Em
2002, quando comecei a assistir Guerra nas Estrelas (Star Wars)
surgiu o desejo de escrever narrativas que se assemelhassem à saga
de George Lucas. Em 2001, escrevi um conto chamado Missão nas
Estrelas: O Império Estelar. Decidi continuá-lo, mas com uma
cronologia diferente. A segunda estória passaria 120 anos depois dos
eventos dessa primeira narrativa e
alguns elementos dela foram utilizados.
Nessa cronologia, a série Missão nas Estrelas teve mais três
episódio e depois escrevi um quarto tratando de alguns
acontecimentos na época da primeira narrativa. Este episódio
denominado A Ameaça do Horizonte teve suas ilustrações
digitalizadas, refeitas e colorizadas. Seu texto foi reescrito e
publicado no blog Universo Fantástico e na minha página do Recanto
das Letras. O mesmo aconteceu
com este episódio. Os desenhos do primeiro conto não foram
modificados ainda por haver outros planos a ele.
Este blog é destinado a um dos passa tempos que mais adoro: fantasia e Ficção Científica. Como escritor de FC, vou compartilhar alguns dos meus melhores contos, notícias e curiosidades. Não pretendo postar trabalhos somente de FC, mas de qualquer gênero que valha a pena discutir. Escrevo desde o ano de 1999. Infelizmente tenho pouco tempo para me dedicar à literatura integralmente como gostaria, mas prometo aqui trazer na medida do possível estórias curtas e interessantes.
domingo, 30 de dezembro de 2012
As origens de Missão nas Estrelas e sinopse
domingo, 16 de setembro de 2012
Equívoco Fatal
Os radares registraram algo de estranho.
"Detectamos há tempo para análise e intervir caso seja necessário." -Disse o técnico.
"Qual a posição do objeto?"
"Cruzando a órbita de Júpiter e vindo para cá?"
"Droga..."
"Podemos realizar um ataque nuclear depois de ele passar por Marte." -Sugeriu outro.
O General:
"Quero um relatório sobre a natureza desse objeto."
"Tem dez mil quilômetros de diâmetro e
"Detectamos há tempo para análise e intervir caso seja necessário." -Disse o técnico.
"Qual a posição do objeto?"
"Cruzando a órbita de Júpiter e vindo para cá?"
"Droga..."
"Podemos realizar um ataque nuclear depois de ele passar por Marte." -Sugeriu outro.
O General:
"Quero um relatório sobre a natureza desse objeto."
"Tem dez mil quilômetros de diâmetro e
aparenta ser constituído de metais."
"Por Deus, isso é um planeta anã!"
"Que colidirá com a Terra em 24 meses."
Depois de se reunir com o conselho de defesa, dezoito meses se passaram:
"Acompanhando trajetória das sondas."
"Detonação termonuclear em... 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...
"Perdemos contato com a sonda de observação.
"Pulso de PEM registrado e...
"Ainda está lá!" - O General espantou-se.
Dias depois a Terra descobriria que seus governantes haviam cometido o maior equívoco diplomático de toda história da civilização. O planeta amanheceu cercado e impotente pela fúria dos estrangeiros do espaço!
"Senhor, nós não tínhamos como saber que era uma nave adentrando no sistema solar. Nossos radarem só conseguem fazer a identificação após Jupíter e não conseguimos a tempo." -Explicava um oficial subalterno enquanto acompanhava o General pelo longo corredor do Comando Espacial que ligava ao Centro de Estratégia.
"Agora é tarde para lamentações."
"Nossas cidades foram destruídas e estamos ficando cada vez mais vulneráveis. Precisamos montar uma resistência forte e resistir de maneira oposta à estratégia do inimigo."
Por anos, décadas e séculos a guerrilha lutou até cansar os invasores que sem recursos desistiram da conquista.
(De Itacir José Santim, 16/09/2012)
"Por Deus, isso é um planeta anã!"
"Que colidirá com a Terra em 24 meses."
Depois de se reunir com o conselho de defesa, dezoito meses se passaram:
"Acompanhando trajetória das sondas."
"Detonação termonuclear em... 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...
"Perdemos contato com a sonda de observação.
"Pulso de PEM registrado e...
"Ainda está lá!" - O General espantou-se.
Dias depois a Terra descobriria que seus governantes haviam cometido o maior equívoco diplomático de toda história da civilização. O planeta amanheceu cercado e impotente pela fúria dos estrangeiros do espaço!
"Senhor, nós não tínhamos como saber que era uma nave adentrando no sistema solar. Nossos radarem só conseguem fazer a identificação após Jupíter e não conseguimos a tempo." -Explicava um oficial subalterno enquanto acompanhava o General pelo longo corredor do Comando Espacial que ligava ao Centro de Estratégia.
"Agora é tarde para lamentações."
"Nossas cidades foram destruídas e estamos ficando cada vez mais vulneráveis. Precisamos montar uma resistência forte e resistir de maneira oposta à estratégia do inimigo."
Por anos, décadas e séculos a guerrilha lutou até cansar os invasores que sem recursos desistiram da conquista.
(De Itacir José Santim, 16/09/2012)
Admirável Mundo Novo: Exemplo de processo de Aprendizagem e Condicionamento Pavloviano
O livro Admirável Mundo Novo escrito em 1932 pelo inglês Aldous
Huxley, publicado no Brasil pelo Circulo do Livro, é uma daquelas
obras da Ficção Científica que exemplifica, considerando a época
quando foi escrito o lado bom e ruim de se ter uma sociedade
projetada através do conhecimento da biologia e das teorias
comportamentais. É um romance louco, principalmente aos que estão
acostumados a fazerem leituras sem demasiadas excentricidades.
Nele, devido às incertezas do período por causa da ascensão de
governos totalitários ao poder, a crise econômica e o medo de uma
nova guerra mundial, onde possivelmente a Alemanha ou a União
Soviética desenvolveriam a primeira bomba atômica, ameaçando a
destruição da civilização, o autor imaginou apenas duas
possibilidades para o futuro distante: vários governos totalitários
usando a ciência para construir mais armas nucleares espalhando o
terror global ou constituir apenas um que através do conhecimento
projetaria a partir de centros de reprodução humana artificial a
nova sociedade. Huxley afirmava que só as descobertas da biologia,
fisiologia e psicologia
poderiam contribuir para melhorar a qualidade da vida humana.
Através delas, os males que atormentam os indivíduos e que surgiram
com o desenvolvimento gradual da cultura poderiam ser eliminados
através de técnicas do condicionamento pavloviano e operante.
O romance inicia mostrando um laboratório denominado Centro de
Incubação e Condicionamento de Londres Central e o lema do Estado
Mundial: comunidade, identidade, estabilidade. Isto quer dizer que o
governo controla toda a reprodução humana e por mais estranho que
possa parecer as mulheres não ficam mais grávidas. Os bebês após
a fertilização artificial que permite gerar centenas de indivíduos
iguais, praticamente em escala industrial, desenvolvem-se em “úteros
artificiais.” As mulheres não aceitam mais procriarem e as
famílias compostas de mãe, pai e filho não existem mais. Foi
criado o lema bastante “democrático” de que “todos são de
todo mundo” e o objetivo do sexo alterou-se para apenas a busca
pessoal por satisfação e prazer. A sociedade divide-se em castas,
conforme a função que cada indivíduo foi condicionado ainda antes
de nascer e durante sua infância no laboratório.
Relacionado às ideias sobre o condicionamento pavloviano, no
capítulo II há uma cena em que enfermeiras distribuem numa longa
fila vasos com rosas e em outra extremidade de flores de outras
espécies. Posteriormente, elas trouxeram livros, distribuíram-os
abertos em páginas com gravuras chamativas para crianças e foram
pegar uns bebês de oito meses de idade. Eles foram liberados a fim
de poderem engatinhar à vontade pela sala e mexerem no que ali
estava posto. Engatinharam após um curto momento de quietude às
rosas e aos livros abertos. Tocaram nos objetos, despetalando-as e
amarrotando as páginas dos livros, enquanto alegravam-se. Quando a
alegria, a concentração das crianças nas coisas, atingiu o ápice
a enfermeira-chefe baixou uma alavanca fazendo soar com intensidade
cada vez maior campainhas de alarma. “As crianças
sobressaltaram-se, berraram; suas fisionomias estavam contorcidas
pelo terror.” (p. 31) Ela baixou uma segunda alavanca causando
maior desespero nelas, pois estavam tomando choques elétricos vindos
do chão eletrificado. Depois de parar com essas duas ações, as
enfermeiras ofereceram novamente as flores e os livros. “(...) Mas
à aproximação das rosas, à simples vista de imagens alegremente
coloridas do gatinho, do galo que faz cocoricó e do carneiro que faz
bé, bé, as crianças recuaram horrorizadas; seus berros
recrudesceram subitamente.” (p.32)
O que aconteceu na cena foi uma associação que as crianças fizeram
aos livros e o barulho intenso, as flores e o choque elétrico e após
variadas repetições seria concluída. Elas, então, cresceriam com
um ódio “instintivo” aos livros e às flores, assim aprenderam a
detestar o campo e à literatura. É o condicionamento clássico, o
qual consegue reprimir a liberdade individual até certo nível.
Aplica-se-o em casa, possivelmente. O livro tem muitos outros
exemplos, mas o mais memorável a mim ao aprendizado foi o dessa
descrição. Huxley imaginou uma sociedade organizada em castas, onde
cada indivíduo seria condicionado a uma tarefa específica durante o
seu desenvolvimento e que a estabilidade mundial resultaria do
controle de natalidade feito com o auxílio de estatísticas exatas,
assim como numa fábrica quando se calcula quanto vai se gastar de
matéria-prima para atingir a meta necessária de produção.
Uma dica com outros exemplos é o livro Laranja Mecânica do Anthony Burgess que Hollywood tornou filme.
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sábado, 14 de abril de 2012
"O homem faz-se a si próprio"
Esta postagem é uma tentativa de dissertar sobre a evolução da espécie humana em uma aula da Disciplina de Arqueologia e Pré-História no Curso de História. Há uma mistura de Ciência e Filosofia.
O trabalho "O homem faz-se a si próprio" de Itacir José Santim foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Brasil.
O trabalho "O homem faz-se a si próprio" de Itacir José Santim foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Brasil.
“O homem faz-se a si próprio.”
Texto
de: Itacir José Santim.
Cliffort Geertz em seu texto Transição para a Humanidade usa
a expressão “o homem faz-se a si próprio” ao
considerar que o ser humano atual representa o resultado de
transformações tanto biológicas como cultural. Para antropólogos
e historiadores esse é um fato, cuja discussão não é necessária,
porém para aceitá-la o acadêmico precisa, pelo menos por uns
instantes, esquecer das influências religiosas, da ideia de Deus
como personagem principal explicando todo o processo da “criação”,
de questionar o porquê de nossa existência e considerar somente as
teorias científicas de como e onde surgiu a espécie humana. Assim,
a expressão torna-se aceitável para se referir ao modo que o ser
humano começou a produzir cultura e à formação de sua
constituição física e biológica atuais.
O texto, discutido na aula passada,
afirma que a capacidade de o ser humano comunicar-se, de produzir
símbolos e dar significado aconteceu durante um processo demorado de
transformações, cujo resultado foram várias mutações genéticas,
adaptações como o aumento da massa cerebral em forma de
“empilhamento”, a presença do dedo polegar que permite a ele
fazer movimentos em pinça e a visão estereoscópica. Em Biologia,
denomina-se isso de seleção natural, pela qual sobrevive num dado
hábitat aqueles que nasceram adaptados a ele. Nesse contexto,
imaginando o passado distante, por exemplo, numa selva escura, os
primatas com olhos frontais e uma visão tridimensional graças à
sobreposição do campo visual garantiram a sobrevivência deles. O
aumento do número variado de estímulos que os hominídeos receberam
devido aos seus aspectos físicos gerou a necessidade de uma
reorganização do sistema neural para passar a colher e armazenar
mais informações, aumentando, consequentemente, a massa cerebral.
Novas camadas foram adicionadas sobre a primordial a fim de que
surgisse no cérebro novas áreas sensoriais, de armazenamentos
temporários e permanentes e de raciocínio intuitivo e lógico.
Instintivamente, os hominídeos aprenderam a usar toda capacidade
cerebral conforme suas experiências cotidianas. Ao passar dezenas de
milhares de anos, o que tinha melhores condições de sobrevivência
passou a ter uma maior capacidade de intuição, diferenciou-se do
grupo, tornou-se individualista, criou as noções de propriedade
primitiva, os primeiros aspectos culturais e os regramentos iniciais
de sociedade e passou a dominar os menos favorecidos. Nota-se aqui o
quão difícil é argumentar sem depender da filosofia.
Quando o ser humano tornou-se comunicativo e a se comportar segundo
os padrões sociais, ele se tornou dependente, além da natureza de
si mesmo e de seus semelhantes, pois no novo tipo de vida já não se
podia mais viver como os outros animais. Vagarosamente, sua força
física, agilidade na floresta e a intensidade de seu instinto
natural diminuíram, pois não tinha mais muita necessidade, já que
prevaleceram as conveniências sociais. Jean-Jacques Rousseau cita
isso em seu ensaio A Origem da Desigualdade entre os Homens. É
impossível não relacionar seu trabalho com a evolução, embora
ambas as teorias tenham sido elaboradas em contextos históricos
distintos. Ainda sobre a evolução cerebral, causa para o surgimento
da cultura, não se pode deixar sem destacar que atualmente
constatou-se que o tamanho do cérebro é reduzido, segundo a
densidade populacional, pois os indivíduos em sociedades não
dependem de uma inteligência maior para sobreviver, tendo ajuda dos
outros membros. Mais uma vez, o comportamento influenciando e a
expressão “o homem faz-se a si mesmo” continua valendo.
Referências:
Texto: Transição para a Humanidade de Clifford Geertz
Estudo: redução do cérebro humano é sinal evolutivo
EVOLUÇÃO HUMANA:
Levin,R. Evolução
Humana. S. Paulo, Ateneu Editora, 1999, 526 pp.
MacAndrew, A. FOXP2
and the Evolution of Language.
http://www.evolutionpages.com/index.htm
Neves,
W. A. E no princípio... era o macaco!Estudos avançados 20 (58),
2006
Arquivo em PDF
baixado de:
Livro: A Origem da
Desigualdade entre os Homens; Rousseau, Jean-Jacques; Editora Escala
Livro: Biologia em
Foco; Carvalho, Wanderlei, Editora FTD
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