
países membros. Observe que eles não foram extintos, mas os Estados Nações
tradicionais coexistem com relativa diminuição de seus poderes soberanos, os
quais foram redistribuídos e uma parcela deles entregue a ela. Isto apresenta
uma alegoria do liberalismo político em um mundo cuja globalização encontra-se
consolidada e o espaço apresenta-se como a última fronteira.
O desenvolvimento da tecnologia
hiperespacial pelo Consórcio exigiu a busca de novas fontes energéticas, o
melhoramento da exploração das atuais e a construção de uma infraestrutura que
permite o estabelecimento de interações físicas seguras como viagens
interestelares e o abastecimento rápido das estelanaves. Surgem as primeiras
hipervias, espécie de “autoestradas” planejadas para ligar grandes distâncias
usando buracos negros de diferentes categorias. Construir estas “estradas”
cósmicas tem gerado grandes impactos ambientais e sociais nas culturas cujos
sóis secundários são usados para gerar uma singularidade gravitacional estável
ao trânsito entre as duas extremidades delas. Os construtores humanos afirmam
serem elas “o progresso chegando através do hiperespaço.” As culturas
tradicionais enxergam-os como os demolidores de estrelas os quais estabelecem
fronteiras que modificam totalmente as vidas delas. Muitas vezes elas são
deslocadas a um outro planeta porque o dos nativos é destruído pela implosão
estelar, usando a mesma afirmação. “É o progresso.”
Nesse quadro, eu acrescento o
conceito de missão segundo os sentidos laicos e religiosos, mas aqui antes
focalizo no primeiro. Esta é a antiga ideia etnocêntrica de “civilizar, levar a
civilização, aos povos atrasados.” Também escolhi usar o conceito humanidade
significando etnia, evitando a convencional definição de espécie biológica, ou
por possuir diferentes aspectos morfológicos que é dada aos grupos de
personagens extraterrestres os quais desenvolvem culturas técnicas.
Influenciou-me a antropologia e a história cultural a isso.
Enquanto os humanos avançam ocupando
e explorando estrelas e seus planetas, eles estão contaminando os nativos com
doenças solares e contaminam-se com as xeno solares. Não obstante o Consórcio,
preocupado com a saúde de sua população viajando por entre as estrelas, envia
expedições com médicos cientistas, exobiólogos e xeno antropólogos para
conhecer e catalogar os agentes epidemiológicos e as populações nativas dos
exoplanetas de interesse humano. Metáfora do imperialismo a qual lembra que os
europeus, americanos e atualmente chineses executam projetos para si mesmos.
O combate à varíola protegeu os
europeus que invadiram as terras das zonas tropicais. A África, América e Ásia
foram territórios mapeados e divididos entre as potências. Na segunda metade do
século XIX eles passaram a ser fisicamente ligados entre si de forma cada vez
mais rápida. Relembro as ferrovias e as rodovias cujas passagens delas só podem
ocorrer se os grupos habitantes abandonarem os seus locais de origem e houver
segurança aos construtores. Segurança pelas armas e a aplicação de vacinas aos
nativos.
Ao transpor isso na literatura
especulativa cada grupo significa um planeta com sua diversidade. O desejo pelo
exótico como expressado por europeus e americanos através das grandes feiras
internacionais também pode ser transposto, usando a ideia de exposições
interestelares.
A Terra e o seu Consórcio Solar
Os humanos vivem por quase todo o
sistema solar sendo os Planetas Terra, Marte, Vênus e os Satélites Selênia,
Titã e Europa mais populosos. Na Terra, vivem dezesseis bilhões de pessoas.
Vigora um sistema descentralizado envolvendo Repúblicas dos tipos democráticas
e parlamentares com divisão de poderes que cuidam das questões locais e uma
grande assembleia com um Secretário-Geral eleito para cuidar das relações
interestelares chamada de Consórcio Solar, o qual também lidera a chamada Liga
Interestelar em um ciclo revezamento de dez anos. Dentro dele, há grupos
políticos, econômicos e sociais que lutam por hegemonia e poder durante a
expansão das atividades humanas extrassolares. Os demolidores de estrelas e
construtores de portais planejam interligar toda a galáxia por rodovias
hiperespaciais. Seu projeto afeta diretamente culturas estrangeiras cujo espaço
de seus sistemas são distorcidos e os sóis implodidos. Há ainda os movimentos
surgidos durante os estabelecimentos de comunicação com extraterrestres
contrários a essas relações. Desse modo, ocorrem conflitos internos envolvendo
xenofobia, especialmente com os escorpianos, seguidores do alimianismo, os quais
tiveram seu mundo devastado pelas forças do Consórcio.
Planeta Scorpiae e os escorpianos
Os escorpianos tinham uma monarquia
planetária absoluta baseada em seu próprio sistema religioso a qual foi
derrubada pela ação de humanos interessados no uso de um de seus sóis para
construir um buraco negro transitável. Subordinadas a ela e independentes a
partir da ocupação humana através do Consórcio Solar, existem centenas de
monarquias teocráticas e assembleias locais, segundo um rígido sistema de
estamentos que impede a mobilidade social e obriga ao nativo exercer as mesmas
funções de seus progenitores. As legislações são estabelecidas segundo os
textos sagrados da religião dominante, os quais também regulam as relações com
as culturas e espécies extraplanetárias. Eles são uma espécie guerreira apegada
à manutenção de suas tradições e à Religião Alimianista, antecessora do
Universalismo. Eram clientes do chamado Império Zark até o surgimento da nova
ideologia religiosa. As ações belicosas de Zark causaram várias ondas de
dispersão escorpiana pela galáxia. Ocuparam o Quarto Planeta do Sistema Scorpio
1-A.
O Mundo Quand e os Quadianos[1]
Os quandianos formando a cultura
mais antiga do setor passaram de uma monarquia eletiva e parlamentar a uma
tecnocracia quase absoluta a qual funciona através de uma assembleia técnica e
uma grande rede interligando diversos sistemas informáticos, de comunicação e
máquinas para gerenciar o planeta com reduzida interferência dos nativos,
chegando a controlar a procriação. Eles já foram grandes navegadores, mantendo
domínio de um quarto da galáxia até o início da crise demográfica, conflitos
com novas potências como Zark, os escorpianos e os pretendentes da Terra.
Biologicamente, eles são uma espécie sexuada, porém culturalmente são assexuados,
havendo um único gênero e dependentes da fertilização artificial e de úteros
cibernéticos. Desde o predomínio de uma sociedade industrial e individualista,
onde valia a competição e a concorrência profissional as mulheres quandianas
começaram gradativamente a desistir da reprodução o que levou ao Estado
procurar solucionar tecnologicamente o problema da continuidade geracional.
Ao longo de milhares de anos o sexo
tornou-se um tabu e poucos vestígios sobraram do período. Somente os membros
restantes da última dinastia imperial podem manter relações sexuais entre si,
procriando de modo natural. Ninguém pode ter contato com ela, pois é
considerada impura por causa do sexo. No passado, os reis e rainhas foram
grandes opositores ao programa de concepções estatal por convicções religiosas,
passando a ser repudiados pela sociedade que ao longo dos séculos ritualiza a
posição monárquica renegando a comunicação física com eles. Apesar disso, as
princesas continuam servindo de matrizes à construção e manutenção dos ciber
úteros e, assim, ressignificam o tabu da sexualidade através de rituais.
Contudo, nenhum estrangeiro consegue permissão a uma audiência com os monarcas
e/ou seus nobres da isolada corte, os quais vivem cercados e cuidados por robôs
e androides no interior do planeta. Isso causa dificuldades e embaraços nas
relações interestelares, onde a maioria das culturas são polis sexuais.
Morfologicamente, Quand é um
sistema composto por um planeta central com a união artificial a partir do seu
equador aos eixos de rotação outros dois planetas. Com essa ligação ergueram-se
duas grandes torres opostas diametralmente cortando o centro do planeta mãe
para formar uma rede de supertrens que conduzem pessoas de um corpo a outro. As
atmosferas são compartilhadas entre si e formam uma fina camada de gases
envolto. Há um oceano congelado quase todo o tempo no planeta central. Seus
continentes acomodam as metrópoles e a
população, cuja maioria vive no subsolo, inclusive nos satélites. A principal e
atual preocupação além da demográfica é a conservação do conhecimento adquirido
sobre a galáxia na infoteca quântica, a qual possui registros de muitos mundos
e culturas extintos há mais de um milhão de anos.
O Planeta Cinder e a Confederação
das Luas Associadas de Cinder
Os Cinderianos vivem nas luas e
estações orbitais de seu gigante gasoso cheio de anéis. O excesso de ferro
deu-lhes o tom avermelhado à pele. Seu sol está nos estágios de evolução finais
o que os obriga a se afastar aos planetas exteriores. Eles são comerciantes,
armadores, hábeis construtores e financistas, os quais sincronicamente com a
Terra e Scorpiae competiam no avanço ao
espaço interestelar. Enviaram expedições antes de os humanos irem ao espaço à
Nuvem de Magalhães, mas a redução demográfica os fez descontinuar e buscar
sócios às empresas. Operam uma grande frota de cargueiros, naves coletoras e
mineradoras.
Cinder é uma federação de vários
satélites do gigante gasoso denominada Confederação das Luas Associadas de
Cinder. Desse modo, há assembleias deliberativas em cada um de seus satélites
naturais e uma geral com um 1° Ministro cuja preocupação é a manutenção da
organização da estrutura planetária, do comércio interestelar, diplomacia e
segurança. A sociedade tem um governo liberal, o qual ora se alterna entre
intervencionistas e centralizadores no controle do Parlamento do Estado.
Os Iruans ou Iruanos
No
sistema binário Éris há dois planetas onde suas sociedades estabeleceram uma
complexa rede de relações sociais e culturuais representadas na forma de
símbolos e práticas como o comércio, o qual é regulado por valores não
materiais. Os planetas Yvi B e Yvi A são ocupados pela cultura Iruan. Os mundos
estão divididos e controlados por dois clãs, um de linhagem matriarcal e outro
patriarcal. O primeiro o qual vive em Yvi A possui uma economia de
subsistência, é autossuficiente em quase tudo, excetuando na tecnologia de
salto que nunca foi desenvolvida. Realizam comércio com Ivy B apenas de forma
simbólica. Não existem relações monetárias, embora muitos procurem resolver
carências materiais por ele e assim demonstrem apreço a Ivy B. Para ambos os
mundos a vida é regulada pelos dois sóis, Nhamandu e Kuaray Iru, o Sol maior e
o seu companheiro, ambos venerados como símbolos geradores de luz, calor e
vida. Há um ritual de casamento homoafetivo que representa isso. Vigora nos
casamentos de Yvi A a polissexualidade onde uma mulher deita-se com vários
homens para ter filhos com características diferentes. Em Yvi B vigora a
monogamia e os filhos são estimulados a competirem pelas mulheres e a acumular
bens materiais e imateriais. A cada eclipse dos sois ambos enviam naves
espaciais para realizar comércio, intercâmbio e negociar casamentos. Yvi B tem
tecnologia de salto e negocia adesão à Liga Interestelar e a abertura
comercial.
O Império Zark
Zark é um império estelar
multicultural governado por uma monarquia consuetudinária de linhagem
patriarcal. O Imperador é soberano por direito divino. É o chamado governante
temporal. Ele divide o poder com líder religioso, o Pai da Igreja Universal.
Com o auxílio de ordens religiosas chamadas Companhias conquistam planetas.
Quando não é possibilitada a dominação pela fé usa-se a Armada composta de
frotas do governo central, de províncias, reinos e planetas clientes. O mundo
capital de Zark é desconhecido. Sua capital é regularmente transferida para
facilitar a administração.
Ideologias ou Religiões dos
escorpianos e do Império Zark:
1-O Alimianismo
A crença de um único Deus. Religião
monoteísta. Acredita-se que o Criador escolheu os escorpianos para servirem de
emissários e executores das ordens divinas. Acreditam que possuíam no passado
um corpo humanoide com aspectos de escorpião: pinças e aguilhão que
atormentavam as espécies de outros mundos. O primeiro patriarca Alímia
estruturou a história e as leis da sociedade em um diagrama cósmico: as
escrituras. Acusados de assassinato do filho do Criador Yeshua foram expulsos e
amaldiçoados, perdendo os aspectos divinos. (Esta última frase representa o
momento da ruptura com o tradicionalismo, talvez influenciada por culturas
estrangeiras que trouxeram o messianismo.) Nos diagramas há os códigos morais,
penais e modos de organizar a sociedade. Um exemplo é a interdição de
casamentos e relações interespécies, pois o sexo serve à procriação e nelas não
há descendentes. O casamento além de sagrado é uma forma de aliança e relação
comercial. O marido, anualmente, deve pagar o dízimo ao pai da esposa que o
divide e repassa parte a ela e outra à igreja.
1.1 A Origem Mítica dos Escorpianos[2]
A cultura escorpiana tem cerca de
duzentos milhões de anos segundo os cientistas do Consórcio Solar, porém os
líderes religiosos do alimianismo consideram ela tão antiga quanto o universo.
Diz o primeiro livro escrito por
Alímia que os escorpianos faziam parte do Exército de Defesa da Criação fundado
durante a onda de dispersão de luz vinda de Deus. Logo que as primeiras
espécies começaram a dominar os seus planetas, o Criador fez um corte
transversal do universo e enviou-os. Desfeito o acesso ao hiperespaço, os
escorpianos passaram a percorrer a galáxia a fim de se informar de sua
população, observá-la, implementar a legislação divina e executar as punições
contra quem não a seguisse depois de conhecê-la.
Eles haviam adquiridos todas as
propriedades inerentes ao universo as quais seus corpos permitiam. De aparência
humanoide com aspectos de escorpião. Garras e pinças em lugar de pés e mãos.
Uma cauda anelada com um aguilhão na extremidade capaz de atormentar, ferir e
matar. O terror das populações.
O líder desse exército chamava-se
Luzir, o primeiro dos generais, criado da primeira onda da criação. Era o mais
alto da hierarquia e subordinava-se diretamente ao Criador, “Senhor de todas as
galáxias.” Ele O escutava, assistia na manipulação do universo a partir do
hiperespaço, supervisionava as tropas, pensava nas estratégias e retransmitia
as ordens. Escolheu o planeta a fim de hospedar os divinos soldados.
Aquele planeta selecionado era de
um sistema perto de outro com uma cultura agressiva que avançava invadindo
outros distantes mundos graças ao domínio do conhecimento de acesso e navegação
hiperespacial. Ela já sabia fazer, mover, desmontar, remontar e reconfigurar
planetas inteiros, por isso Luzir denominou-os de “Construtores de Planetas.” Deus
ordenou ao exército destruí-los, pois esta espécie negava-se a adorar o Criador
e tinha ambições proibidas. A civilização formava um império bem diversificado
com os arienianos, humanos, cinderianos, quandianos, quelonianos, e outras
dezenas de povos que congregaram para conquistar o universo. Sob o comando de
Luzir, esses gigantes abomináveis foram destruídos, mas, por causa da piedade
do nobre general, os acusadores não cumpriram toda a ordem. Ele salvou os
sobreviventes e enviou-os a outros planetas.
Deus rebaixou seu primeiro general
e enviou-o para a patrulha de planetas. O Acusador Jariel era um líder
impetuoso. Ele já havia condenado à extinção mil planetas. Ao visitar o mundo
dos humanos orbitando uma estrela pequena, aconteceu o início da discórdia.
Aquela espécie praticava muitas guerras, não tolerava seus semelhantes de
outras regiões e prejudicava o mandamento divino para procriar, fazendo sexo
entre iguais e com outras espécies. Após orbitá-lo, reconhecer o planeta e
visitar povoados dos quais a população negava-se recebê-los, o líder enviou sua
legião para destruí-lo. O antigo general discordou. Ele tinha aliados a seu
favor. O outro comandante também. Em órbita as estelanaves de Luzir e Jariel
enfrentaram-se. Na superfície, as localidades visitadas tornaram-se bases para
a batalha. Logo, os soldados dos dois partidos perceberam a impossibilidade da
vitória sem a aniquilação do universo.
Então, Deus interveio fazendo um
corte transversal do universo e retirou os soldados leiais às ordens divinas.
Os partidários de Luzir permaneceram nele. Eles tinham sido condenados a
viverem como os mortais que vigiavam e puniam. Esta foi a queda, segundo narram
os textos do alimianismo do 1° Cinclo e a tradição oral escorpiana.
2-Universalismo
Crença monoteísta com aspectos
politeístas, ou seja, algumas pessoas podem ser promovidas a Santos,
intermediários. Acreditam que um Messias, filho de Deus, chamado Yeshua foi
enviado para salvar à galáxia. Por muito tempo viveram escondidos nos dutos de
estações espaciais e subsolos rochosos de planetas, luas e asteroides. Depois,
a monarquia de Zark oficializou a Religião e graças isso ela se expandiu como o
império. Seu líder é o segundo imperador, considerado pai da galáxia e eleito
para o governo espiritual, apenas. Considera-se-a um ramo do alimianismo e
Alímia o primeiro profeta patriarca da nação dos Acusadores. Usa algumas de
suas escrituras.
Religião, Política e Estado
inter-relacionam-se. As províncias chamam-se dioceses acompanhadas de suas
subdivisões. Os governadores chamados cardeais e bispos. Suas ações de
conquistas aos locais creditados como sagrados e ocupados por culturas diversas
como a escorpiana denominam-se cruzada estelar. O poder hegemônico é dividido
entre escorpianos, arienianos e humanos.
Personagens
1.
Capitão Ender W Shin:
Nascido em um vilarejo rural da
Terra, onde sua família cultivava cereais como soja e arroz. Logo que completou seus dezoito anos
alistou-se na força espacial para escapar dos trabalhos agrícolas. Influenciado
por seu mentor da academia, o Professor Michio Akira, físico hiperespacial,
passou a se interessar pelos voos interestelares através do salto em fase
experimental naquela época. Após sua formação serviu em naves de pesquisa e
diplomáticas. Ender convenceu o governo quandiano após os conflitos com
escorpianos a uma parceria a qual envolveu expedições estelares com naves
quandianas e a construção da “ponte” ligando o Sistema Solar a Alfa Centauro.
Ele participou dos primeiros conflitos contra Zark. Preocupou-se com estudos
acerca de problemas dos saltos interestelares e a navegação hiperespacial,
ajudando, assim, a aperfeiçoar o sistema de marcação multidimensional de
coordenadas. Recebeu o comando do VAH/FMA-01 Horizontes que está cedida a
serviço da Liga Interestelar para patrulhas contra pirataria, expedições
científicas, diplomáticas e auxílio na expansão da rede hiperespacial. Sem
filhos, esposa ou esposo, vive solitariamente, excetuando nos momentos de
contato com seus subordinados a maioria do tempo. Possui cento e quinze anos
com uma aparência mais jovem por causa dos efeitos relativísticos. Gosta de
literatura sendo apaixonado por A Odisseia e Os Lusíadas. É um
homem diplomático. Aprecia vinho e reuniões com poucas pessoas. Atualmente,
também se encontra imerso nos debates sobre impactos ambientais e culturais
causados pela construção das novas pontes Einstein-Rosen[3]
e nos primeiros contatos com outras culturas extrassolares a fim de estabelecer
relações de intercâmbios, comércio, aumentar o número de aliados e reduzir a
influência do Império Zark.
2. Comandante Alan Thirty
É o Imediato da nave Horizontes,
filho de um ex-oficial mentor de Ender Shin. Sempre privilegiado pela posição
de seu pai, Alan ascendeu rapidamente na Armada. Aprendeu a cultivar desde a juventude o
extremo terracionalismo[4] até
se envolver em ativismo político contra a presença de estrangeiros dentro dos
mundos do Consórcio e a presença de outras espécies com culturas técnicas na
Terra. Gosta de futebol sendo fã do Monte Olimpo de Marte. Tem uma paixão por
história e arqueologia as quais foram desestimuladas pela família em detrimento
da formação militar. Graças a isso, ele se tornou amigo da historiadora,
arqueóloga e xeno-antropóloga Elisabete Tânis. Por um tempo a garota foi sua obsessão e, por isso, forçado a se
afastar. Hoje, em campos e posições distintas, ocasionalmente eles dialogam.
Ele é ousado, corajoso e às vezes impulsivo. Disciplinado, segue fielmente os
regulamentos, porém ele distingue o tratamento dado a humanos e estrangeiros.
De família tradicional católica, é um homem conservador e contrário às
influências do alimianismo praticado no Sistema Solar desde o início da
imigração escorpiana, contudo o expansionismo tem o estimulado a tolerar já que
eles são aliados. Aos trinta anos é casado com uma marciana chamada Danielen e
pai de uma filha que nasceu durante a estada dele na Horizontes. Alan passa a
maior parte do tempo no espaço assim como outros estelanautas o que dificulta
assistir ao crescimento da filha e um relacionamento com a esposa que pensa no
divórcio e voltar a morar definitivamente em Mare onde vem surgindo um
movimento separatista.
3. Tenente-Comandante Marcos Ambrósio Tetra
Marcos
Ambrósio Tetra é o oficial engenheiro chefe da nave Horizontes. Ele coordena as
atividades de manutenção e atualização dela. É especialista no sistema de
propulsão a jato Bussard e nos reatores hiperespaciais acionados com
antimatéria. Nasceu em um vilarejo camponês do sul da Alemanha onde aprendeu a
conserta máquinas agrícolas para os vizinhos e a pilotar pequenas aeronaves
como carros e aviões antigos. Estudou engenharia estelanáutica e como
engenheiro tornou-se oficial da Armada Espacial vinculada ao Consórcio de
Exploração do Espaço. Tem cinquenta e oito anos, sendo trinta nela. É sisudo.
Gosta de ter o controle sobre os subordinados. Consegue projetar e construir
equipamentos variados em pouco tempo.
4. Tenente-Comandante Elizandro Manuel Pontes
Piloto
ou timoneiro da nave Horizontes nascido no Brasil. Ele também exerce as mesmas
funções em missões de planessagem com naves de serviço. Antes de se alistar,
jogou profissionalmente futebol pelo Monte Olimpo que disputa a primeira
divisão do Campeonato Marciano e a Taça Zeus, mas sua fortuna dissipou-se por
sua ostentação com mulheres, festas, processos de paternidade, drogas e
contrabando o que lhe causou a expulsão do futebol. Depois passou a pilotar
cargueiros na rota Sol-Próxima Centauri até o ingresso na Armada do Consórcio.
Estudou espaçonáutica e especializou-se no estudo da Armada Zark enfatizando
os supercruzadores e as sondas de ataque
dela.
5. Tenente-Comandante Carla Janaina Rodrigues
Carla
passou sua infância e adolescência quase inteiras acompanhando os pais em
expedições interestelares focadas na exobiologia e medicina. Eles foram
responsáveis por catalogar e definir os tratamentos para várias doenças
extraterrestres que infectaram humanos.[5]
Apoiados pelo Consórcio preocupado com a contaminação humana por epidemias
extrassolares, empregaram uma longa expedição pela galáxia de forma que a filha
conseguiu conhecer muitas culturas sempre dentro do humano centrismo.[6]
Recém formada, depois da primeira revolta separatista marciana, a Dra.
Rodrigues ingressou na divisão médica estelanáutica da Armada. Nela, desenvolveu
interesse por bioengenharia e cibernética conseguindo criar e aperfeiçoar em
poucos anos variadas próteses biônicas. Passou a compor a tripulação da
Horizontes durante a desocupação militar do Consórcio em Scorpiae.
É a oficial médica e exobióloga da
nave. Suas tarefas estão voltadas para salvar as vidas de espécies diversas.
Ela atua ao mesmo tempo como pesquisadora. Sensível, ocasionalmente emotiva,
observadora e atenciosa para com as pessoas próximas, tem sua racionalidade
está entrelaçada às emoções. Possui um filho adolescente vivendo com os avós já
que é divorciada e o pai encontra-se em outro sistema também.
A médica
já se envolveu em um conflito com nativos escorpianos quando ela cuidava do
caso de uma criança cuja doença era incurável pela medicina local.
Negligenciando as tradições religiosas do alimianismo e as regras dos líderes
sacerdotes locais que proíbem aceitar cuidados médicos de estrangeiros, nestes
casos humanos, Carla salvou a paciente. Isto lhe rendeu conflitos na Horizontes
com Ender Shin e Thirty, mas eles desconsideraram uma corte marcial e
perdoaram-na.
6.
Ten-Cmdt. Gileade
É o
oficial de segurança da Horizontes. Ele é escorpiano e foi resgatado por
oficiais da Armada do Consórcio na última grande guerra civil de vinte e cinco
anos atrás. Sua família reluta em aceitá-lo de volta, pois ele optou por servir
à Armada.
8. Dra.
Elisabete Tânis
Xeno-antropóloga
voltada para pesquisa de civilizações interestelares e de pré-salto crítica ao
Consórcio. Usa de abordagens como observação participante ao
estruturalismo. Ela é lésbica.
9.
Patriarca Eliade.
Há
cinquenta anos o Patriarca Eliade faz a ponte entre os escorpianos e as forças
de ocupação. É um dos principais sacerdotes líderes da Religião Alimianista.
Eles as recebeu no templo e conviveu com elas garantindo que o povo obedecesse
as leis estabelecidas do exterior como a desintegração da unidade imperial
central e a manutenção dos serviços religiosos conforme a tradição. Tornou-se
um amigo e um guia da cultura escorpiana a Ender Shin durante o período de
serviço no planeta. Eliade lidera a assembleia dos “Sacerdotes da Luz” que
legisla e regula a vida da população. É um estudioso da tribo dos Lumitas e
membro do clã dos Juízes. Sua posição dentro da tribo que administra as funções
do templo possibilitou-lhe o privilégio do “passaporte eclesiástico” para
viajar a qualquer sistema planetário sem depender das comitivas tribais
lideradas por um agente imperial antes da queda da monarquia e no momento um
comercial estrangeiro escolhido pelo Consórcio Solar e a Confederação das Luas
Associadas de Cinder. É um erudito em filosofia e teologia, sendo autor de “A
Era da Expiação: perspectivas para a consumação do universo e o retorno ao
Criador.”
8.
General Calebe Altair Kalar
Calebe Altair Calebe é o
príncipe da última dinastia do império escorpiano há cinquenta anos. Ele lidera
o clã dos Guerreiro desde a deposição e a condenação do imperador. Exilou-se em
Quand durante as cinco décadas de ocupação até retornar a Scorpiae. Reconhece a
autoridade das forças de ocupação da Liga Interestelar a partir da
intermediação de Eliade, mas coloca-se em posição contrária a ela. Kalar
coordena a resistência planetária contra a presença militar humana e a
influência do Consórcio Solar. Ele defende uma
corrente tradicional do alimianismo que divide a sociedade em estamentos
análogos a classes operárias e ligados à origem hereditária do líder masculino
da família. Culpa os humanos pelas atuais condições de seu mundo e a queda da
monarquia. Vem tentando buscar aliados e financiar a resistência.
Calebe é um escorpiano melancólico,
pois sua sociedade mudou e ele não consegue aceitar. Perdeu sua família cujos
pais foram condenados e executados pela Liga. A partir deles aprendeu a seguir
o alimianismo cuja ideia religiosa diz que os escorpianos descendem dos anjos
expulsos do paraíso. Ele vive esta crença e deseja que a população nativa
retorne aos modos tradicionais de vida conforme os textos sagrados. É um dos
antigos alunos de Eliade sendo conhecedor profundo e influenciado pelos
trabalhos de teologia e filosofia que tratam da resignação e a esperança de
reencontrar Deus que restabelecerá os escorpianos como os promotores do
universo. Interpretando as narrativas religiosas ao seu modo, Calebe acredita
ter encontrado um meio de antecipar o encontro a fim de restabelecer os poderes
de anjos acusadores, reagrupar o Exército de Proteção da Criação e lançá-los
contra os infiéis da galáxia, focando-se no primeiro momento contra os humanos
que ocupam Scorpiae e a Liga Interestelar apoiadora da ocupação. Calebe quer
restaurar a sociedade pré-ocupação, reconhece o sofrimento de seu povo e
executa ações extremas por isso até o momento em que se alia a Zark.
Encontrou no Império Zark um aliado
potencial devido a ligações culturais como o “universalismo” sendo a ideologia
e religião reformuladas do alimianismo segundo a crença e a narrativa de um
messias galáctico morto e ressuscitado. Ele foi convertido e tornou-se um
Yeshuan Novo depois de um ataque coordenado por sua resistência contra a
convenção do Tratado de Sirius realizada em Quand. Servindo ao império, ele
auxiliou no processo de expansão invadindo planetas com culturas técnicas
pré-industriais e na implantação de novas tecnologias baseadas nos
conhecimentos quandianos da época em estudou naquele mundo. Suas realizações
garantiram-lhe a concessão pelo Supremo Sacerdote do Universo (o Papa) de
sistemas planetários no setor Gibraltar e o reconhecimento do direito divino
para governar Scorpiae e promover a yeshuanização dos povos do Setor Sírius.
Kalar é um bom estrategista tanto nos campos militar, político e religioso. É
resoluto e impassível, por isso ele busca conselhos do sacerdote Lariel. Isto
resume algumas características do personagem.
Espaçonaves do Consórcio Solar
1. Veículo de Acesso Hiperespacial – Foguete a Jato de
Matéria antimatéria (VAH-FJMA) 01 – Horizontes
A primeira classe de estelanaves
construída para o Consórcio de Exploração do Espaço do Sistema Solar (CEESS).
Ela é seccionada em três partes funcionais. Possui um sistema misto de
propulsão. Quatro propulsores de jato do tipo Bussard impulsionam a espaçonave
interestelar de quase novecentos metros de comprimento, atingindo 99% da
velocidade da luz. Um reator supernova acionado por antimatéria gera a energia
negativa necessária ao salto interestelar após um passeio cósmico de doze
horas. Projetada para ser autossuficiente a nave usa quatro coletores para
recolher de fontes de hidrogênio a pequenos meteoritos que são armazenados para
consumo e depois se tornam plasma ejetado a alta velocidade pelas naceles. Três
módulos compõe a espaçonave. O primeiro análogo ao desenho de um submarino
possui a ponte de comando, alojamentos, laboratórios e quatro hangares com
acessos laterais e ventrais. Há quatro dissipadores e dez silos
multifuncionais. No segundo, há quatro ancoradouros com anéis de atracação
compartíveis com diversas naves e estações, propulsores auxiliares e a sala de
controle da engenharia. No terceiro, o reator supernova, os anéis de armazenamento
de antimatéria e tanques internos de deutério/trítio. Nele, há as quatro asas
dispostas equidistantes, formando uma cruz, em cujas extremidades há os
propulsores a jato e os primeiros tanques de combustível. Canhões de dissipação
colocados nos coletores bussard removem os átomos carregados eletricamente e
outros obstáculos durante os voos. Duzentos e quarenta tripulantes divididos
para trabalhos em três turnos de oito horas. A Liga Interestelar classifica a
classe dessa espaçonave como Projeto-01.
[1] O objetivo é
ao longo do tempo trabalhar com a ideia de a cultura superar a evolução
biológica e fazer desaparecer as linhas de demarcação entre os sexos e os
gêneros aplicando a técnca.
[2] É o primeiro conto sobre o alimianismo. A estória da queda.
[3] Buracos negros transitáveis aqui do tipo Shwarzschild com um
horizonte de eventos que deve ser circundado.
[4] Análogo ao nacionalismo da extrema direita.
[5] No século XIX, os europeus pesquisaram tratamentos de doenças
tropicais para se proteger na América Latina, África e Ásia, segundo E. J.
Hobsbawm em A Era do Capital e A Era dos Impérios.
[6] Análogo ao etnocentrismo.
Uma nova descrição
Esta
é a quarta versão da proposta de criar uma série chamada Missão nas Estrelas. A
primeira versão escrita em cadernos foi para o blog Universo Fantástico de I.
J. Santim, contando com quatro contos. Há um quinto que a minha conjuntura
atual não permite editar e um sexto não terminado. Posteriormente, tentei
desenvolver a primeira revista de quadrinhos Missão nas Estrelas: Planeta
Brasa, a qual só desenhei vinte e seis páginas. Depois, abandonei para fazer
uma outra história cuja proposta uso para a atual. Desenhei algumas páginas em
papel.
Antes
os trabalhos eram creditados a I. J. Santim. Sou mulher transsexual que
retificou o nome, logo os créditos também se alteraram para Poliana Gabriela
Santim. Evitarei explicar sobre disforia de gênero e identidade de gênero. Eu
reiniciei o projeto após a saída da faculdade. Não pude me formar e até a
presente data estou sem meu diploma de licenciatura em história, pois fui
expulsa de casa com minha namorada. Vivia numa família que resistiu a
aceitar-me. Agora, expulsa pela segunda vez do abrigo, pois não consigo aceitar
a disciplina local, viajaremos para São Paulo. No tempo livre, escrevi o
roteiro e faço os esboços no Illustrator. Assim, escrevi cinquenta argumentos
para Missão nas Estrelas. Abordo aqui a revista n. 1 chamada de “A Ocupação”.
Por ora, estou desenhando a primeira página. Há uso de estereótipos árabes. Não
nego. Também há influência do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia.
A
história começa após uma ocupação humana de cinquenta anos no planeta Scorpiae.
Pensei na guerra da Síria, a qual os noticiários pararam de divulgar por conta
da pandemia de Covid-19. A população escorpiana foi prejudicada e teve sua
cultura modificada por causa da presença humana. Calebe Kalar é um ex-príncipe
que se junta a facções extremistas da religião daquela cultura chamada de
alimianismo. Ele não é um vilão. Contudo sua organização age de forma
irracional, afetando a vida dos escorpianos para atingir a expulsão dos humanos
do planeta. É a metáfora de uma organização terrorista atual que se declara a
antítese do Ocidente. Comumente, elas são ineficientes a menos que tenham apoio
de governos estrangeiros como Rússia e Estados Unidos. No caso de Calebe, o
Império Zark oferece o apoio por partilhar da filiação de sua própria religião.
O Alimianismo é a metonímia do Judaísmo/Islamismo e o Yeshuísmo do
Cristianismo. Cada uma tem suas próprias correntes e brigam entre si.
Ainda
desenhando a primeira página, estou explorando matizes aquareláveis e que
transmitam calor, lembrando que Scorpiae tem dois Sóis. Uso o trabalho para
aprender a mexer no Adobe Illustrator. Vejo alguns vídeos explicativos para
colorir também. Logo, a primeira tarefa que faço é desenhar os traços. Estou
aprendendo pinturas em camadas. Por conseguinte, posso esboçar os traços com a
caneta, lápis ou vetores numa camada e pensar em outra, consoante a figura 1.
Há personagens usando véu ou turbante, pois o profeta Alímia ordenou que as
escorpianas cubram as cabeças ao sair de suas casas. Isto será trabalhado na
revista de número 2. Os prédios de tendas vistos nas primeiras páginas vendem
os vegetais e animais para sacrifício no templo de Alímia. A Dra. Tãnis comprou
uma planta para ser queimada pelo sacerdote e ouviu a recomendação de que ela
devia levar também uma ave. Os judeus ofereciam sacrifícios de animais e
vegetais no templo. No Antigo Testamento da Bíblia, Deus de Israel é bastante
carnívoro. Ele xingou Caim por ofertar os frutos da Terra e agraciou Abel.
Sabemos como a história termina: o primeiro homicídio do mundo. Enfim.
Os humanos da Terra não são totalmente mocinhos nesta série. As
histórias passam-se em um futuro onde os países terrestres uniram-se em um
esforço internacional para explorar o Sistema Solar e as estrelas. Assim,
nasceu o Consórcio Solar formado pelos Planetas Terra, Marte, Vênus e os
Satélites Selênia, Titã e Europa mais populosos. Na Terra, vivem dezesseis
bilhões de pessoas. Vigora um sistema descentralizado envolvendo Repúblicas dos
tipos democráticas e parlamentares com divisão de poderes que cuidam das
questões locais e uma grande assembleia com um Secretário-Geral eleito para
cuidar das relações interestelares chamada de Consórcio Solar, o qual também
lidera a chamada Liga Interestelar em um ciclo revezamento de dez anos. Dentro
dele, há grupos políticos, econômicos e sociais que lutam por hegemonia e poder
durante a expansão das atividades humanas extrassolares. Os demolidores de
estrelas e construtores de portais planejam interligar toda a galáxia por
rodovias hiperespaciais. Seu projeto afeta diretamente culturas estrangeiras
cujos espaços de seus sistemas são distorcidos e os sóis implodidos. Há ainda
os movimentos surgidos durante os estabelecimentos de comunicação com
extraterrestres contrários a essas relações. Desse modo, ocorrem conflitos
internos envolvendo xenofobia, especialmente com os escorpianos, seguidores do
alimianismo, os quais tiveram seu mundo devastado pelas forças do Consórcio.
Contudo, estas são informações da terceira versão do projeto reutilizadas aqui.
Assistam: Comentários sobre Missão nas Estrelas
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Trecho do livro "O Encontro Final" para apreciação
Apresentação de O Encontro Final
O livro tem versão impressa e ebook kindle que pode ser acessado por aqui
Confesso que resisti em republicar O
Encontro Final por não ter um bom retorno do público. Escrevi o romance em um
caderno durante horas vagas entre uma atividade escolar e outra quando estudava
na 8ª. Série, hoje 9°. Ano. De fato, ela continuaria uma série de contos que comecei
a escrever um ano antes. Infelizmente, os manuscritos das histórias anteriores
foram perdidos, o que me fez reescrever boa parte do livro. Ele foi uma
interessante construção fictícia usando minha própria cidade como cenário.
Muçum encontra-se na região norte do Estado, há cerca de cento e vinte
quilômetros de Porto Alegre. É um município pacato conhecido por suas pontes
ferroviárias e paisagens verdes. Contudo, no romance toda tranquilidade é
destruída com acontecimentos assustadores. Por que escolhi uma cidade real?
Influência da literatura brasileira moderna. Sou fanática por Érico Veríssimo.
Escrevo no feminino, pois há dois
anos assumi-me como mulher transgênero chamada Poliana Gabriela Santim, contudo
não quis mudar o pseudônimo de autora, pelo menos para este trabalho, já que
ele é antigo e está registrado na Biblioteca Nacional. Enfim, a obra foi
escrita em 2004 e publicada em 2011 por conta própria. Na época, queria sentir
a experiência de ter um livro lido pelas pessoas. Confesso que muitas se sentiram
ofendidas, pois imaginei na situação literária pessoas reais. A Ficção Científica
é especulativa por natureza. Ela problematiza de conceitos a personagens em
eventos hipotéticos. A temática de invasão extraterrestre é recorrente. Não inventei
nada. Por anos, assisti Arquivo X, então colhi algumas referências televisivas
para usar no trabalho. Li pouco sobre Física e Astronomia, pois não tinha
acesso a livros nem computador com Internet. Comprei o meu primeiro quando
adulta em 2008 com o trabalho de auxiliar de produção em um frigorífico da BRF
(Brasil Foods). Então, digitei o livro muitas vezes reduzindo minhas horas de
sono antes de ir novamente para a empresa. Em 2011, despediram-me, decidi mandar a obra
para impressão, pagando com o dinheiro da rescisão de contrato de trabalho e
FGTS e ingressei para a faculdade de história na Univates em Lajeado/RS.
A obra representa parte de uma vida
em que possuía idealização. Criei personagens baseados em pessoas que admirava e
estava gostando. Retrato do meu inconsciente? Quem sabe? Hoje busco uma
definição para o livro. Primeira experiência? O modo de entender como escrever.
Ainda não entendi. Acho mais fácil escrever artigo científico, monografia.
Contudo, meus colegas e amigos de curso sempre me disseram para continuar
fazendo literatura. Houve vários momentos em que parei de fazê-la por falta de
disponibilidade. Posto isto, quero dar ao leitor esta obra com um aviso: “Cuidado
com pesadelos.”
Sábado. Amanhecia tranquilamente na
pequena cidade de Muçum. Havia pouco movimento nas ruas. Alguns carros
trafegavam pela avenida principal, pessoas mateavam em frente de suas casas e
saiam para se exercitar. Umas conhecidas encontravam-se durante o passeio e
paravam a fim de prosear. A maioria fazia isso, pois em uma vizinhança pequena
é costume falar do que um ou outro fez no dia anterior. Assim, surgiam as
fofocas.
A cidade possui duas cadeias de montanhas esverdeadas
capazes de transmitir a sensação de estar dentro de um grande buraco, no
entanto ela se encontra dentro de um grande vale com um rio que percorre paralelamente
a extensão urbana. Sobre ele, na entrada de Muçum, existe uma ponte
rodoferroviária que ao cruzá-lo passa a possuir arcos de concreto unidos com a
lateral esquerda da usada por automóveis. Do outro lado do rio, há uma estrada
de chão, uma favela com seus barracos ambíguos ao barranco fluvial e um longo
túnel de trem. Existem apenas duas avenidas principais que se unem após uma
virar para a direita, onde se encontra a maioria das lojas de roupas,
brinquedos e outros produtos. Pode-se andar a pé para qualquer localidade da
zona urbana devido às pequenas distâncias.
O lugar permaneceu tranquilo, enquanto
prosseguiu a alvorada. Na Escola Estadual General Souza Doca, única de Ensino
Médio existente no município, faxineiros, professores e membros da administração
arrumavam as salas de aula para o retorno às atividades curriculares que
aconteceria na Segunda-Feira. Os
primeiros raios solares dispersaram-se pelo pátio e depois atingiram os três
prédios de dois andares que constituíam com o ginásio municipal de esportes um
retângulo.
Algumas faxineiras variam a poeira e as folhas
das árvores quedadas no pátio. Tinha começado a ventar, no entanto a previsão
meteorológica havia indicado tempo ensolarado. Repentinamente, na sala de aula
do segundo prédio, Turma-71 no ano anterior, perto da extremidade da cantina e
do portão com acesso à escadaria para o setor da administração e dos outros
recintos de ensino, aconteceu um rugido semelhante a um trovão. Uma mulher que
varia o piso e encontrava-se ambígua ao recinto atingido pelo barulho entrou a
fim de verificar o que se passava. O lugar estava congelado. Algo invisível e
pequeníssimo absorvia todo o ar do interior da sala e produzia raios para todas
as direções. A faxineira apavorou-se. Ela gritou, gritou, gritou, mas ninguém
ouviu nada por causa do vendaval. Mesas
e classes eram arremessadas contra as paredes como brinquedos infantis e
permaneciam nelas coladas. Quando o fenômeno havia aumentado de intensidade,
ele empurrou a porta com tanta intensidade que ela rachou ao bater.
Subitamente, o estranho fenômeno terminou e um raio atingiu a faxineira lançando-a
contra o piso, enquanto continuava a gritar.
Do exterior, o último grito de pavor foi ouvido
chamando a atenção do Diretor da escola que nesse instante se encontrava em seu
gabinete. Ele correu preocupado para a sala da Turma-71, entrou e encontrou várias
criaturas disformes que andavam sob duas pernas, possuíam peles cinzentas
melequentas, três dedos homólogos longos em suas mãos e pés, cabeças triangulares
com uma extensão que constituía uma massa cônica para trás, olhos negros tão
volumosos que se assemelhavam a uma lupa, dois orifícios para respirar logo
abaixo e bocas pequenas. Elas eram magérrimas e repulsivas.
Os curiosos que se aproximaram da sala tinham
sido dominados. Restava agora aprisionar quem administrava a escola, por isso
uma criatura andou contra o Diretor, este saltou apavorado para trás, ela
estendeu o seu braço direito desdobrando os seus três dedos magérrimos e a
porta fechou-se como se houvesse magnetismo. Então, os estranhos seres
agarraram-no, sofreram resistência dele, mas conseguiram deixá-lo inconsciente
graças ao toque dos seus dedos homólogos. Depois de concluir a investida, as
criaturas assumiram as aparências de cada pessoa aprisionada.