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Missão nas Estrelas Teste

domingo, 30 de dezembro de 2012

As origens de Missão nas Estrelas e sinopse

Em 2002, quando comecei a assistir Guerra nas Estrelas (Star Wars) surgiu o desejo de escrever narrativas que se assemelhassem à saga de George Lucas. Em 2001, escrevi um conto chamado Missão nas Estrelas: O Império Estelar. Decidi continuá-lo, mas com uma cronologia diferente. A segunda estória passaria 120 anos depois dos eventos dessa primeira narrativa e alguns elementos dela foram utilizados. Nessa cronologia, a série Missão nas Estrelas teve mais três episódio e depois escrevi um quarto tratando de alguns acontecimentos na época da primeira narrativa. Este episódio denominado A Ameaça do Horizonte teve suas ilustrações digitalizadas, refeitas e colorizadas. Seu texto foi reescrito e publicado no blog Universo Fantástico e na minha página do Recanto das Letras. O mesmo aconteceu com este episódio. Os desenhos do primeiro conto não foram modificados ainda por haver outros planos a ele.

Agora, 120 anos depois a aventura espacial continua num novo cenário. Ender Shin, o herói da luta contra o Planeta Scorpi e posteriormente contra o Império Zark invasor, retorna para uma nova viagem a bordo de seu primeiro comando: a nave estelar Horizontes que em 2465 salvou os planetas do Sistema Solar da aniquilação total. As coisas mudaram. Ele envelheceu. Há grandes cidades em órbita de seu planeta e a tecnologia evoluiu a um nível impressionante. O objetivo agora é encontrar um planeta legendário antes do impiedoso Império Zark que envia suas naves para atacar a Horizontes. O leitor encontrará aqui talvez semelhanças com duas franquias conhecidas, devido ao estilo da narrativa e das ilustrações: Star Trek e Star Wars. Abaixo duas imagens: a capa para a versão em PDF que será maior e algumas cenas do novo episódio a ser escrito em breve.

 

domingo, 16 de setembro de 2012

Equívoco Fatal



Os radares registraram algo de estranho.
"Detectamos há tempo para análise e intervir caso seja necessário." -Disse o técnico.
"Qual a posição do objeto?"
"Cruzando a órbita de Júpiter e vindo para cá?"
"Droga..."
"Podemos realizar um ataque nuclear depois de ele passar por Marte." -Sugeriu outro.
O General:
"Quero um relatório sobre a natureza desse objeto."
"Tem dez mil quilômetros de diâmetro e
aparenta ser constituído de metais."
"Por Deus, isso é um planeta anã!"
"Que colidirá com a Terra em 24 meses."

Depois de se reunir com o conselho de defesa, dezoito meses se passaram:
"Acompanhando trajetória das sondas."
"Detonação termonuclear em... 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...
"Perdemos contato com a sonda de observação.
"Pulso de PEM registrado e...
"Ainda está lá!" - O General espantou-se.
Dias depois a Terra descobriria que seus governantes haviam cometido o maior equívoco diplomático de toda história da civilização. O planeta amanheceu cercado e impotente pela fúria dos estrangeiros do espaço!

"Senhor, nós não tínhamos como saber que era uma nave adentrando no sistema solar. Nossos radarem só conseguem fazer a identificação após Jupíter e não conseguimos a tempo." -Explicava um oficial subalterno enquanto acompanhava o General pelo longo corredor do Comando Espacial que ligava ao Centro de Estratégia.
"Agora é tarde para lamentações."
"Nossas cidades foram destruídas e estamos ficando cada vez mais vulneráveis. Precisamos montar uma resistência forte e resistir de maneira oposta à estratégia do inimigo."

Por anos, décadas e séculos a guerrilha lutou até cansar os invasores que sem recursos desistiram da conquista.

(De Itacir José Santim, 16/09/2012)

Admirável Mundo Novo: Exemplo de processo de Aprendizagem e Condicionamento Pavloviano





O livro Admirável Mundo Novo escrito em 1932 pelo inglês Aldous Huxley, publicado no Brasil pelo Circulo do Livro, é uma daquelas obras da Ficção Científica que exemplifica, considerando a época quando foi escrito o lado bom e ruim de se ter uma sociedade projetada através do conhecimento da biologia e das teorias comportamentais. É um romance louco, principalmente aos que estão acostumados a fazerem leituras sem demasiadas excentricidades.

Nele, devido às incertezas do período por causa da ascensão de governos totalitários ao poder, a crise econômica e o medo de uma nova guerra mundial, onde possivelmente a Alemanha ou a União Soviética desenvolveriam a primeira bomba atômica, ameaçando a destruição da civilização, o autor imaginou apenas duas possibilidades para o futuro distante: vários governos totalitários usando a ciência para construir mais armas nucleares espalhando o terror global ou constituir apenas um que através do conhecimento projetaria a partir de centros de reprodução humana artificial a nova sociedade. Huxley afirmava que só as descobertas da biologia, fisiologia e psicologia poderiam contribuir para melhorar a qualidade da vida humana. Através delas, os males que atormentam os indivíduos e que surgiram com o desenvolvimento gradual da cultura poderiam ser eliminados através de técnicas do condicionamento pavloviano e operante.

O romance inicia mostrando um laboratório denominado Centro de Incubação e Condicionamento de Londres Central e o lema do Estado Mundial: comunidade, identidade, estabilidade. Isto quer dizer que o governo controla toda a reprodução humana e por mais estranho que possa parecer as mulheres não ficam mais grávidas. Os bebês após a fertilização artificial que permite gerar centenas de indivíduos iguais, praticamente em escala industrial, desenvolvem-se em “úteros artificiais.” As mulheres não aceitam mais procriarem e as famílias compostas de mãe, pai e filho não existem mais. Foi criado o lema bastante “democrático” de que “todos são de todo mundo” e o objetivo do sexo alterou-se para apenas a busca pessoal por satisfação e prazer. A sociedade divide-se em castas, conforme a função que cada indivíduo foi condicionado ainda antes de nascer e durante sua infância no laboratório.
Relacionado às ideias sobre o condicionamento pavloviano, no capítulo II há uma cena em que enfermeiras distribuem numa longa fila vasos com rosas e em outra extremidade de flores de outras espécies. Posteriormente, elas trouxeram livros, distribuíram-os abertos em páginas com gravuras chamativas para crianças e foram pegar uns bebês de oito meses de idade. Eles foram liberados a fim de poderem engatinhar à vontade pela sala e mexerem no que ali estava posto. Engatinharam após um curto momento de quietude às rosas e aos livros abertos. Tocaram nos objetos, despetalando-as e amarrotando as páginas dos livros, enquanto alegravam-se. Quando a alegria, a concentração das crianças nas coisas, atingiu o ápice a enfermeira-chefe baixou uma alavanca fazendo soar com intensidade cada vez maior campainhas de alarma. “As crianças sobressaltaram-se, berraram; suas fisionomias estavam contorcidas pelo terror.” (p. 31) Ela baixou uma segunda alavanca causando maior desespero nelas, pois estavam tomando choques elétricos vindos do chão eletrificado. Depois de parar com essas duas ações, as enfermeiras ofereceram novamente as flores e os livros. “(...) Mas à aproximação das rosas, à simples vista de imagens alegremente coloridas do gatinho, do galo que faz cocoricó e do carneiro que faz bé, bé, as crianças recuaram horrorizadas; seus berros recrudesceram subitamente.” (p.32)

O que aconteceu na cena foi uma associação que as crianças fizeram aos livros e o barulho intenso, as flores e o choque elétrico e após variadas repetições seria concluída. Elas, então, cresceriam com um ódio “instintivo” aos livros e às flores, assim aprenderam a detestar o campo e à literatura. É o condicionamento clássico, o qual consegue reprimir a liberdade individual até certo nível. Aplica-se-o em casa, possivelmente. O livro tem muitos outros exemplos, mas o mais memorável a mim ao aprendizado foi o dessa descrição. Huxley imaginou uma sociedade organizada em castas, onde cada indivíduo seria condicionado a uma tarefa específica durante o seu desenvolvimento e que a estabilidade mundial resultaria do controle de natalidade feito com o auxílio de estatísticas exatas, assim como numa fábrica quando se calcula quanto vai se gastar de matéria-prima para atingir a meta necessária de produção.

Uma dica com outros exemplos é o livro Laranja Mecânica do Anthony Burgess que Hollywood tornou filme.

sábado, 14 de abril de 2012

"O homem faz-se a si próprio"

Esta postagem é uma tentativa de dissertar sobre a evolução da espécie humana em uma aula da Disciplina de Arqueologia e Pré-História no Curso de História. Há uma mistura de Ciência e Filosofia.
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O trabalho "O homem faz-se a si próprio" de Itacir José Santim foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Brasil.


O homem faz-se a si próprio.”
Texto de: Itacir José Santim.
Cliffort Geertz em seu texto Transição para a Humanidade usa a expressão “o homem faz-se a si próprio” ao considerar que o ser humano atual representa o resultado de transformações tanto biológicas como cultural. Para antropólogos e historiadores esse é um fato, cuja discussão não é necessária, porém para aceitá-la o acadêmico precisa, pelo menos por uns instantes, esquecer das influências religiosas, da ideia de Deus como personagem principal explicando todo o processo da “criação”, de questionar o porquê de nossa existência e considerar somente as teorias científicas de como e onde surgiu a espécie humana. Assim, a expressão torna-se aceitável para se referir ao modo que o ser humano começou a produzir cultura e à formação de sua constituição física e biológica atuais.
O texto, discutido na aula passada, afirma que a capacidade de o ser humano comunicar-se, de produzir símbolos e dar significado aconteceu durante um processo demorado de transformações, cujo resultado foram várias mutações genéticas, adaptações como o aumento da massa cerebral em forma de “empilhamento”, a presença do dedo polegar que permite a ele fazer movimentos em pinça e a visão estereoscópica. Em Biologia, denomina-se isso de seleção natural, pela qual sobrevive num dado hábitat aqueles que nasceram adaptados a ele. Nesse contexto, imaginando o passado distante, por exemplo, numa selva escura, os primatas com olhos frontais e uma visão tridimensional graças à sobreposição do campo visual garantiram a sobrevivência deles. O aumento do número variado de estímulos que os hominídeos receberam devido aos seus aspectos físicos gerou a necessidade de uma reorganização do sistema neural para passar a colher e armazenar mais informações, aumentando, consequentemente, a massa cerebral. Novas camadas foram adicionadas sobre a primordial a fim de que surgisse no cérebro novas áreas sensoriais, de armazenamentos temporários e permanentes e de raciocínio intuitivo e lógico. Instintivamente, os hominídeos aprenderam a usar toda capacidade cerebral conforme suas experiências cotidianas. Ao passar dezenas de milhares de anos, o que tinha melhores condições de sobrevivência passou a ter uma maior capacidade de intuição, diferenciou-se do grupo, tornou-se individualista, criou as noções de propriedade primitiva, os primeiros aspectos culturais e os regramentos iniciais de sociedade e passou a dominar os menos favorecidos. Nota-se aqui o quão difícil é argumentar sem depender da filosofia.
Quando o ser humano tornou-se comunicativo e a se comportar segundo os padrões sociais, ele se tornou dependente, além da natureza de si mesmo e de seus semelhantes, pois no novo tipo de vida já não se podia mais viver como os outros animais. Vagarosamente, sua força física, agilidade na floresta e a intensidade de seu instinto natural diminuíram, pois não tinha mais muita necessidade, já que prevaleceram as conveniências sociais. Jean-Jacques Rousseau cita isso em seu ensaio A Origem da Desigualdade entre os Homens. É impossível não relacionar seu trabalho com a evolução, embora ambas as teorias tenham sido elaboradas em contextos históricos distintos. Ainda sobre a evolução cerebral, causa para o surgimento da cultura, não se pode deixar sem destacar que atualmente constatou-se que o tamanho do cérebro é reduzido, segundo a densidade populacional, pois os indivíduos em sociedades não dependem de uma inteligência maior para sobreviver, tendo ajuda dos outros membros. Mais uma vez, o comportamento influenciando e a expressão “o homem faz-se a si mesmo” continua valendo.
Referências:
Texto: Transição para a Humanidade de Clifford Geertz
Estudo: redução do cérebro humano é sinal evolutivo

EVOLUÇÃO HUMANA:
Levin,R. Evolução Humana. S. Paulo, Ateneu Editora, 1999, 526 pp.
MacAndrew, A. FOXP2 and the Evolution of Language.
http://www.evolutionpages.com/index.htm
Neves, W. A. E no princípio... era o macaco!Estudos avançados 20 (58), 2006
Arquivo em PDF baixado de:
Livro: A Origem da Desigualdade entre os Homens; Rousseau, Jean-Jacques; Editora Escala
Livro: Biologia em Foco; Carvalho, Wanderlei, Editora FTD