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Missão nas Estrelas Teste

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domingo, 17 de outubro de 2021

MISSÃO NAS ESTRELAS 01 A OCUPAÇÃO: RESUMINDO A PRODUÇÃO


Adquiram a revista Missão nas Estrelas pelo Kindle da Amazon através do link abaixo:

    O ano de 2021 ainda é marcado pela pandemia, por campanhas de desinformação, anticiência, problemas econômicos, políticos e muita luta para se sobreviver. Não foi diferente comigo. Passei um ano desempregada morando em um quartinho de uma ocupação vivendo de uma ocupação com rato e barata e passando fome enquanto desenhava o primeiro volume de Missão nas Estrelas. Recentemente, pouco mais de três meses consegui um trabalho formal e sai dessa situação. No mesmo período publiquei a revista no Kindle da Amazon. A longo prazo, ela será impressa. Tenho a primeira versão de Missão nas Estrelas n. 02 pronta. Enfim. 
    O que a obra aborda? Missão nas Estrelas 01 é uma história de quadrinhos ao estilo ópera espacial que se passa em uma época que a humanidade pode fazer viajens interestelares e se tornou uma potência imperialista da galáxia. É uma analogia com a Terra. Meu objetivo é tentar fazer crítica social. 
    A revista inicia a narrativa no planeta Scorpiae o qual está sob ocupação militar humana há vinte havia anos. A humanidade fez uma guerra contra Scorpiae acreditando que seria atacada pelos escorpianos. Ela extinguiu todo o império escorpiano e ocupou Scorpiae. Há analogias com a Bíblia que o leitor irá perceber, contudo não quero dar muito spoiler. A revista é uma crítica à superpotências como Estados Unidos. Vem mais por aí haja vista produções de Star Trek Discorvery, Star Trek Picard etc em andamento.

Deixo uma amostra da revista abaixo: 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Sou Asperger

 Comprem o romance O Encontro Final acessando o site da Amazon


No meu Diário deProdução recém publicado escrevi que escrever é um vício o qual não consigo perder. Eu ficava muito melancólica quando não o fazia. Passei anos triste enquanto trabalhava na BRF e depois em um Curtume por não ter energia suficiente para isso. Era uma rotina, uma forma de me explorar, mas o trabalho físico esgotava-me. Hoje busco algo que não seja trabalho físico/braçal, mas ninguém me contrata. Enfim, foi durante meus dois últimos semestres que descobri uma característica minha, a qual explica meu comportamento de não gostar de mudanças. Descobri a Síndrome de Asperger.

Normalmente, as pessoas afetadas pela Síndrome tem dificuldade nas relações interpessoais, comportamentos repetitivos, foco em poucas coisas, foco extremado em aspectos específicos como ciência, tecnologia, linguagem rebuscada, falha em perceber o mundo de forma sincrônica ou simultânea. Sim, dou um exemplo, se estou expondo algo durante uma aula minha não consigo perceber o que os alunos estão fazendo. Já me ocorreu de no estágio da Residência Pedagógica ter aluno dormindo e não notar. Preciso me esforçar para evitar esses transtornos. Enquanto falo, centro-me em mim mesma. A linguagem excessivamente formal é outro problema. Ela não pode ter influência familiar, pois toda minha família não tem formação intelectual, sendo semi ou analfabetos. Eu fui me construindo ao longo da educação básica. O problema é que grande parte das pessoas não vão me entender. Eu considero sacrilégio alterar expressões, palavras que foram estabelecidas para os conceitos e fenômenos que tenho de apresentar. É o problema da tradução e transposição. Palavras complicadas. Enfim.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Missão nas Estrelas Planeta Brasa e seu Diário de Produção


2a versão de Missão nas Estrelas abortada

 2016 foi um ano dificílimo para mim. Eu me isolei trancando-me em meu quarto, desinteressada da vida por um ano. Fugi de casa também. Neste contexto tentei criar uma história em quadrinhos sobre Missão nas Estrelas. Ia quadrinizar o episódio 3 Colônia. Posteriormente, o roteiro ficou maior. Havia detalhes. No fim, abortei o projeto, pois meu computador estava estragado. Pouco antes, fiz uma segunda tentativa (Imagem acima), mas enquanto montava a primeira página o hd queimou. Eu não tinha dinheiro nem valia a pena comprar um hd novo. Como consegui a bolsa graduação do Santander ao retornar para a graduação em 2018 comprei um notebook novo. Hoje continuo desempregada e atualmente moro em Londrina.

Bem, daquela primeira tentativa publiquei no Recanto das Letras o Diário de Produção e as vinte e seis páginas resultantes. Podem acessar pelo link abaixo: 

Missão nas Estrelas Planeta Brasa e Diário de

Fiz este teaser em 2016:


Produção

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domingo, 22 de novembro de 2020

Influência da trágica história do Oriente Médio no século XX em Missão nas Estrelas

 


Scorpiae vive uma situação de ocupação militar tal qual Iraque, Afeganistão se puder fazer um paralelo. O Consórcio Solar cometeu uma segunda grande invasão por acreditar que os escorpianos descumpriam um tratado que os proibia de ter naves com capacidade de voo interestelar mais rápido que a luz. Vou desenvolver esta ideia a partir do segundo volume da revista. Bem, como todo povo subjugado, parcela de sua população parte para a resistência. Aqui o objetivo é aspectos históricos do conflito entre árabes e o Ocidente. Contudo, há a diferença de que os escorpianos aliamianistas não pretendem partir para as estrelas convertendo outros mundos, mas sua contraparte jarielita faz isso.

Como resistir quando há poucos recursos? Que ações de guerrilha são mais eficientes? Quais alvos são mais significativos? Por que não outros? Os árabes usam um conceito polissêmico chamado Jihad para se referir à resistência que dependendo do grupo pode ser pacífico ou agressivo. De fato, há motivações históricas para este comportamento. No início do século XX com a queda do Império Otomano ele foi dividido entre as potências neo-colonialistas/imperialistas europeias. Iraque, Síria, Líbano ainda não eram nações. Interesses econômicos como o petróleo na Árabia Saudita atraíram países ocidentais para construir alianças como a realizada com a família Saud. Os Estados Unidos, por exemplo, procuraram alianças econômicas com grupos islâmicos mais conservadores, nesse caso os Sunitas. Para além, as potências ocidentais ignoraram o problema da divisão do mapa do Oriente Médio e as demandas das populações regionais como as da Palestina. Bem, o mapa do Império Escorpiano também foi dividido. Planetas-Estados ou Sistemas Estelares Estados artificiais foram estabelecidos, gerando novos tensionamentos na galáxia tal qual a opressão de grupos étnicos escorpianos e de outras espécies minoritários.

Os grupos precisam reagir, então os problemas mencionados são retomados. Pensei num texto sobre Oriente Médio que li quando fiz a disciplina no curso de história ao escrever. Inicialmente, pensei na questão do impacto cultural. Muitos movimentos opositores islâmicos ao Ocidente defendem visões que misturam política, governo com a Religião e a eliminação dos costumes liberais considerados pecaminosos, heréticos. São contrários às influências das potências nos assuntos da região. Neste sentido, faço as aproximações com os personagens escorpianos criados como Calebe Kalar, último Príncipe Imperial vivo. Ele faz algo que normalmente estranhava até ler o texto Jihad: Duas interpretações contemporâneas deum conceito polissêmico de Youssef Cherem da Unicamp. O personagem não tem condições de atacar a Terra assim como poucos grupos terroristas islâmicos contra os Estados Unidos. Hoje com a Internet novas formas de conseguir adeptos para ações contra o Ocidente surgiram. Alvos com grande concentração de pessoas como igrejas, mesquitas, aeroportos são escolhidas. Pensando nisso, escrevi a sequência de invasão ao Templo de Alímia na capital escorpiana. Enfim.

Primeiro teaser de Missão nas Estrelas


Apresento um teaser de 40 segundos com as primeiras imagens de Missão nas Estrelas 01 A Ocupação. É possível no futuro ter também uma série animada e filmes de longa metragem. 
 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Experiência de desenho com o Yoga 520

Clique acima para acessar a loja da Amazon e comprar o meu primeiro romance

Missão nas Estrelas: Contos

Eu estou trabalhando paralelamente em duas histórias ilustradas. Parei para refletir sobre minha plataforma de desenho. Uso um notebook Yoga 520 da Lenovo com caneta ativa (Active Pen). Ela usa uma pilha AAAA. Sua duração pode chegar a um ano. Em meu caso, como uso-a por umas oito horas diárias, o consumo terminou em sete meses. São difíceis de encontrar. Comprei dez pilhas de São Paulo de um vendedor vinculado ao Magazine Luíza. Notei atrasos nos traços e linhas serrilhadas ao desenhar inclinadamente.. O meu Yoga tem um processador I 5 com placa gráfica dela própria integrada HD 620, 8 gb de Ram e 1 tb de hd. Uso o Illustrator para desenhar. Muitas vezes, quando viro a tela para usar o modo tablet este software ativa a função da mão e não muda para outras funções como a caneta. A carcaça é de fibra de carbono, então é muito frágil. Saiu um pequeno pedaço, uma quina, da base do Yoga. Quando a Lenovo lançou este 2 em 1, ela pensou na versatilidade para leitura, anotações, assinaturas, apresentações e trabalhos gráficos de pouca exigência. Você não pode ter mais de um software da Adobe abertos ao mesmo tempo e operando. Não pode também ter um grande número de pranchetas salvas no Illustrator, pois ele pode travar quando você estiver salvando ou trocando de função, o que faz surgir o risco de perder tempo de trabalho, já a recuperação é desligada para arquivos complexos. Caso hajam muitas pranchetas, se eu salvar um desenho, devo esperar esta função ser completamente executada para não travar o software.

            Nunca tive experiência com mesa digitalizadora. Só as vi pela internet. Achei interessante as de tela. São caríssimas. Até dois anos atrás eu desenhava em outro notebook com o touchpad. Eu não tenho boa coordenação motora, logo os desenhos saiam distorcidos ou com o ponto central da perspectiva mais alto. Fazia os esboços no papel e escaneava-os. Contudo, eu cancelei a revista de quadrinhos de Missão nas Estrelas que desenharia naquela época. A tecnologia gráfica facilitou minha vida. Ainda tenho softwares que usava entre 2011 e 2016 como o Gimp que gosto. O Illustrator tem poucos efeitos para desenhos, então uso este outro para, por exemplo, criar nuvens a partir de fractais ou subexposição. Tenho de aprender a trabalhar com o Photoshop. Ele tem mais funções que o Illustrator, contudo lido bem com programas de código aberto também. Retomando a questão de notebook 2 em 1 e mesa digitalizadora, fica a pergunta qual gera a maior eficiência e flexibilidade para trabalho.

Missão nas Estrelas n.1 A Ocupação

Novas imagens em Missão nas Estrelas de Poliana Gabriela Santim

 O mundo dos Construtores de Planetas

Sobrevoando a Terra


Navegando

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Poliana Gabriela Santim: Missão nas Estrelas

Livro O Encontro Final à venda na Amazon

 A revista narra as viagens da nave interestelar Horizontes da Terra sob o comando do Capitão Ender W Shin que está a serviço de uma aliança interplanetária política e tecnocientífica e militar criada após dois conflitos, um com os escorpianos e outro contra Império Zark, durante o primeiro avanço humano para as estrelas. A nave permanece baseada numa estação ao redor da estrela Alfa Centauro implodida para a construção do primeiro buraco negro artificial transitável conectado ao sistema solar. Ela patrulha o setor, visita planetas, executa operações contra piratas, realiza expedições científicas em cooperação internacional, auxilia a construir novos portais, em viagens diplomáticas e de primeiro contato.

As histórias abordam questões atuais que envolvem o imperialismo tecnocientífico e cultural/ideológico/religioso do Ocidente, além dos temas ambientais e sociais relacionados ao consumo descontrolado de recursos naturais e econômicos. As narrativas serão em forma de óperas espaciais na linguagem dos quadrinhos. Assim, a fim de construir os elementos usarei analogias. A galáxia como o mundo e cada planeta um país, por exemplo. Os personagens são ambíguos. Buscando explorar e solucionar conflitos em uma época que a humanidade topou com poderosos adversários, a Horizontes impõe-se em favor dela. Dentro do universo fictício e fantástico, em um contexto análogo à guerra fria com corrida armamentista, espacial e jogos de aliança, há quatro culturas técnicas que formam uma coalizão chamada Liga Interestelar estabelecida contra a ascensão de um Império Galáctico. Tentarei explorar conceitos antropológicos e as teorias culturais. O relativismo, por exemplo.          Os primeiros grupos de personagens importantes são os humanos, os escorpianos, os quandianos e os cinderianos, os quais vivem em sistemas solares próximos entre si, possuem culturas próprias, afinidades e diferenças. Cada grupo desenvolveu seus meios de acesso ao espaço interestelar em épocas, contextos e motivos diferentes. Em comum, a economia. Seus governos estão classificados como Repúblicas, Democracias e Monarquias considerando as diversas variações internas de organização política.

            Escolhi seguir alguns conceitos para estabelecer uma estrutura de narrativa literária. As estórias operam segundo funções alegóricas, metafóricas e metonímicas. Dessa forma, a galáxia Via Láctea é metonímia da Terra, a expansão humana pelo espaço metáfora do imperialismo e os mundos extraterrestres alegorias dos países submissos.

            A busca pelo exótico, a abertura de novos mercados, a procura de recursos naturais para aplicar em inovações, a colonização, ou melhor invasão pelo Ocidente, guerras no exterior, surgimento de novos tipos de monopólios e tecnologias como o automóvel e o aeroplano são aspectos marcantes do imperialismo europeu na segunda metade do século XIX às duas guerras mundiais no XX. Reflete atualmente os monopólios tecnológicos e científicos de empresas como Microsoft, Adobe, Google, os quais implementam um imperialismo sem política, nacionalismos e que domina até o centro imperial. Ele promete uma liberdade desterritorializada em que o Estado parece impotente e cuja ausência é muito sentida e desejada. Significa a promessa de um Estado Único, planetário e diversificado.

            Nas histórias em quadrinhos, eu escolhi adotar como uma representação metafórica deste desejo de Um Estado as ideias de uma aliança para a exploração e colonização do espaço em forma do Consórcio de Exploração do Espaço composto por países associados. Sua sede administrativa encontra-se em Genebra, enquanto seu parlamento situa-se no Rio de Janeiro. Cabe a esta organização coordenar a prospecção, colonização e a exploração cósmica, além das relações com culturas técnicas estelares pelos países membros. Observe que eles não foram extintos, mas os Estados Nações tradicionais coexistem com relativa diminuição de seus poderes soberanos, os quais foram redistribuídos e uma parcela deles entregue a ela. Isto apresenta uma alegoria do liberalismo político em um mundo cuja globalização encontra-se consolidada e o espaço apresenta-se como a última fronteira.

            O desenvolvimento da tecnologia hiperespacial pelo Consórcio exigiu a busca de novas fontes energéticas, o melhoramento da exploração das atuais e a construção de uma infraestrutura que permite o estabelecimento de interações físicas seguras como viagens interestelares e o abastecimento rápido das estelanaves. Surgem as primeiras hipervias, espécie de “autoestradas” planejadas para ligar grandes distâncias usando buracos negros de diferentes categorias. Construir estas “estradas” cósmicas tem gerado grandes impactos ambientais e sociais nas culturas cujos sóis secundários são usados para gerar uma singularidade gravitacional estável ao trânsito entre as duas extremidades delas. Os construtores humanos afirmam serem elas “o progresso chegando através do hiperespaço.” As culturas tradicionais enxergam-os como os demolidores de estrelas os quais estabelecem fronteiras que modificam totalmente as vidas delas. Muitas vezes elas são deslocadas a um outro planeta porque o dos nativos é destruído pela implosão estelar, usando a mesma afirmação. “É o progresso.”

            Nesse quadro, eu acrescento o conceito de missão segundo os sentidos laicos e religiosos, mas aqui antes focalizo no primeiro. Esta é a antiga ideia etnocêntrica de “civilizar, levar a civilização, aos povos atrasados.” Também escolhi usar o conceito humanidade significando etnia, evitando a convencional definição de espécie biológica, ou por possuir diferentes aspectos morfológicos que é dada aos grupos de personagens extraterrestres os quais desenvolvem culturas técnicas. Influenciou-me a antropologia e a história cultural a isso.

            Enquanto os humanos avançam ocupando e explorando estrelas e seus planetas, eles estão contaminando os nativos com doenças solares e contaminam-se com as xeno solares. Não obstante o Consórcio, preocupado com a saúde de sua população viajando por entre as estrelas, envia expedições com médicos cientistas, exobiólogos e xeno antropólogos para conhecer e catalogar os agentes epidemiológicos e as populações nativas dos exoplanetas de interesse humano. Metáfora do imperialismo a qual lembra que os europeus, americanos e atualmente chineses executam projetos para si mesmos.

            O combate à varíola protegeu os europeus que invadiram as terras das zonas tropicais. A África, América e Ásia foram territórios mapeados e divididos entre as potências. Na segunda metade do século XIX eles passaram a ser fisicamente ligados entre si de forma cada vez mais rápida. Relembro as ferrovias e as rodovias cujas passagens delas só podem ocorrer se os grupos habitantes abandonarem os seus locais de origem e houver segurança aos construtores. Segurança pelas armas e a aplicação de vacinas aos nativos.

            Ao transpor isso na literatura especulativa cada grupo significa um planeta com sua diversidade. O desejo pelo exótico como expressado por europeus e americanos através das grandes feiras internacionais também pode ser transposto, usando a ideia de exposições interestelares.

 

A Terra e o seu Consórcio Solar

Os humanos vivem por quase todo o sistema solar sendo os Planetas Terra, Marte, Vênus e os Satélites Selênia, Titã e Europa mais populosos. Na Terra, vivem dezesseis bilhões de pessoas. Vigora um sistema descentralizado envolvendo Repúblicas dos tipos democráticas e parlamentares com divisão de poderes que cuidam das questões locais e uma grande assembleia com um Secretário-Geral eleito para cuidar das relações interestelares chamada de Consórcio Solar, o qual também lidera a chamada Liga Interestelar em um ciclo revezamento de dez anos. Dentro dele, há grupos políticos, econômicos e sociais que lutam por hegemonia e poder durante a expansão das atividades humanas extrassolares. Os demolidores de estrelas e construtores de portais planejam interligar toda a galáxia por rodovias hiperespaciais. Seu projeto afeta diretamente culturas estrangeiras cujo espaço de seus sistemas são distorcidos e os sóis implodidos. Há ainda os movimentos surgidos durante os estabelecimentos de comunicação com extraterrestres contrários a essas relações. Desse modo, ocorrem conflitos internos envolvendo xenofobia, especialmente com os escorpianos, seguidores do alimianismo, os quais tiveram seu mundo devastado pelas forças do Consórcio.

 

Planeta Scorpiae e os escorpianos

Os escorpianos tinham uma monarquia planetária absoluta baseada em seu próprio sistema religioso a qual foi derrubada pela ação de humanos interessados no uso de um de seus sóis para construir um buraco negro transitável. Subordinadas a ela e independentes a partir da ocupação humana através do Consórcio Solar, existem centenas de monarquias teocráticas e assembleias locais, segundo um rígido sistema de estamentos que impede a mobilidade social e obriga ao nativo exercer as mesmas funções de seus progenitores. As legislações são estabelecidas segundo os textos sagrados da religião dominante, os quais também regulam as relações com as culturas e espécies extraplanetárias. Eles são uma espécie guerreira apegada à manutenção de suas tradições e à Religião Alimianista, antecessora do Universalismo. Eram clientes do chamado Império Zark até o surgimento da nova ideologia religiosa. As ações belicosas de Zark causaram várias ondas de dispersão escorpiana pela galáxia. Ocuparam o Quarto Planeta do Sistema Scorpio 1-A.



 

O Mundo Quand e os Quadianos[1]

Os quandianos formando a cultura mais antiga do setor passaram de uma monarquia eletiva e parlamentar a uma tecnocracia quase absoluta a qual funciona através de uma assembleia técnica e uma grande rede interligando diversos sistemas informáticos, de comunicação e máquinas para gerenciar o planeta com reduzida interferência dos nativos, chegando a controlar a procriação. Eles já foram grandes navegadores, mantendo domínio de um quarto da galáxia até o início da crise demográfica, conflitos com novas potências como Zark, os escorpianos e os pretendentes da Terra. Biologicamente, eles são uma espécie sexuada, porém culturalmente são assexuados, havendo um único gênero e dependentes da fertilização artificial e de úteros cibernéticos. Desde o predomínio de uma sociedade industrial e individualista, onde valia a competição e a concorrência profissional as mulheres quandianas começaram gradativamente a desistir da reprodução o que levou ao Estado procurar solucionar tecnologicamente o problema da continuidade geracional.

Ao longo de milhares de anos o sexo tornou-se um tabu e poucos vestígios sobraram do período. Somente os membros restantes da última dinastia imperial podem manter relações sexuais entre si, procriando de modo natural. Ninguém pode ter contato com ela, pois é considerada impura por causa do sexo. No passado, os reis e rainhas foram grandes opositores ao programa de concepções estatal por convicções religiosas, passando a ser repudiados pela sociedade que ao longo dos séculos ritualiza a posição monárquica renegando a comunicação física com eles. Apesar disso, as princesas continuam servindo de matrizes à construção e manutenção dos ciber úteros e, assim, ressignificam o tabu da sexualidade através de rituais. Contudo, nenhum estrangeiro consegue permissão a uma audiência com os monarcas e/ou seus nobres da isolada corte, os quais vivem cercados e cuidados por robôs e androides no interior do planeta. Isso causa dificuldades e embaraços nas relações interestelares, onde a maioria das culturas são polis sexuais.

Morfologicamente, Quand é um sistema composto por um planeta central com a união artificial a partir do seu equador aos eixos de rotação outros dois planetas. Com essa ligação ergueram-se duas grandes torres opostas diametralmente cortando o centro do planeta mãe para formar uma rede de supertrens que conduzem pessoas de um corpo a outro. As atmosferas são compartilhadas entre si e formam uma fina camada de gases envolto. Há um oceano congelado quase todo o tempo no planeta central. Seus continentes acomodam as  metrópoles e a população, cuja maioria vive no subsolo, inclusive nos satélites. A principal e atual preocupação além da demográfica é a conservação do conhecimento adquirido sobre a galáxia na infoteca quântica, a qual possui registros de muitos mundos e culturas extintos há mais de um milhão de anos.

 

O Planeta Cinder e a Confederação das Luas Associadas de Cinder

Os Cinderianos vivem nas luas e estações orbitais de seu gigante gasoso cheio de anéis. O excesso de ferro deu-lhes o tom avermelhado à pele. Seu sol está nos estágios de evolução finais o que os obriga a se afastar aos planetas exteriores. Eles são comerciantes, armadores, hábeis construtores e financistas, os quais sincronicamente com a Terra e  Scorpiae competiam no avanço ao espaço interestelar. Enviaram expedições antes de os humanos irem ao espaço à Nuvem de Magalhães, mas a redução demográfica os fez descontinuar e buscar sócios às empresas. Operam uma grande frota de cargueiros, naves coletoras e mineradoras.

Cinder é uma federação de vários satélites do gigante gasoso denominada Confederação das Luas Associadas de Cinder. Desse modo, há assembleias deliberativas em cada um de seus satélites naturais e uma geral com um 1° Ministro cuja preocupação é a manutenção da organização da estrutura planetária, do comércio interestelar, diplomacia e segurança. A sociedade tem um governo liberal, o qual ora se alterna entre intervencionistas e centralizadores no controle do Parlamento do Estado.

 

Os Iruans ou Iruanos

           No sistema binário Éris há dois planetas onde suas sociedades estabeleceram uma complexa rede de relações sociais e culturuais representadas na forma de símbolos e práticas como o comércio, o qual é regulado por valores não materiais. Os planetas Yvi B e Yvi A são ocupados pela cultura Iruan. Os mundos estão divididos e controlados por dois clãs, um de linhagem matriarcal e outro patriarcal. O primeiro o qual vive em Yvi A possui uma economia de subsistência, é autossuficiente em quase tudo, excetuando na tecnologia de salto que nunca foi desenvolvida. Realizam comércio com Ivy B apenas de forma simbólica. Não existem relações monetárias, embora muitos procurem resolver carências materiais por ele e assim demonstrem apreço a Ivy B. Para ambos os mundos a vida é regulada pelos dois sóis, Nhamandu e Kuaray Iru, o Sol maior e o seu companheiro, ambos venerados como símbolos geradores de luz, calor e vida. Há um ritual de casamento homoafetivo que representa isso. Vigora nos casamentos de Yvi A a polissexualidade onde uma mulher deita-se com vários homens para ter filhos com características diferentes. Em Yvi B vigora a monogamia e os filhos são estimulados a competirem pelas mulheres e a acumular bens materiais e imateriais. A cada eclipse dos sois ambos enviam naves espaciais para realizar comércio, intercâmbio e negociar casamentos. Yvi B tem tecnologia de salto e negocia adesão à Liga Interestelar e a abertura comercial.

 

O Império Zark

Zark é um império estelar multicultural governado por uma monarquia consuetudinária de linhagem patriarcal. O Imperador é soberano por direito divino. É o chamado governante temporal. Ele divide o poder com líder religioso, o Pai da Igreja Universal. Com o auxílio de ordens religiosas chamadas Companhias conquistam planetas. Quando não é possibilitada a dominação pela fé usa-se a Armada composta de frotas do governo central, de províncias, reinos e planetas clientes. O mundo capital de Zark é desconhecido. Sua capital é regularmente transferida para facilitar a administração.

 

Ideologias ou Religiões dos escorpianos e do Império Zark:

 

1-O Alimianismo

 

A crença de um único Deus. Religião monoteísta. Acredita-se que o Criador escolheu os escorpianos para servirem de emissários e executores das ordens divinas. Acreditam que possuíam no passado um corpo humanoide com aspectos de escorpião: pinças e aguilhão que atormentavam as espécies de outros mundos. O primeiro patriarca Alímia estruturou a história e as leis da sociedade em um diagrama cósmico: as escrituras. Acusados de assassinato do filho do Criador Yeshua foram expulsos e amaldiçoados, perdendo os aspectos divinos. (Esta última frase representa o momento da ruptura com o tradicionalismo, talvez influenciada por culturas estrangeiras que trouxeram o messianismo.) Nos diagramas há os códigos morais, penais e modos de organizar a sociedade. Um exemplo é a interdição de casamentos e relações interespécies, pois o sexo serve à procriação e nelas não há descendentes. O casamento além de sagrado é uma forma de aliança e relação comercial. O marido, anualmente, deve pagar o dízimo ao pai da esposa que o divide e repassa parte a ela e outra à igreja.

 

1.1 A Origem Mítica dos Escorpianos[2]

 

A cultura escorpiana tem cerca de duzentos milhões de anos segundo os cientistas do Consórcio Solar, porém os líderes religiosos do alimianismo consideram ela tão antiga quanto o universo.

Diz o primeiro livro escrito por Alímia que os escorpianos faziam parte do Exército de Defesa da Criação fundado durante a onda de dispersão de luz vinda de Deus. Logo que as primeiras espécies começaram a dominar os seus planetas, o Criador fez um corte transversal do universo e enviou-os. Desfeito o acesso ao hiperespaço, os escorpianos passaram a percorrer a galáxia a fim de se informar de sua população, observá-la, implementar a legislação divina e executar as punições contra quem não a seguisse depois de conhecê-la.

Eles haviam adquiridos todas as propriedades inerentes ao universo as quais seus corpos permitiam. De aparência humanoide com aspectos de escorpião. Garras e pinças em lugar de pés e mãos. Uma cauda anelada com um aguilhão na extremidade capaz de atormentar, ferir e matar. O terror das populações.

O líder desse exército chamava-se Luzir, o primeiro dos generais, criado da primeira onda da criação. Era o mais alto da hierarquia e subordinava-se diretamente ao Criador, “Senhor de todas as galáxias.” Ele O escutava, assistia na manipulação do universo a partir do hiperespaço, supervisionava as tropas, pensava nas estratégias e retransmitia as ordens. Escolheu o planeta a fim de hospedar os divinos soldados.

Aquele planeta selecionado era de um sistema perto de outro com uma cultura agressiva que avançava invadindo outros distantes mundos graças ao domínio do conhecimento de acesso e navegação hiperespacial. Ela já sabia fazer, mover, desmontar, remontar e reconfigurar planetas inteiros, por isso Luzir denominou-os de “Construtores de Planetas.” Deus ordenou ao exército destruí-los, pois esta espécie negava-se a adorar o Criador e tinha ambições proibidas. A civilização formava um império bem diversificado com os arienianos, humanos, cinderianos, quandianos, quelonianos, e outras dezenas de povos que congregaram para conquistar o universo. Sob o comando de Luzir, esses gigantes abomináveis foram destruídos, mas, por causa da piedade do nobre general, os acusadores não cumpriram toda a ordem. Ele salvou os sobreviventes e enviou-os a outros planetas.

Deus rebaixou seu primeiro general e enviou-o para a patrulha de planetas. O Acusador Jariel era um líder impetuoso. Ele já havia condenado à extinção mil planetas. Ao visitar o mundo dos humanos orbitando uma estrela pequena, aconteceu o início da discórdia. Aquela espécie praticava muitas guerras, não tolerava seus semelhantes de outras regiões e prejudicava o mandamento divino para procriar, fazendo sexo entre iguais e com outras espécies. Após orbitá-lo, reconhecer o planeta e visitar povoados dos quais a população negava-se recebê-los, o líder enviou sua legião para destruí-lo. O antigo general discordou. Ele tinha aliados a seu favor. O outro comandante também. Em órbita as estelanaves de Luzir e Jariel enfrentaram-se. Na superfície, as localidades visitadas tornaram-se bases para a batalha. Logo, os soldados dos dois partidos perceberam a impossibilidade da vitória sem a aniquilação do universo.

Então, Deus interveio fazendo um corte transversal do universo e retirou os soldados leiais às ordens divinas. Os partidários de Luzir permaneceram nele. Eles tinham sido condenados a viverem como os mortais que vigiavam e puniam. Esta foi a queda, segundo narram os textos do alimianismo do 1° Cinclo e a tradição oral escorpiana.

 

 

 2-Universalismo

 

Crença monoteísta com aspectos politeístas, ou seja, algumas pessoas podem ser promovidas a Santos, intermediários. Acreditam que um Messias, filho de Deus, chamado Yeshua foi enviado para salvar à galáxia. Por muito tempo viveram escondidos nos dutos de estações espaciais e subsolos rochosos de planetas, luas e asteroides. Depois, a monarquia de Zark oficializou a Religião e graças isso ela se expandiu como o império. Seu líder é o segundo imperador, considerado pai da galáxia e eleito para o governo espiritual, apenas. Considera-se-a um ramo do alimianismo e Alímia o primeiro profeta patriarca da nação dos Acusadores. Usa algumas de suas escrituras.

Religião, Política e Estado inter-relacionam-se. As províncias chamam-se dioceses acompanhadas de suas subdivisões. Os governadores chamados cardeais e bispos. Suas ações de conquistas aos locais creditados como sagrados e ocupados por culturas diversas como a escorpiana denominam-se cruzada estelar. O poder hegemônico é dividido entre escorpianos, arienianos e humanos.

 

Personagens

1. Capitão Ender W Shin:



 

Nascido em um vilarejo rural da Terra, onde sua família cultivava cereais como soja e   arroz. Logo que completou seus dezoito anos alistou-se na força espacial para escapar dos trabalhos agrícolas. Influenciado por seu mentor da academia, o Professor Michio Akira, físico hiperespacial, passou a se interessar pelos voos interestelares através do salto em fase experimental naquela época. Após sua formação serviu em naves de pesquisa e diplomáticas. Ender convenceu o governo quandiano após os conflitos com escorpianos a uma parceria a qual envolveu expedições estelares com naves quandianas e a construção da “ponte” ligando o Sistema Solar a Alfa Centauro. Ele participou dos primeiros conflitos contra Zark. Preocupou-se com estudos acerca de problemas dos saltos interestelares e a navegação hiperespacial, ajudando, assim, a aperfeiçoar o sistema de marcação multidimensional de coordenadas. Recebeu o comando do VAH/FMA-01 Horizontes que está cedida a serviço da Liga Interestelar para patrulhas contra pirataria, expedições científicas, diplomáticas e auxílio na expansão da rede hiperespacial. Sem filhos, esposa ou esposo, vive solitariamente, excetuando nos momentos de contato com seus subordinados a maioria do tempo. Possui cento e quinze anos com uma aparência mais jovem por causa dos efeitos relativísticos. Gosta de literatura sendo apaixonado por A Odisseia e Os Lusíadas. É um homem diplomático. Aprecia vinho e reuniões com poucas pessoas. Atualmente, também se encontra imerso nos debates sobre impactos ambientais e culturais causados pela construção das novas pontes Einstein-Rosen[3] e nos primeiros contatos com outras culturas extrassolares a fim de estabelecer relações de intercâmbios, comércio, aumentar o número de aliados e reduzir a influência do Império Zark.

 

2. Comandante Alan Thirty

 

           É o Imediato da nave Horizontes, filho de um ex-oficial mentor de Ender Shin. Sempre privilegiado pela posição de seu pai, Alan ascendeu rapidamente na Armada.  Aprendeu a cultivar desde a juventude o extremo terracionalismo[4] até se envolver em ativismo político contra a presença de estrangeiros dentro dos mundos do Consórcio e a presença de outras espécies com culturas técnicas na Terra. Gosta de futebol sendo fã do Monte Olimpo de Marte. Tem uma paixão por história e arqueologia as quais foram desestimuladas pela família em detrimento da formação militar. Graças a isso, ele se tornou amigo da historiadora, arqueóloga e xeno-antropóloga Elisabete Tânis. Por um tempo a garota  foi sua obsessão e, por isso, forçado a se afastar. Hoje, em campos e posições distintas, ocasionalmente eles dialogam. Ele é ousado, corajoso e às vezes impulsivo. Disciplinado, segue fielmente os regulamentos, porém ele distingue o tratamento dado a humanos e estrangeiros. De família tradicional católica, é um homem conservador e contrário às influências do alimianismo praticado no Sistema Solar desde o início da imigração escorpiana, contudo o expansionismo tem o estimulado a tolerar já que eles são aliados. Aos trinta anos é casado com uma marciana chamada Danielen e pai de uma filha que nasceu durante a estada dele na Horizontes. Alan passa a maior parte do tempo no espaço assim como outros estelanautas o que dificulta assistir ao crescimento da filha e um relacionamento com a esposa que pensa no divórcio e voltar a morar definitivamente em Mare onde vem surgindo um movimento separatista.

 

3. Tenente-Comandante Marcos Ambrósio Tetra

 

           Marcos Ambrósio Tetra é o oficial engenheiro chefe da nave Horizontes. Ele coordena as atividades de manutenção e atualização dela. É especialista no sistema de propulsão a jato Bussard e nos reatores hiperespaciais acionados com antimatéria. Nasceu em um vilarejo camponês do sul da Alemanha onde aprendeu a conserta máquinas agrícolas para os vizinhos e a pilotar pequenas aeronaves como carros e aviões antigos. Estudou engenharia estelanáutica e como engenheiro tornou-se oficial da Armada Espacial vinculada ao Consórcio de Exploração do Espaço. Tem cinquenta e oito anos, sendo trinta nela. É sisudo. Gosta de ter o controle sobre os subordinados. Consegue projetar e construir equipamentos variados em pouco tempo.

 

4. Tenente-Comandante Elizandro Manuel Pontes

          

           Piloto ou timoneiro da nave Horizontes nascido no Brasil. Ele também exerce as mesmas funções em missões de planessagem com naves de serviço. Antes de se alistar, jogou profissionalmente futebol pelo Monte Olimpo que disputa a primeira divisão do Campeonato Marciano e a Taça Zeus, mas sua fortuna dissipou-se por sua ostentação com mulheres, festas, processos de paternidade, drogas e contrabando o que lhe causou a expulsão do futebol. Depois passou a pilotar cargueiros na rota Sol-Próxima Centauri até o ingresso na Armada do Consórcio. Estudou espaçonáutica e especializou-se no estudo da Armada Zark enfatizando os  supercruzadores e as sondas de ataque dela.

 

5. Tenente-Comandante Carla Janaina Rodrigues

 

           Carla passou sua infância e adolescência quase inteiras acompanhando os pais em expedições interestelares focadas na exobiologia e medicina. Eles foram responsáveis por catalogar e definir os tratamentos para várias doenças extraterrestres que infectaram humanos.[5] Apoiados pelo Consórcio preocupado com a contaminação humana por epidemias extrassolares, empregaram uma longa expedição pela galáxia de forma que a filha conseguiu conhecer muitas culturas sempre dentro do humano centrismo.[6] Recém formada, depois da primeira revolta separatista marciana, a Dra. Rodrigues ingressou na divisão médica estelanáutica da Armada. Nela, desenvolveu interesse por bioengenharia e cibernética conseguindo criar e aperfeiçoar em poucos anos variadas próteses biônicas. Passou a compor a tripulação da Horizontes durante a desocupação militar do Consórcio em Scorpiae.

É a oficial médica e exobióloga da nave. Suas tarefas estão voltadas para salvar as vidas de espécies diversas. Ela atua ao mesmo tempo como pesquisadora. Sensível, ocasionalmente emotiva, observadora e atenciosa para com as pessoas próximas, tem sua racionalidade está entrelaçada às emoções. Possui um filho adolescente vivendo com os avós já que é divorciada e o pai encontra-se em outro sistema também.

A médica já se envolveu em um conflito com nativos escorpianos quando ela cuidava do caso de uma criança cuja doença era incurável pela medicina local. Negligenciando as tradições religiosas do alimianismo e as regras dos líderes sacerdotes locais que proíbem aceitar cuidados médicos de estrangeiros, nestes casos humanos, Carla salvou a paciente. Isto lhe rendeu conflitos na Horizontes com Ender Shin e Thirty, mas eles desconsideraram uma corte marcial e perdoaram-na.

 

6. Ten-Cmdt. Gileade



É o oficial de segurança da Horizontes. Ele é escorpiano e foi resgatado por oficiais da Armada do Consórcio na última grande guerra civil de vinte e cinco anos atrás. Sua família reluta em aceitá-lo de volta, pois ele optou por servir à Armada.

 

8. Dra. Elisabete Tânis



Xeno-antropóloga voltada para pesquisa de civilizações interestelares e de pré-salto crítica ao Consórcio. Usa de abordagens como observação participante ao estruturalismo.  Ela é lésbica.

 

9. Patriarca Eliade.

 


Há cinquenta anos o Patriarca Eliade faz a ponte entre os escorpianos e as forças de ocupação. É um dos principais sacerdotes líderes da Religião Alimianista. Eles as recebeu no templo e conviveu com elas garantindo que o povo obedecesse as leis estabelecidas do exterior como a desintegração da unidade imperial central e a manutenção dos serviços religiosos conforme a tradição. Tornou-se um amigo e um guia da cultura escorpiana a Ender Shin durante o período de serviço no planeta. Eliade lidera a assembleia dos “Sacerdotes da Luz” que legisla e regula a vida da população. É um estudioso da tribo dos Lumitas e membro do clã dos Juízes. Sua posição dentro da tribo que administra as funções do templo possibilitou-lhe o privilégio do “passaporte eclesiástico” para viajar a qualquer sistema planetário sem depender das comitivas tribais lideradas por um agente imperial antes da queda da monarquia e no momento um comercial estrangeiro escolhido pelo Consórcio Solar e a Confederação das Luas Associadas de Cinder. É um erudito em filosofia e teologia, sendo autor de “A Era da Expiação: perspectivas para a consumação do universo e o retorno ao Criador.”

8. General Calebe Altair Kalar



 

           Calebe Altair Calebe é o príncipe da última dinastia do império escorpiano há cinquenta anos. Ele lidera o clã dos Guerreiro desde a deposição e a condenação do imperador. Exilou-se em Quand durante as cinco décadas de ocupação até retornar a Scorpiae. Reconhece a autoridade das forças de ocupação da Liga Interestelar a partir da intermediação de Eliade, mas coloca-se em posição contrária a ela. Kalar coordena a resistência planetária contra a presença militar humana e a influência do Consórcio Solar. Ele defende uma  corrente tradicional do alimianismo que divide a sociedade em estamentos análogos a classes operárias e ligados à origem hereditária do líder masculino da família. Culpa os humanos pelas atuais condições de seu mundo e a queda da monarquia. Vem tentando buscar aliados e financiar a resistência.

Calebe é um escorpiano melancólico, pois sua sociedade mudou e ele não consegue aceitar. Perdeu sua família cujos pais foram condenados e executados pela Liga. A partir deles aprendeu a seguir o alimianismo cuja ideia religiosa diz que os escorpianos descendem dos anjos expulsos do paraíso. Ele vive esta crença e deseja que a população nativa retorne aos modos tradicionais de vida conforme os textos sagrados. É um dos antigos alunos de Eliade sendo conhecedor profundo e influenciado pelos trabalhos de teologia e filosofia que tratam da resignação e a esperança de reencontrar Deus que restabelecerá os escorpianos como os promotores do universo. Interpretando as narrativas religiosas ao seu modo, Calebe acredita ter encontrado um meio de antecipar o encontro a fim de restabelecer os poderes de anjos acusadores, reagrupar o Exército de Proteção da Criação e lançá-los contra os infiéis da galáxia, focando-se no primeiro momento contra os humanos que ocupam Scorpiae e a Liga Interestelar apoiadora da ocupação. Calebe quer restaurar a sociedade pré-ocupação, reconhece o sofrimento de seu povo e executa ações extremas por isso até o momento em que se alia a Zark.

Encontrou no Império Zark um aliado potencial devido a ligações culturais como o “universalismo” sendo a ideologia e religião reformuladas do alimianismo segundo a crença e a narrativa de um messias galáctico morto e ressuscitado. Ele foi convertido e tornou-se um Yeshuan Novo depois de um ataque coordenado por sua resistência contra a convenção do Tratado de Sirius realizada em Quand. Servindo ao império, ele auxiliou no processo de expansão invadindo planetas com culturas técnicas pré-industriais e na implantação de novas tecnologias baseadas nos conhecimentos quandianos da época em estudou naquele mundo. Suas realizações garantiram-lhe a concessão pelo Supremo Sacerdote do Universo (o Papa) de sistemas planetários no setor Gibraltar e o reconhecimento do direito divino para governar Scorpiae e promover a yeshuanização dos povos do Setor Sírius. Kalar é um bom estrategista tanto nos campos militar, político e religioso. É resoluto e impassível, por isso ele busca conselhos do sacerdote Lariel. Isto resume algumas características do personagem.

          

Espaçonaves do Consórcio Solar

 

1. Veículo de Acesso Hiperespacial – Foguete a Jato de Matéria antimatéria (VAH-FJMA) 01 – Horizontes

 


A primeira classe de estelanaves construída para o Consórcio de Exploração do Espaço do Sistema Solar (CEESS). Ela é seccionada em três partes funcionais. Possui um sistema misto de propulsão. Quatro propulsores de jato do tipo Bussard impulsionam a espaçonave interestelar de quase novecentos metros de comprimento, atingindo 99% da velocidade da luz. Um reator supernova acionado por antimatéria gera a energia negativa necessária ao salto interestelar após um passeio cósmico de doze horas. Projetada para ser autossuficiente a nave usa quatro coletores para recolher de fontes de hidrogênio a pequenos meteoritos que são armazenados para consumo e depois se tornam plasma ejetado a alta velocidade pelas naceles. Três módulos compõe a espaçonave. O primeiro análogo ao desenho de um submarino possui a ponte de comando, alojamentos, laboratórios e quatro hangares com acessos laterais e ventrais. Há quatro dissipadores e dez silos multifuncionais. No segundo, há quatro ancoradouros com anéis de atracação compartíveis com diversas naves e estações, propulsores auxiliares e a sala de controle da engenharia. No terceiro, o reator supernova, os anéis de armazenamento de antimatéria e tanques internos de deutério/trítio. Nele, há as quatro asas dispostas equidistantes, formando uma cruz, em cujas extremidades há os propulsores a jato e os primeiros tanques de combustível. Canhões de dissipação colocados nos coletores bussard removem os átomos carregados eletricamente e outros obstáculos durante os voos. Duzentos e quarenta tripulantes divididos para trabalhos em três turnos de oito horas. A Liga Interestelar classifica a classe dessa espaçonave como Projeto-01.

 



[1]     O objetivo é ao longo do tempo trabalhar com a ideia de a cultura superar a evolução biológica e fazer desaparecer as linhas de demarcação entre os sexos e os gêneros aplicando a técnca.

[2]     É o primeiro conto sobre o alimianismo. A estória da queda.

[3]     Buracos negros transitáveis aqui do tipo Shwarzschild com um horizonte de eventos que deve ser circundado.

[4]     Análogo ao nacionalismo da extrema direita.

[5]     No século XIX, os europeus pesquisaram tratamentos de doenças tropicais para se proteger na América Latina, África e Ásia, segundo E. J. Hobsbawm em A Era do Capital e A Era dos Impérios.

[6]     Análogo ao etnocentrismo. 

Uma nova descrição

Esta é a quarta versão da proposta de criar uma série chamada Missão nas Estrelas. A primeira versão escrita em cadernos foi para o blog Universo Fantástico de I. J. Santim, contando com quatro contos. Há um quinto que a minha conjuntura atual não permite editar e um sexto não terminado. Posteriormente, tentei desenvolver a primeira revista de quadrinhos Missão nas Estrelas: Planeta Brasa, a qual só desenhei vinte e seis páginas. Depois, abandonei para fazer uma outra história cuja proposta uso para a atual. Desenhei algumas páginas em papel.

Antes os trabalhos eram creditados a I. J. Santim. Sou mulher transsexual que retificou o nome, logo os créditos também se alteraram para Poliana Gabriela Santim. Evitarei explicar sobre disforia de gênero e identidade de gênero. Eu reiniciei o projeto após a saída da faculdade. Não pude me formar e até a presente data estou sem meu diploma de licenciatura em história, pois fui expulsa de casa com minha namorada. Vivia numa família que resistiu a aceitar-me. Agora, expulsa pela segunda vez do abrigo, pois não consigo aceitar a disciplina local, viajaremos para São Paulo. No tempo livre, escrevi o roteiro e faço os esboços no Illustrator. Assim, escrevi cinquenta argumentos para Missão nas Estrelas. Abordo aqui a revista n. 1 chamada de “A Ocupação”. Por ora, estou desenhando a primeira página. Há uso de estereótipos árabes. Não nego. Também há influência do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia.

A história começa após uma ocupação humana de cinquenta anos no planeta Scorpiae. Pensei na guerra da Síria, a qual os noticiários pararam de divulgar por conta da pandemia de Covid-19. A população escorpiana foi prejudicada e teve sua cultura modificada por causa da presença humana. Calebe Kalar é um ex-príncipe que se junta a facções extremistas da religião daquela cultura chamada de alimianismo. Ele não é um vilão. Contudo sua organização age de forma irracional, afetando a vida dos escorpianos para atingir a expulsão dos humanos do planeta. É a metáfora de uma organização terrorista atual que se declara a antítese do Ocidente. Comumente, elas são ineficientes a menos que tenham apoio de governos estrangeiros como Rússia e Estados Unidos. No caso de Calebe, o Império Zark oferece o apoio por partilhar da filiação de sua própria religião. O Alimianismo é a metonímia do Judaísmo/Islamismo e o Yeshuísmo do Cristianismo. Cada uma tem suas próprias correntes e brigam entre si.

Ainda desenhando a primeira página, estou explorando matizes aquareláveis e que transmitam calor, lembrando que Scorpiae tem dois Sóis. Uso o trabalho para aprender a mexer no Adobe Illustrator. Vejo alguns vídeos explicativos para colorir também. Logo, a primeira tarefa que faço é desenhar os traços. Estou aprendendo pinturas em camadas. Por conseguinte, posso esboçar os traços com a caneta, lápis ou vetores numa camada e pensar em outra, consoante a figura 1. Há personagens usando véu ou turbante, pois o profeta Alímia ordenou que as escorpianas cubram as cabeças ao sair de suas casas. Isto será trabalhado na revista de número 2. Os prédios de tendas vistos nas primeiras páginas vendem os vegetais e animais para sacrifício no templo de Alímia. A Dra. Tãnis comprou uma planta para ser queimada pelo sacerdote e ouviu a recomendação de que ela devia levar também uma ave. Os judeus ofereciam sacrifícios de animais e vegetais no templo. No Antigo Testamento da Bíblia, Deus de Israel é bastante carnívoro. Ele xingou Caim por ofertar os frutos da Terra e agraciou Abel. Sabemos como a história termina: o primeiro homicídio do mundo. Enfim.



 

Os humanos da Terra não são totalmente mocinhos nesta série. As histórias passam-se em um futuro onde os países terrestres uniram-se em um esforço internacional para explorar o Sistema Solar e as estrelas. Assim, nasceu o Consórcio Solar formado pelos Planetas Terra, Marte, Vênus e os Satélites Selênia, Titã e Europa mais populosos. Na Terra, vivem dezesseis bilhões de pessoas. Vigora um sistema descentralizado envolvendo Repúblicas dos tipos democráticas e parlamentares com divisão de poderes que cuidam das questões locais e uma grande assembleia com um Secretário-Geral eleito para cuidar das relações interestelares chamada de Consórcio Solar, o qual também lidera a chamada Liga Interestelar em um ciclo revezamento de dez anos. Dentro dele, há grupos políticos, econômicos e sociais que lutam por hegemonia e poder durante a expansão das atividades humanas extrassolares. Os demolidores de estrelas e construtores de portais planejam interligar toda a galáxia por rodovias hiperespaciais. Seu projeto afeta diretamente culturas estrangeiras cujos espaços de seus sistemas são distorcidos e os sóis implodidos. Há ainda os movimentos surgidos durante os estabelecimentos de comunicação com extraterrestres contrários a essas relações. Desse modo, ocorrem conflitos internos envolvendo xenofobia, especialmente com os escorpianos, seguidores do alimianismo, os quais tiveram seu mundo devastado pelas forças do Consórcio. Contudo, estas são informações da terceira versão do projeto reutilizadas aqui.

Assistam: Comentários sobre Missão nas Estrelas





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Trecho do livro "O Encontro Final" para apreciação


Apresentação de O Encontro Final

O livro tem versão impressa e ebook kindle que pode ser acessado por aqui


            Confesso que resisti em republicar O Encontro Final por não ter um bom retorno do público. Escrevi o romance em um caderno durante horas vagas entre uma atividade escolar e outra quando estudava na 8ª. Série, hoje 9°. Ano. De fato, ela continuaria uma série de contos que comecei a escrever um ano antes. Infelizmente, os manuscritos das histórias anteriores foram perdidos, o que me fez reescrever boa parte do livro. Ele foi uma interessante construção fictícia usando minha própria cidade como cenário. Muçum encontra-se na região norte do Estado, há cerca de cento e vinte quilômetros de Porto Alegre. É um município pacato conhecido por suas pontes ferroviárias e paisagens verdes. Contudo, no romance toda tranquilidade é destruída com acontecimentos assustadores. Por que escolhi uma cidade real? Influência da literatura brasileira moderna. Sou fanática por Érico Veríssimo.

            Escrevo no feminino, pois há dois anos assumi-me como mulher transgênero chamada Poliana Gabriela Santim, contudo não quis mudar o pseudônimo de autora, pelo menos para este trabalho, já que ele é antigo e está registrado na Biblioteca Nacional. Enfim, a obra foi escrita em 2004 e publicada em 2011 por conta própria. Na época, queria sentir a experiência de ter um livro lido pelas pessoas. Confesso que muitas se sentiram ofendidas, pois imaginei na situação literária pessoas reais. A Ficção Científica é especulativa por natureza. Ela problematiza de conceitos a personagens em eventos hipotéticos. A temática de invasão extraterrestre é recorrente. Não inventei nada. Por anos, assisti Arquivo X, então colhi algumas referências televisivas para usar no trabalho. Li pouco sobre Física e Astronomia, pois não tinha acesso a livros nem computador com Internet. Comprei o meu primeiro quando adulta em 2008 com o trabalho de auxiliar de produção em um frigorífico da BRF (Brasil Foods). Então, digitei o livro muitas vezes reduzindo minhas horas de sono antes de ir novamente para a empresa.  Em 2011, despediram-me, decidi mandar a obra para impressão, pagando com o dinheiro da rescisão de contrato de trabalho e FGTS e ingressei para a faculdade de história na Univates em Lajeado/RS.

            A obra representa parte de uma vida em que possuía idealização. Criei personagens baseados em pessoas que admirava e estava gostando. Retrato do meu inconsciente? Quem sabe? Hoje busco uma definição para o livro. Primeira experiência? O modo de entender como escrever. Ainda não entendi. Acho mais fácil escrever artigo científico, monografia. Contudo, meus colegas e amigos de curso sempre me disseram para continuar fazendo literatura. Houve vários momentos em que parei de fazê-la por falta de disponibilidade. Posto isto, quero dar ao leitor esta obra com um aviso: “Cuidado com pesadelos.”

        


Capítulo I

           

             Sábado. Amanhecia tranquilamente na pequena cidade de Muçum. Havia pouco movimento nas ruas. Alguns carros trafegavam pela avenida principal, pessoas mateavam em frente de suas casas e saiam para se exercitar. Umas conhecidas encontravam-se durante o passeio e paravam a fim de prosear. A maioria fazia isso, pois em uma vizinhança pequena é costume falar do que um ou outro fez no dia anterior. Assim, surgiam as fofocas.

             A cidade possui duas cadeias de montanhas esverdeadas capazes de transmitir a sensação de estar dentro de um grande buraco, no entanto ela se encontra dentro de um grande vale com um rio que percorre paralelamente a extensão urbana. Sobre ele, na entrada de Muçum, existe uma ponte rodoferroviária que ao cruzá-lo passa a possuir arcos de concreto unidos com a lateral esquerda da usada por automóveis. Do outro lado do rio, há uma estrada de chão, uma favela com seus barracos ambíguos ao barranco fluvial e um longo túnel de trem. Existem apenas duas avenidas principais que se unem após uma virar para a direita, onde se encontra a maioria das lojas de roupas, brinquedos e outros produtos. Pode-se andar a pé para qualquer localidade da zona urbana devido às pequenas distâncias.

             O lugar permaneceu tranquilo, enquanto prosseguiu a alvorada. Na Escola Estadual General Souza Doca, única de Ensino Médio existente no município, faxineiros, professores e membros da administração arrumavam as salas de aula para o retorno às atividades curriculares que aconteceria na Segunda-Feira.  Os primeiros raios solares dispersaram-se pelo pátio e depois atingiram os três prédios de dois andares que constituíam com o ginásio municipal de esportes um retângulo.

             Algumas faxineiras variam a poeira e as folhas das árvores quedadas no pátio. Tinha começado a ventar, no entanto a previsão meteorológica havia indicado tempo ensolarado. Repentinamente, na sala de aula do segundo prédio, Turma-71 no ano anterior, perto da extremidade da cantina e do portão com acesso à escadaria para o setor da administração e dos outros recintos de ensino, aconteceu um rugido semelhante a um trovão. Uma mulher que varia o piso e encontrava-se ambígua ao recinto atingido pelo barulho entrou a fim de verificar o que se passava. O lugar estava congelado. Algo invisível e pequeníssimo absorvia todo o ar do interior da sala e produzia raios para todas as direções. A faxineira apavorou-se. Ela gritou, gritou, gritou, mas ninguém ouviu nada por causa do vendaval.  Mesas e classes eram arremessadas contra as paredes como brinquedos infantis e permaneciam nelas coladas. Quando o fenômeno havia aumentado de intensidade, ele empurrou a porta com tanta intensidade que ela rachou ao bater. Subitamente, o estranho fenômeno terminou e um raio atingiu a faxineira lançando-a contra o piso, enquanto continuava a gritar.

             Do exterior, o último grito de pavor foi ouvido chamando a atenção do Diretor da escola que nesse instante se encontrava em seu gabinete. Ele correu preocupado para a sala da Turma-71, entrou e encontrou várias criaturas disformes que andavam sob duas pernas, possuíam peles cinzentas melequentas, três dedos homólogos longos em suas mãos e pés, cabeças triangulares com uma extensão que constituía uma massa cônica para trás, olhos negros tão volumosos que se assemelhavam a uma lupa, dois orifícios para respirar logo abaixo e bocas pequenas. Elas eram magérrimas e repulsivas.

             Os curiosos que se aproximaram da sala tinham sido dominados. Restava agora aprisionar quem administrava a escola, por isso uma criatura andou contra o Diretor, este saltou apavorado para trás, ela estendeu o seu braço direito desdobrando os seus três dedos magérrimos e a porta fechou-se como se houvesse magnetismo. Então, os estranhos seres agarraram-no, sofreram resistência dele, mas conseguiram deixá-lo inconsciente graças ao toque dos seus dedos homólogos. Depois de concluir a investida, as criaturas assumiram as aparências de cada pessoa aprisionada.